terça-feira, junho 26, 2007

Terça-feira, 26 de junho de 2007

CARTA AO AMIGO CELESTINO
E aí, meu amigo disciplinado, como vão as coisas na cidade caótica? Os ensaios estão avançando bem? Espero assistir em breve uma nova manifestação do gênio criativo do Grupo XIX. Já tá em tempo de aferir meus conceitos de realização e felicidade.

Besteira? Nem tanto. Tudo bem. Eu sei que a régua pra medir coisas assim abstratas é pessoal e intransferível, mas também acho importante estabelecer parâmetros com que confrontar os resultados de nossos esforços. Além do que, creio estar em meio a uma daquelas crises cíclicas de...valores? Isso ainda existe? Sei não, soa tão antiquado.

O fato é que dia desses eu tive uma espécie de insight. Atravessava a meia-noite deserta da capital seca quando, no instante em que escolhia entre o risco potencial de ser sodomizado nos subterrâneos da passarela de pedestres que atravessa por sob o Eixão e o perigo real de ser despedaçado por um bólido a 100 km/h, se acendeu em minhas idéias um luminoso escrito “sentir-se realizado nada tem a ver com estar feliz”. Na melhor da hipótese, talvez tenha uma relação bem, mas bem delicada.

Refleti meio sonolento que é possível atingir a realização profissional sem que isso te deixe exatamente feliz. Lógico que entendo que também não vai se sentir feliz alguém que não se sinta pleno naquilo que faz. Ou que pelo menos veja no que conquistou uma recompensa pelo seu empenho. Mas a realização profissional por si só já não me parece capaz de garantir de felicidade. Sintomático, não.

Escuta, por falar em felicidade, vê se segue meu conselho. Convide sua garota e nos encontre no Festival.

Abraço do seu amigo caiçara.

Nenhum comentário: