sábado, setembro 29, 2012

Criolo Volta a Tocar Em Brasília

Pouco mais de quatro meses após fazer um elogiadíssimo show que levou cerca de 12 mil pessoas a lotarem o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, o músico Criolo voltou a se apresentar na capital federal, nessa quinta-feira (27).


Dessa vez a apresentação aconteceu em local de mais fácil acesso - a praça do Museu da República, na Esplanada dos Ministérios, ao lado da rodoviária e do metrô. E foi antecedida pelo show de Marcelo Jeneci. Ainda assim, o público foi menor. Um pouco devido à forte chuva que caiu logo após o horário previsto para o início dos shows, mas principalmente porque era quinta-feira. Apesar do folclore, em Brasília a galera trabalha no dia seguinte.


A chuva atrasou toda a programação do evento, o Celebrar Brasília (que, em anos anteriores, trouxe à cidade Moby e Gothan Project). Agendado para as 21 horas, o rapper paulistano, principal atração da noite, só pisou no palco as 23h55. E não bastasse a impaciência e o cansaço de parte do público, o som, inicialmente, esteve bem ruim. Muito baixo, escondeu o punch, a pegada da banda que acompanha Criolo. Quem estava mais para trás mal ouvia a voz do cantor, que dirá alguns dos instrumentos. E, putz!, como havia gente longe do palco. Os organizadores do evento (Celebrar Brasília) decidiram reavivar a infeliz prática de reservar parte do espaço para o público `vip´. Tá certo que qualquer um poderia ser vip, bastando, para isso, trocar um aparelho eletrônico velho por uma entrada, mas a iniciativa separatista não se justifica já que o espaço é público.


Atrasado e com o som deixando a desejar, Criolo pediu desculpas já ao fim da segunda música. Disse que não sabia de quem era a responsabilidade pelo atraso, mas que qualquer que fosse o motivo, a demora excessiva era um desrespeito com quem dependia de ônibus ou metrô para voltar para casa. "A maioria", arriscou o paulistano. Àquela hora, no Plano Piloto? Desconfio que não, mas isso não importa e não invalida a bronca do rapper, já que o atraso, mesmo com a chuva, foi excessivo.


Agora, se com tudo isso contra, Criolo conseguiu reverter o jogo e conquistar a plateia ao fim das quatro primeiras músicas....é um claro indício do quanto o cara é bom. Mesmo que longe de repetir a epifania que foi a apresentação de abril, no CCBB, Criolo fez valer a espera e as poucas horas de sono de quem, como eu, tinha que acordar cedo no dia seguinte.

Homenagem com Sonrisal


Pois é, Gugu. É soda, Flavinho! Tá vendo isso aí de cima, Leitão? Se liga só, Caito. Sacou, Clay? 

Nossa escassez de recursos e falta do que fazer nos levou a sermos vanguarda sem nunca termos desconfiado. E quem sabe só não chegamos próximos a isto por não termos ondas assim (nem mesmo no outside, que dirá na areia), nem essas pranchinhas leves e aerodinâmicas. Aliás, sequer esse nome gringo, skimboard, nós conhecíamos. 

Quando a coisa não passava de um passatempo de garotos desocupados, a atividade era conhecida como sonrisal. "Vamo andá de sonrisal?" era a senha para nos mandarmos para a praia carregando pesados retângulos de madeira compensada com  algo como 70 por 50 centímetros. Depois, como não tínhamos onde guardar nossos "brinquedos", os deixávamos encostados em algum canto do prédio em que morávamos. Só para, no dia seguinte, descobrirmos que os faxineiros tinham jogado fora "aquelas tábuas encharcadas". E lá íamos de novo à procura de compensados novos que precisávamos serrar e lixar para tirar um pouco das farpas (vivíamos com farpas de madeira enterradas nas mãos). 

Como não contávamos com ondas como as do vídeo, não tardamos a descobrir que podíamos improvisar pequenas rampinhas com os mesmos madeirites que usávamos como  `pranchinhas´. Elas, as rampas, só não podiam nem ser muito extensas para que não ficássemos pela metade, nem pouco para que a inclinação não ficasse muito acentuada. Obtida a equação correta, bastava mantê-las molhadas e enceradas que, com algumas sorte e habilidade, conseguíamos saltá-las a toda pouca velocidade possível Às vezes o resultado era catastrófico (quem foi mesmo que destroncou ou quebrou um braço da primeira vez que tentou?). 

Nunca soube de onde veio o nome sonrisal (que não fomos nós que inventamos), nem porque. Não sei quando isso chegou a Santos e não me lembro quem de nós descobriu que dava para brincar de graça. Ainda assim, até hoje tenho viva a lembrança do quanto me diverti naqueles finais de tarde na praia. Mesmo não tendo vingado a ideia minha e do Gugu de publicarmos o primeiro fanzine do bairo (quiça, do mundo) sobre sonrisal.

quinta-feira, setembro 27, 2012

Gaz Coombes Presents...

SURPRESA! Tremenda homenagem feita pelo ex-vocalista da banda Supergrass, Gaz Coombes, que aproveitou sua passagem por Brasília - onde, no início do mês, tocou no festival Porão do Rock - para colher as imagens que agora ilustram o vídeo oficial da bela White Noise.

Deixem o menino jogar




Fato: no último dia 16, Neymar foi punido com um cartão amarelo ao comemorar o gol que marcou contra o Coritiba. Com isso, desfalcou o Santos no jogo seguinte, contra a Portuguesa.

Fato: Com apenas 20 anos, Neymar carrega nas costas a responsabilidade de ser o grande nome da apática equipe formada por Mano Menezes. No último amistoso da seleção canarinho, contra a África do Sul, em São Paulo, não foi poupado, tendo sido um dos mais vaiados, atrás, apenas, do técnico, criticado pelo resultado (o Brasil venceu por 1 a 0).

Fato: para os torcedores de times adversários, a super-exposição de Neymar na mídia, justificada ou não, não só cansa, como pode gerar certo ressentimento. Chamam-o de pipoqueiro, de firuleiro, de cai-cai, etc,etc,etc... A saudade do futebol alegre de outrora? O estímulo aos jogadores criativos? Puf! Isso é bom no discurso.

Daí a reação ...




O G.R.C. TORCIDA JOVEM DO SANTOS, vem através desta pedir uma reflexão de todos esportistas brasileiros e amantes do bom futebol. Os últimos acontecimentos nos deixam indignados com a perseguição e injustiça ao atleta do Santos Futebol Clube e da Seleção Brasileira  “Neymar Jr”. Todos podemos notar uma campanha nacional contra o craque depois da palhaçada que aconteceu no jogo da seleção no morumbi. Essas vaias que estão acontecendo é, de fato, uma homenagem, pois através de seu talento, gols e títulos - se tornando o maior vencedor de sua geração - e tudo mais o que conquistou, Neymar passou a ser um rival para todos. Só que, junto com as vaias, está vindo a perseguição de parte da mídia e da arbitragem, deixando de marcar inúmeras faltas e dando cartões até quando o jogador extravasa sua alegria através de sua magia e suas comemorações contagiantes. Cabe a nós , torcedores do Santos Futebol Clube e amantes do bom futebol, sairmos em defesa do nosso ídolo, pois, mais que nunca, temos esse dever. Vamos exaltá-lo e aclamá-lo a cada vaia, a cada crítica oportunista e maldosa que a mídia fizer. Temos que sair em sua defesa, pois a covardia e o oportunismo não poderão prevalecer [sic] à criatividade, arte, talento e dedicação que ele tem para com o Santos Futebol Clube!
Neymar Jr. - OUSADIA E ALEGRIA:
 
PEDIMOS DESCULPA AS OUTRAS TORCIDAS, MAIS SÓ NÓS TEMOS O NEYMAR!!!

terça-feira, setembro 25, 2012

As mentiras que os homens contam


O Tio Rei, ontem (24), extrapolou em sua função de bem-desinformar seus leitores. Vejam o que escreveu o ideólogo dos reaças ao responder recente texto publicado pela psicanalista Maria Rita Kehl, que criticou a ação da polícia paulista e a política de segurança pública do governo de São Paulo (texto com o qual discordo, não pela opinião em si, mas por considerar sua divulgação inoportuna, já que Maria Rita integra a Comissão Nacional da Verdade, tendo uma missão, portanto, muito mais importante para o país do que ficar discutindo com os tucanos) 

"É simplesmente mentira — uma mentira escandalosa! — que o regime militar tenha “massacrado milhares de camponeses e índios”. Isso não aconteceu. Não há menor evidência de que tenha acontecido. Não há indícios. Não há fatos. Não há pessoas reclamando os corpos. Não há, atenção!, nem mesmo boatos"

Não há indícios? Não há boatos?? Será porque as cinco mil páginas resultantes das investigações de uma comissão de inquérito e que formavam o Relatório Figueiredo `sumiram´ oportunamente em um incêndio no edifício-sede do antigo Ministério do Interior? Ou será que o instruído Tio Rei nunca ouviu falar das denúncias feitas por funcionários da própria Funai a respeito do extermínio dos waimiri-atroari durante a construção da BR-174? Será que o Reinaldo Azevedo (gostaria de não escrever seu nome, mas tem hora que é necessário apontar o diabo) sabe o que se passou em Mato Grosso e em Mato Grosso do Sul, onde ainda hoje os índios que lutam para reaver as terras tradicionais de onde foram expulsos para dar espaço a grandes fazendas são mortos? Será que o colunista tem alguma dúvida de que a política desenvolvimentista da segunda metade do século passado acelerou o processo de aproximação com grupos indígenas que viviam isolados e que, por isso, morreram contagiados por doenças do homem civilizado? 

Se ele desconhece isso - e se vocês, meus três leitores também desconhecem - sugiro que acesse este link. É a cópia do relatório e as conclusões da Comissão Parlamentar  de Inquérito  (CPI) destinada a apurar denúncias relativas à invasão de reservas indígenas. TREZENTOS E OITENTA E QUATRO páginas de "indícios" de desmandos, corrupção e violência institucional. Instalada em 1978 (durante o regime militar), não é coisa de "petralhas", como diria o Tio Rei aos seus sobrinhos.


segunda-feira, setembro 24, 2012

Verde, Amarelo, Azul e...Vermelho



Jogo do Grande Acerto. Identifique a diferença entre as duas figuras abaixo. A primeira, divulgada há pouco mais de uma semana, para cativar o público. A segunda, tirada de um boneco que ficará instalado sabe-se lá por quanto tempo em um ponto privilegiado da cidade com maior poder aquisitivo do país para...divulgar a beleza do Congresso Nacional, ao fundo.




"Até o início dos anos 1970, os logotipos em roupas geralmente ficavam escondidos discretamente colocados na face interna dos colarinhos. No final da década, quando o mundo da moda se rebelou contra o brilho aquariano, a roupa do country-club tornou-se o estilo de massa para os novos pais conservadores e seus filhos mauricinhos. Em meados dos anos 1980, o logotipo aos poucos passou de uma afetação ostentatória a um acessório de moda e o tamanho da logomarca inflou de um emblema de dois centímetros para uma tenda do tamanho do peito. Os logos passaram a ser tão dominantes que transformaram seus fieis adeptos em bonecos ambulantes. Em meados dos anos 1990, empresas como Nike, Polo e a Tommy Hilfiger estavam prontas para levar a marca ao patamar seguinte: não mais simplesmente conferir suas marca a seus produtos, mas também à cultura externa - ao patrocinar eventos culturais, elas podiam sair pelo mundo e utilizar vários desses eventos como postos avançados. Para essas empresas, o branding não era apenas uma questão de agregar valor ao produto. Tratava-se de cobiçosamente infiltrar ideias e iconografia culturais que suas marcas podiam refletir ao projetar essas ideias e imagens na cultura como "extensões" de suas marcas [...] Embora nem sempre seja a intenção original, o efeito do branding avançado é empurrar a cultura que a hospeda para o fundo do palco e fazer da marca a estrela. Isso não é patrocinar cultura, é SER a cultura. E por que não deveria ser assim?".  

Naomi Klein - Sem Logo, A Tirania Das Marcas Em Um Planeta Vendido

ELLEN OLÉRIA - THE VOICE BRASIL

O Brasil começa a conhecer Ellen Oléria


Estava demorando, mas já era de se esperar. Antiquados, paquidérmicos e às voltas com outros interesses que não os artístico-culturais, os veículos tradicionais demoram a captar a energia que se avoluma nos subterrâneos e que, em algum momento, irrompe através dos vasos comunicantes das novas mídias. Pior. Na maioria dos casos, eles retardam que essa fértil `lava´ venha à tona, ocupando o espaço com seus apaniguados e suas invenções. 

Veja o caso da cantora brasiliense Ellen Oléria e de sua comentada apresentação em um novo programa musical global exibido ontem. Há tempos o Semifosco e muita gente que entende do riscado a aponta como uma das maiores revelações musicais dos últimos tempos.

"Devagar, devagarzinho, essa menina vai: ampliar seu fã-clube para além de Brasília, consolidar seu trabalho, fazer sucesso e se firmar como uma das boas surpresas da nossa música. Ellen Oléria está pronta. E, aos poucos, mais gente além do público brasiliense vai descobrindo isso". 

Escrevi isso em junho do ano passado, quando o vídeoclip de Testando estreou na MTV e eu já era fã de carteirinha de Ellen há algum tempo. De lá pra cá, a `negra´ carne-dura só melhorou. A ponto de, hoje, na capital federal, já não ser nem mais vista como uma revelação, mas sim como um dos melhores artistas da música brasileira da atualidade. A Globo e seu público, contudo, ainda não a conhecia, ocupados que estavam com "ai se eu te pego". 

Ontem, contudo, a julgar pela repercussão nas redes sociais, parte da energia sísmica da brasiliense foi captada durante a exibição do programa que tem Ellen entre os candidatos a ser "The Voice" brasileira. Leiam os comentários dos internautas no vídeo da apresentação postado no youtube. "Macapá toda enlouqueceu com essa voz...os bares lotados ficaram estarrecidos". Por que demorou tanto?

Boa forma de entretenimento e, principalmente, de captar dinheiro dos anunciantes, o programa é uma besteira em seu propósito de "descobrir" um novo grande artista. Primeiro porque, como eu já escrevi aqui ao falar sobre o Ídolos de 2009 , "é preciso ser muito ingênuo para acreditar que participar ou até mesmo vencer um programa de auditório baste para transformar alguém na nova estrela da música popular". Depois porque este tipo de programa não "descobre" nada. No máximo ele `amplifica´ o alcance da voz do artista, acelerando seu reconhecimento país a dentro. A própria Ellen, por exemplo, já lançou um elogiado disco que pode ser ouvido de graça na rádio uol, teve videoclips exibidos na MTV e se apresentou em diversas capitais e festivais. 

De qualquer forma, é melhor ocupar a grade com isso que com Big Brother e similares. É melhor para o grande público saber que há artistas como Ellen e outros de seu nível do que ficarmos imaginando que tudo se resume a Ivete Sangalo. Duro é ver Cláudia Leite e Daniel os julgando.

Leia Também:
Basalto Que Emana Dos Seus Poros 
Muitas Ellen Oléria 
Aposta No Futuro

Chutando Cachorro Morto



Classe média são os outros.
Político é a mãe.
Mau gosto vem de berço.
Preconceituoso é o vizinho.
Culpado é o sistema.
Bandido bom é bandido morto.
Todo mundo desperdiça.
Todo mundo rouba.

Ninguém é responsável.
Cada um que expie sua inocência.

sábado, setembro 22, 2012

Saca?



"A direita é ultrarreacionária porque a esquerda é ultraconservadora. Mesmo durante o período eleitoral, o debate ideológico é muito restrito. Vivemos uma situação muito díspar. Algumas pessoas se acham super-contemporâneas, mas vivem fora da realidade. Enquanto isso, a máquina está moendo [corpos e almas]. O mote destes tempos é: Don´t hate the business. Be the business. Por isso que, entre os reacionários e os pseudoanarcos, eu prefiro assistir Carrossel"

Cristiano Navarro, jornalista, vídeo-documentarista e caiçara

Vidas Secas


O brasiliense viveu ontem seu dia de Gabriela extasiada diante d´água.

Após 95 dias, ou seja, três meses e cinco dias de seca, voltou a chover de verdade na capital federal. Na hora, pessoas correram até as janelas e se puseram a comemorar. Juro que um vizinho meu chegou a aplaudir. Acho até que o Governo do Distrito Federal só não estourou fogos porque o Ministério Público anda de olho neste tipo de festa com o erário. Vai que um procurador metido a besta se põe a questionar se melhor não seria aplicar o recurso em obras de infraestrutura  que evitem alagamentos, engarrafamento e a interrupção no fornecimento de energia elétrica.

Chuviscos já haviam ocorrido, na véspera, em algumas cidades satélites, mas , ontem a noite,  São Pedro não se fez de rogado. Mandou logo um temporal.

A primeira chuva da temporada caiu poucas horas antes do início oficial da primaver, mas as cigarras ainda não deixaram seus buracos e deram as caras.

sexta-feira, setembro 21, 2012

Metade dos internautas não conhece Preta Gil


Metade dos internautas não conhece Preta Gil

Do Semifosco 

Pesquisa realizada pelo Instituto Semifosco (veja ao lado direito) revela que 50% dos internautas consultados não conhecem a cantora Preta Gil, mesmo ela sendo filha de Gilberto Gil e presença constante em programas de auditório.

Realizada ao longo de dez dias na internet, a enquete perguntou aos entrevistados se eles conhecem ao menos o refrão de alguma música da Preta Gil.

Metade dos que responderam à pesquisa assinalou a opção “quem?”, revelando desconhecer ou não lembrar quem é a artista e não estar disposta a consultar o google para saber. Vinte e cinco por cento dos entrevistados responderam que amam a cantora e conhecem suas músicas, embora não lembrassem a letra. Os 25% restantes disseram apenas que não a conhecem.

A opção que citava trecho de uma música gravada pela sensação paraense Gaby Amarantos (Ex-my love, ex-my love, se botar teu amor na vitrine, ele nem vai valer 1,99) não recebeu nenhum voto. O objetivo da `pegadinha´ era tentar identificar se os internautas confundem as duas artistas. Os coordenadores da pesquisa não responderam se o fato de ninguém ter optado por esta resposta é um indício de que o sucesso alcançado pela `Beyoncé do Pará´ impede tal confusão.

Segundo o perfil dos entrevistados, a ignorância a respeito da existência de Preta Gil é maior (75%) entre os que não assistem ao programa Amor e Sexo, da tv Globo, ou leem a revista  Nova. A pesquisa também avaliou a rejeição da cantora entre os que responderam conhecê-la e identificou que ela é maior (99,85%) entre os eleitores do deputado federal Jair Bolsonaro.

A margem de erro é de 2%. No total, foram ouvidas 4 pessoas. Duzentos e noventa e seis pessoas não quiseram responder. O resultado está registrado em cartório.

Marta Hacker Suplicy - miss digital


A nova ministra da Cultura, Marta Suplicy quer ser a Miss Digital? 

Marta Hacker é o sobrenome da miss Brasil de 1954, a baiana Marta Hacker Rocha.

Sete dias após assumir o ministério, o primeiro `setor´ que Marta recebeu em audiiência foi justamente aquele que mais criticou sua antecessora, a  ex-ministra Ana de Hollanda, ou seja, o dos ativistas da cultura digital, um verdadeiro balaio (ou rede) de gatos. 

Durante a reunião, Marta foi humilde e honesta. Disse estar tomando pé das atribuições, políticas e desafios da pasta. Confessou ter ficado surpresa com a dimensão do desafio que tem pela frente. E demonstrou interesse em entender melhor a interface cultura/universo digital. Ainda assim, ao ser perguntada se é uma hacker, respondeu que vai ser. Talvez porque tenha lembrado da miss. Na mesma hora, a resposta inspirou a criação, no twitter, da hashtag #martahacker. 



Reunião com Marta anima ativistas da cultura digital

 

Uma frase curta e de difícil compreensão para leigos em informática está sendo interpretada como sinal de mudança na relação entre o Ministério da Cultura (MinC) e a cultura digital, da qual os pontos de Cultura, no Brasil, são a expressão mais visível em termos de políticas públicas.

Ao se reunir com representantes do setor, esta tarde (20), em Brasília, a ministra Marta Suplicy disse “ainda não sou uma hacker, mas vou ser”. Bem recebida pelos participantes do encontro, a frase na mesma hora inspirou a criação da hashtag (modelo de endereço digital) #Martahacker no Twitter.

“Podem ter certeza, vocês são a minha turma”, disse Marta, prometendo manter diálogo permanente com representantes do setor. Com status de audiência pública e transmitida pela internet, essa foi a primeira reunião da ministra com representantes de um setor cultural.

Para os participantes, foi mais um indício de uma mudança em relação à gestão anterior, já que eram justamente os ativistas da cultura digital os maiores críticos da ex-ministra Ana de Hollanda. O setor associava a ex-ministra à tentativas de restringir o compartilhamento digital de conteúdo e a criticava por não lançar nenhum novo edital de convênio para novos Pontos de Cultura.

“Mudou tudo no MinC. O discurso da Marta é a antítese do que foi o da Ana. O Brasil voltou ao século 21 na cultura”, escreveu o jornalista Renato Rovai no Twitter. Já o produtor cultural Pablo Capilé disse a Agência Brasil que o encontro foi promissor e indicativo do que poderá ser a gestão de Marta “após dois anos de obstrução do diálogo com o setor”.

“Não estamos passando atestado e temos autonomia para cobrar e criticar se for necessário, mas a avaliação é que os primeiros sinais são positivos. A ministra Marta é uma política capaz de sentir a temperatura e fazer transbordar algo que já está fervendo, como é o caso da cultura digital por todo o país”, disse Capilé.

"delírio" - Durante a reunião, Marta admitiu ainda estar conhecendo o Ministério da Cultura (MinC), que assumiu há sete dias. Afirmou também que a meta do país ter 15 mil pontos de Cultura em funcionamento até o ano de 2020 é um “delírio” que exigirá muito trabalho para ser atingida.

“O resgate e o fortalecimento dos pontos de Cultura têm que ser um ponto central dessa gestão, mas falar em 15 mil [unidades] em funcionamento até 2020 é um delírio. Vamos ter que trabalhar muito para isso e vamos trabalhar”, disse a ministra, destacando que, dos cerca de 4 mil pontos de Cultura identificados em todo o país, apenas 2,3 mil são beneficiados por convênios com o ministério.

A meta de 15 mil pontos de Cultura é um dos 53 objetivos do Plano Nacional de Cultura (PNC), elaborado em parceria com representantes da sociedade civil e aprovado em dezembro de 2011.

A secretária executiva do Pontão de Articulação da Comissão Nacional de Pontos de Cultura, Patrícia Ferraz, disse ter interpretado a declaração da ministra como um reconhecimento da necessidade de mudanças.

“Vendo a atual realidade do ministério, o [montante] de recursos destinados ao Programa Cultura Viva [ao qual estão associados os pontos de Cultura], a meta dificilmente seria atingida. Acho que ao reconhecer o que chamou de delírio, a ministra admitiu que é necessário um outro olhar, uma nova linha de atuação por parte do ministério”, disse Patrícia.

segunda-feira, setembro 17, 2012

Fuleragem Criativa


Fuleco? Amijubi?? Zuzeco???

PQP!!!!

Desculpem a grosseria, mas vejam só como são criativos os responsáveis pela  Copa do Mundo de 2014. Estes insignificantes neologismos são as três opções que os membros da Fifa e do comitê organizador local do evento deram aos que se dispuserem a incrementar a audiência do site do programa dominical Fantástico para, assim, poder ajudar a escolher o nome da mascote, o tatu-bola.

São tão criativos que, para conseguir mobilizar a participação popular, buscaram apoio no site de um programa global. Fantástico, afinal, a emissora sim tem o pulso popular. Tanto que ao convocar a "lenda do futebol brasileiro e membro do conselho de administração local da Copa", o ex-jogador Ronaldo, previu o inevitável: o brasileiro não perderia a oportunidade de fazer piada e chamar o bichinho roliço de... Ronaldo. Que mané Zuzeco. Rooo-nalll-do na cabeça.

Com a poderosa emissora como parceira fica fácil incutir até nas pessoas mais apáticas o senso de patriotismo necessário para que se ofereçam como voluntárias para trabalhar de graça, por 20 dias, no evento que vai movimentar milhões de dólares e, com certeza, gerar algum lucro para a Fifa, uma entidade privada.

Em tempo. As três palavras foram formadas a partir das junções, respectivamente, das palavras futebol e ecologia; amizade e júbilo e...AZUL e ECOLOGIA.

Em nota, a Fifa explicou que "as três opções foram definidas por um comitê composto por Bebeto, Arlindo Cruz, Thalita Rebouças (quero crer que a escritora), Roberto Dualibi e Fernanda Santos".


domingo, setembro 16, 2012

Mais um suposto entrevistado desmente a revista "mais lida e influente" do país



Foi o O Globo quem noticiou nesse sábado: a defesa do publicitário Marcos Valério nega que o operador do mensalão tenha dado entrevistas ou dito algo a quem quer que seja que permita supor que ele tenha incriminado o ex-presidente Lula por participar direta e ativamente do esquema de financiamento de campanhas e lavagem de dinheiro supostamente usado pelo PSDB e, posteriormente, pelo PT.

O Globo não é exatamente um exemplo dos veículos que alguns acusam de orbitar em torno da "esgotosfera governamental", Ou seja, de ser conivente com o governo. Para a maioria, ele está muito mais alinhado ao que alguns denominam como "partido da imprensa golpista" e outros como "imprensa independente e combativa". Qualquer que seja o caso, diante da dimensão da notícia publicada pela Veja desta semana - que afirma a seus leitores que "a reportagem de capa reabre de forma incontornável a questão da participação do ex-presidente Lula no mensalão,O Globo fez o mínimo: procurou ouvir Marcos Valério sobre as supostas declarações do publicitário. Recebeu, como resposta, o desmentido do advogado de Valério. 

Agora, fica o dito pelo não dito. Mais uma vez, se ninguém divulgar a cópia do áudio das supostas entrevistas aos repórteres da Veja, comprovando que, desta vez ela sim elas existiram, tudo o que os cidadãos interessados poderão fazer é escolher entre uma VERSÃO ou outra. Quem antipatiza com o PT irá crer na revista. Quem demoniza a publicação da Abril vai dar ouvidos ao advogado Marcelo Leonardo. No meio, ficarão os que não suportam mais o clima de Fla X Flu que voltou a  tomar conta da política brasileira e os que, independente de ideologias, cada vez menos acreditam na imprensa. Sobretudo na Veja, que tantas denúncias infundadas e falsas polêmicas tem divulgado nos últimos tempos. Sem que ninguém tome satisfações para "lavar a honra atingida", mesmo quando a "barrigada" fica evidente.

Analisando o novo episódio, chamou minha atenção o trecho do texto publicado no site da revista (não sei se o texto é o mesmo da versão impressa, mas, mesmo que seja, não invalida minha avaliação de que a informação foi embalada de forma questionável). No trecho o autor esclarece que a reportagem de capa foi "feita com base em revelações de parentes, amigos e associados" de Valério. No jargão jornalístico é o que se chama off - quando uma fonte passa ao repórter uma informação sob a condição de não ter sua identidade revelada. Não há, no entanto, na capa da revista, nenhuma menção a isso. De forma que o leitor, ao adquirir a revista, é levado a, no mínimo,  crer que foi o próprio Valério quem concedeu entrevista exclusiva à revista. Conclusão reforçada pelo uso de uma polêmica aspas que, imagina-se, teria sido dita pelo publicitário.


O off é legítimo e, por vezes, necessário. Há circunstâncias em que o expediente é a única forma de levar uma informação a público sem colocar em risco a vida e a integridade da fonte. Ocorre que, usado indiscriminadamente, o recurso pode servir para camuflar matérias mal-apuradas, para não dizer mal-intencionadas. Há matérias escritas exclusivamente a partir de offs que não servem a nada além de permitir ao autor camuflar sua opinião ou suposição sob fórmulas batidas como as expressões "segundo fontes palacianas" ou "conforme pessoas próximas a". Não há nada de errado em emitir opiniões, mas o espaço para isso são as colunas e editoriais. 

Além de ter se tornado campeão no uso do off, a Veja parece também estar se especializando em responder a desmentidos de supostas fontes. Um dos casos mais sintomáticos foi o do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, que desmentiu uma suposta entrevista após ter seu nome citado na revista. Não bastasse isso, o episódio ainda resultou na demissão do editor-assistente da revista National Geographic Brasil, que é publicada pela mesma editora da Veja, a Abril. Felipe Milanez foi mandado embora após escrever, em sua conta do twitter, que a matéria de Veja em que Viveiros de Castro era citado era "repugnante" e que o antropólogo corria o risco de nunca mais ser citado pela publicação, a exemplo do premiado jornalista Jon Lee Anderson. Autor daquela que é considerada por muitos a biografia definitiva de Che Guevara, Anderson comprou briga com a revista brasileira depois de ser citado em uma "matéria" sobre o guerrilheiro cubano, mesmo que não tenha sido entrevistado - apesar de ter manifestado ao repórter de Veja o interesse em dar a entrevista solicitada.

Foi justamente este tipo de reportagem hiper editorializada ou – como é o seu caso – uma demonização, que me fizeram escrever a biografia de Che. O que você escreveu foi um texto opinativo camuflado de jornalismo imparcial.  No fim das contas, estou feliz de que você não tenha me entrevistado. Eu teria falado em boa fé imaginando, equivocadamente, que você se tratava de um jornalista sério, um companheiro de profissão honesto", escreveu Anderson ao jornalista da Veja.

Em julho deste ano foi a vez do Ministério Público desmentir  notícia divulgada pela revista e garantir que nenhum repórter da publicação jamais procurara o órgão para checar as informações.

Como se vê, não somos o Reino Unido. Aqui, sob o argumento da "liberdade de imprensa (ou será de empresa?), métodos "murdochianos" encontram terreno fértil para prosperar. Vide o episódio em que a mesma revista divulgou imagens obtidas por câmeras "plantadas" sabe-se lá por quem em um hotel de Brasília. De concreto, além das imagens de membros do governo se reunindo durante o horário de expediente com o ex-ministro José Dirceu, réu no processo do mensalão, a matéria trazia muito pouco. Daí alguns terem se questionado: a revista tinha o direito de usar imagens obtidas ilegalmente? Quem instalou as câmeras no corredor do hotel? Como as imagens chegaram à revista? O Ministério Público ajuizou uma ação contra o repórter da revista que, durante a apuração da mesma matéria, fora flagrado pela camareira tentando invadir o quarto do petista. A Justiça arquivou o processo alegando que como a intenção de repórter fora frustrada, não houve crime. Algum tempo depois, outra polêmica: gravações feitas durante as investigações em torno do esquema chefiado pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira revelaram que o contraventor mantinha um estreito vínculo com funcionários da revista, a quem sugeria matérias e municiava de informações, sempre com o interesse de prejudicar seus desafetos, entre eles, em algum momento, Zé Dirceu. 

Não se trata aqui de querer defender quem quer que seja diante de denúncias quando estas estejam bem fundamentadas. A questão é que, a "boa intenção" não pode justificar a má-fé. Apesar da propagada importância da "imprensa livre" para a democracia, no Brasil, ninguém parece preocupado em lembrar a responsabilidade desta mesma imprensa enquanto formadora de opinião e ator político. Temendo o fantasma da "censura", evitamos debater os erros propositais dos veículos privados ao mesmo tempo em que aplicamos aos públicos, sem a menor reflexão, a pecha de "chapa branca". E a influência destes erros pode ser nefasta para a democracia. Basta lembrar que, para a Veja, até há poucos meses, o senador Demóstenes Torres, recém-cassado pelo envolvimento com Cachoeira, era um paladino da Justiça. Conforme se soube depois, a revista sabia há tempos da ligação entre o bicheiro e o parlamentar goiano. E nada fez.





ADVOGADO NEGA ENTREVISTA DE MARCOS VALÉRIO A VEJAO GLOBO - 15/09 - 20h26
O advogado do empresário Marcos Valério, o criminalista Marcelo Leonardo, disse neste sábado que seu cliente não deu entrevista à revista Veja e negou as declarações atribuídas a ele, acusando o ex-presidente Lula de ser o chefe do mensalão.

— Desde 2005 Marcos Valério não dá entrevistas e não deu nenhuma entrevista para a revista Veja agora. Ele nega o teor das declarações atribuídas a ele — disse Leonardo, por telefone, ao GLOBO.

O advogado José Luís Oliveira Lima, que representa o ex-ministro José Dirceu, criticou a reportagem, com declarações de Valério, supostamente reveladas por pessoas próximas.

— Acho muito estranho que na véspera de iniciar o julgamento contra o meu cliente, e também na véspera do primeiro turno (das eleições), a revista venha com uma matéria desprovida de fatos concretos, de provas e documentos — afirmou o advogado, que minimizou a hipótese de o artigo influenciar no julgamento. — Fico tranquilo quando lembro que meu cliente está sendo julgado pelo STF, composto pelos magistrados mais experientes do país, portanto vacinados para qualquer tipo de pressão.

Em entrevista à rádio CBN, o ministro Marco Aurélio Mello, que participa do julgamento do mensalão, também minimizou a possibilidade de interferência:

— A reportagem não vai interferir no julgamento. A esta altura, nós temos os acusados já definidos. Nesse processo, não se volta para uma fase ultrapassada. De qualquer forma, o Judiciário só atua mediante provocação do Ministério Público.


O Mundo Precisa do Wikileaks?



Ao contrário do que pode parecer, Wikileaks - A Guerra de Julian Assange Contra os Segredos de Estado (Verus Editora) não é uma biografia oportunista do polêmico hacker australiano, ganhador de dois importantes prêmios internacionais pela contribuição dada por sua organização ao jornalismo investigativo e atualmente perseguido pelos governos suecos e norte-americano.   

Escrito pelos jornalistas David Leight e Luke Harding, do prestigiado diário britânico The Guardian, o livro analisa parte da errante infância do australiano (nascido em 1971, da relação fugaz de dois jovens hippyes que se conheceram durante protestos contra a Guerra do Vietnã) para sugerir o que o motivou a criar o site destinado a receber cópias de documentos sigilosos de interesse público e divulgá-las garantindo absoluto sigilo às fontes. 

Além de descrever em minúcias o funcionamento do Wikileaks, os autores revelam um pouco mais sobre quem é e o que levou o soldado norte-americano Bradley Manning a copiar e repassar ao site informações militares sigilosas. 

Entre os milhares de arquivos e documentos copiados pelo soldado estava a íntegra do vídeo do momento em que um helicóptero Apache do Exército norte-americano, a quilômetros de altitude, dispara contra pessoas aparentemente desarmadas reunidas em um subúrbio da capital iraquiana, Bagdá. Entre os doze mortos estavam dois funcionários da agência de notícias Reuters. Entre os feridos, duas crianças. Ao saber da presença das crianças, um dos pilotos tenta se justificar: "Bem, a culpa é deles por trazerem os filhos para uma batalha". 

Embora não tenha causado a comoção pública que Assange esperava, o vídeo ajudou os críticos da guerra do Iraque a comprovar que a chamada "guerra cirúrgica" não passava de discurso oficial. 

Neste sentido, muito mais efeito tiveram as informações que Manning vazou e o Wikileaks publicou com a ajuda de cinco dos mais importantes veículos de imprensa do mundo a respeito do número de civis mortos durante a guerra do Afeganistão; das torturas, desmandos e atos covardes perpetrados pelas forças de coalizão no Iraque, além do imenso conjunto de documentos diplomáticos que obrigariam a opinião pública mundial a olhar de forma menos complacente e ingênua as interesseiras, intrincadas e pragmáticas disputas geopolíticas. 


O vazamento levou Manning à prisão, onde aguarda ser julgado pela acusação de "fornecer informações sobre a defesa nacional a uma fonte não autorizada, informações sigilosas cuja divulgação, se acredita, poderia trazer prejuízos aos Estados Unidos". Segundo seus defensores, mesmo que não seja condenado à execução sumária, o soldado corre risco de morte, pois o isolamento e as condições subumanas em que vem sendo mantido há anos vem provocando a deterioração de suas faculdades físicas e mentais.

"Se eu fosse alguém mal-intencionado poderia ter vendido as informações a Rússia ou a China e ganhado muito dinheiro. Não fiz isso porque são dados públicos. Pertencem ao domínio público", revelou Manning, em uma sala de bate-papo, ao hacker que em seguida o denunciaria às autoridades como traidor. "Acredito que a informação deve ser livre. Outro Estado simplesmente se aproveitaria das informações e tentaria conquistar alguma vantagem. Eu quero que as pessoas vejam a verdade, independentemente de quem são, porque, sem informação, você não pode tomar decisões fundamentadas".

Enquanto Manning, há 850 dias na prisão, recebe pouca atenção da mídia, Assange se encontra asilado na embaixada equatoriana no Reino Unido. Se for detido e extraditado para a Suécia, onde responde a dois controversos processos por estupro, Assange pode ser condenado à prisão perpétua. Ou, pior: à morte, conforme clamam alguns parlamentares republicanos, alegando que o australiano contribuiu com os inimigos dos EUA, colocando a vida de milhares de pessoas em risco ao divulgar documentos sigilosos. 

Sem tomar partido de Assange e não se furtando a apontar suas idiossincrasias, Leigh e Harding sugerem as mudanças impostas pela internet não só ao jornalismo, mas ao conceito de comunicação como um direito. A leitura do livro sugere tantas e diferentes discussões, que seria impossível resumir, com riqueza, tudo em um único post.





quinta-feira, setembro 13, 2012

Asfalter do Chão


Parece piada sobre o Niemeyer, mas é fato verídico recente. Na bela Alter do Chão, balneário de Santarém (PA), a prefeitura asfaltou um trecho da "praia". Assim, sem mais. Os homens estavam recapeando uma rua de acesso à enseada do Lago do Jacundá, devem ter se distraído e, quando deram por si, estavam atolados em um pequeno pedaço daquele paraíso banhado pelo Rio Tapajós e apontado como um dos mais belos destinos turísticos do país. Local onde o semifosco esteve no ano passado, embasbacado, tomando Cerpinha Gold - uma das raras cervejas industriais que se salvam no país das cachaças. 

Prestes a deixar o cargo, a prefeita Maria do Carmo se desculpou pela falta de noção asfáltica dos subalternos e prometeu recuperar o estrago ambiental. Sequer tentou justificar o inexplicável.   

Em tempo, o Sairé, manifestação cultural-religiosa e, acima de tudo, popular, com mais de 300 anos de tradição, teve início hoje (13) e segue até segunda-feira (17). Os desfiles das agremiações rivais Boto Tucuxi e do Boto Cor de Rosa acontecem amanhã (14) a noite. 

                                   fotos: O Estado de Tapajós



Leia também:

Alterado
Algumas considerações sobre Alter
Gaymada 

sábado, setembro 08, 2012

Educação ou morte!


A festa do Dia da Independência na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, é bonita feito uma mula de charrete. Enfeita-se, enfeita-se, até que, além de funcional como sempre, fique mais apresentável. Só que o laço colorido não faz da mula uma égua. Com a Nação é a mesma coisa. O discurso oficial, por mais empolado que seja, mal esconde as deficiências, os problemas. Pra confirmar isso, basta deixar o palanque das autoridades e dar um pulo em um dos vários banheiros químicos instalados ao longo da Esplanada para ver que o buraco ainda está mais pra cá - mas que seja um pulo rápido, pois o cheiro é nauseante.





Marcha contra a Corrupção em Brasília reúne menos público neste ano

07/09/2012
Agência Brasil
Mesmo com sol forte e baixa umidade relativa do ar, milhares de pessoas, sobretudo jovens, participaram, na Esplanada dos Ministérios, da Marcha contra a Corrupção. Em sua quarta edição, contudo, o ato reuniu menos gente que em anos anteriores. No ano passado, por exemplo, a Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF) contabilizou cerca de 25 mil pessoas participando pacificamente do movimento.
A redução do número de participantes foi atribuída pelos organizadores, entre outros motivos, como o clima e o feriado emendado com o fim de semana, à demora das autoridades em liberar o carro de som do movimento para acompanhar os manifestantes. Eles contavam com o carro de som para atrair parte do público que acompanhava o desfile oficial do Sete de Setembro, realizado do outro lado da avenida.
De acordo com Cláudia Cunha, uma das organizadoras do Movimento Brasil contra Corrupção (MBCC), já se esperava que a marcha atraísse menos gente, em razão do calor e do clima seco dos últimos dias. Mas, para ela, a “proibição” de que o movimento usasse o carro de som resultou em um número ainda menor que o esperado.
Inicialmente, o carro de som foi impedido de seguir junto com os manifestantes que se concentravam entre o Museu da República e a Biblioteca Nacional, o que não ocorreu em anos anteriores. Quando o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) autorizou a saída do veículo, os manifestantes haviam alcançado a Praça dos Três Poderes e o desfile oficial já havia terminado.
De acordo com Cláudia, a proibição partiu da Presidência da República e, na sua avaliação, serviu para desmobilizar os protestos contra a classe política. “Fomos proibidos pela Presidência de descer [o Eixo Monumental com o carro de som] para ajudar a movimentar a marcha e, inclusive, apoiar a segurança dos participantes”, disse ela à Agência Brasil.
“Isso com certeza diminuiu a adesão popular à marcha. Sem o carro de som, muitas pessoas que estavam do outro lado do Eixo Monumental não ficaram sabendo do movimento e foram embora assim que o desfile acabou”, acrescentou Marcos Freire, outro dos organizadores do MBCC.
De acordo com o coronel da Polícia Militar, Jailson Ferreira Braz, responsável pelo policiamento da área, o carro de som foi impedido de avançar devido a um acordo entre o governo do Distrito Federal e a Presidência da República para garantir a segurança da população. “Temos um acerto com a Presidência da República que prevê a interdição da via ao tráfego de veículos em geral. Tanto que os estacionamentos [dos ministérios] não puderam ser usados pela população”, disse.
Lembrado de que, em anos anteriores, o carro pôde acompanhar a marcha, o coronel disse apenas que a “demora na liberação do carro de som” não dependia dele. “Estou aqui para apoiar, inclusive, a Presidência da República. E o trânsito em geral não foi liberado até agora [13h]”.
Procurada, a assessoria de imprensa da Presidência respondeu que a questão é responsabilidade da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal e que não tinha informações sobre o que aconteceu.
A PM-DF estima que entre 3 mil e 5 mil pessoas participavam do ato no momento em que o grupo deixou o local de concentração, portando faixas e cartazes pedindo o fim da impunidade. Já os organizadores calcularam que, somadas as pessoas que aderiram ao ato durante o percurso, o número total foi duas vezes maior. Segundo a PM-DF, somados todos os eventos, incluindo a cerimônia oficial, cerca de 38 mil pessoas compareceram à Esplanada dos Ministérios, onde também ocorreu o Grito dos Excluídos.

Aqui é só SUUCEESSOOOO!



Vinte minutos em um local público em que se ouvia ao fundo, em bom volume, como não poderia deixar de ser, uma tal de Club FM. Vinte minutos. Foi o máximo que suportei. Abandonei o recinto após ouvir um sujeito cantando que iria rolar um tal de tcha-tcha-tcha; um segundo propagando que queria o tchum (?) e também o tchá (??) e um terceiro tecendo loas ao tche-tche-re-tche-tche. Saí de fininho antes que as onomatopéias baixassem a níveis ainda mais infantilóides. 

É impressionante. Por que eu não imponho a ninguém (salvo, talvez, aos meus vizinhos) que ouça Criolo, Karina Buhr, Cartola, Chico Buarque, Luis Melodia, Racionais, Xis, Kings Of Leon, Led Zeppelin, Jorge Drexler, Jarabe de Palo, etc, etc, etc... mas estas pessoas "animadas" acham que tem o direito de me inflingir aquilo de que gostam? Já percebeu que ninguêm no ônibus NUNCA se sente no direito de sacar um celular do bolso e colocar Miles Davies ou Charlie Parker para todos os passageiros ouvir? Pelo contrário. Se há por aí um sujeito carregando as Bachianas de Villa-Lobos no telefone móvel ele as está ouvindo baixinho, envergonhado, sob o sigilo dos fones de ouvido. 

Pior que ao fim dos apenas vinte angustiantes minutos, no exato momento em que eu me perguntava como preencher a programação radiofônica com tanta poesia de gosto duvidoso, eis que um dos três sujeitos já citados volta a soar. Só que é a mesma música de antes. Só não digo quem ou qual porque, para mim, todos se parecem. Pior: melodicamente, as músicas todas se parecem. Só mudam as onomatopeias.

Já as personagens das letras ou são cornos que, traídos, caíram na balada e, por mais que suas conversões soem inverossímeis, viraram machos-alfa pegadores, ou então são sujeitos que deixaram ou foram deixados por uma mulher e a desejam de volta após uma insatisfatória e também inverossímil temporada como cafajestes-sensíveis. Qualquer que seja o caso, nenhum dos dois tipos se cansa de propagandear os benefícios da cerveja - o que ajuda a receber um convite para se apresentar na Festa do Peão de Barretos, evento no qual as mulheres desacompanhas costumam ser tão bem tratadas quanto nas letras de alguns funks.  

Por que digo que suas histórias são inverossímeis? Você consegue imaginar um tipo que chegue falando para uma mulher madura sobre a possibilidade de ambos fazerem juntos um tche-tche-re-tche-tche gostoso se dando bem? Talvez eu tente só para colocar minha tese à prova, pois acho que não é à toa o grande número de mulheres solteiras ou que preferem adiar os planos de ter filhos. Como educar uma criança com a ajuda de um sujeito que se refere ao ato sexual ou a carícias como o "tcha-tcha-tcha"? Uma dupla inclusive resgatou e publicizou a velha e grosseira expressão "tchaca-tchaca na buchaca", que adolescentes e adultos machos há décadas veem usando entre si de forma pejorativa. 

Enquanto isso, aqui mesmo em Brasília, a Kiss FM saiu do ar sem qualquer explicação. Do dia pra noite, a classic-rock radio deixou no dial um simples ruído. Isso aconteceu uma semana após quatro ou cinco pessoas que pouco tem em comum além do fato de trabalharem juntos elogiarem a programação e afirmarem ser ela (a Kiss) uma das poucas, senão a única, rádio musical que ouviam na capital federal.

Vai ver que nem os empresários e anunciantes que não curtem tcha-tcha-tcha acham mais necessário e justo impor suas preferências aos ouvintes. Pelo sim, pelo não, melhor eu não me esquecer mais dos fones de ouvido. 

domingo, setembro 02, 2012

O Brasil Profundo Revelado Pelo Verdadeiro Jornalismo Cidadão


Em Patos (PB), os meliantes estão furtando até galinhas de estimação. A vítima mais recentes foi Rafinha, a galinha chique que respondia a seus parentes humanos com sonoros có-có-có.

Rafinha foi levada na surdina, junto com uma panela de pressão, uma bacia de plástico e uma "caçanora" (??) - "troços" de pouco ou nenhum valor para a dona da galinácea, que sentiu mesmo foi a ausência de Rafinha. Sofrendo com a ausência e temendo pela sorte da galinha, sua dona/criadora foi internada em um hospital local, onde se negava inclusive a comer, tamanha sua dor.

Não tardou para a ocorrência ganhar ares de tragédia e chegar às redes sociais e à imprensa paraibana e nacional.



Surgiu então a campanha "Devolvam a Rafinha", capitaneada por semi-celebridades que toparam gravar um comercial pedindo a quem estivesse com a galinha que a devolvesse penada e salva. Sua dona afirmou publicamente que daria R$ 100 a quem trouxesse Rafinha de volta e que, se isso acontecesse, não registraria qualquer queixa contra quem quer que fosse.

Infelizmente, os piores medos dos tantos que acompanharam o desenrolar dos fatos se tornaram realidade. Rafinha foi morta em condições ainda a serem esclarecidas, conforme noticiaram importantes veículos de imprensa, a exemplo do PortalTavares. Suspeita-se que Rafinha pode ter morrido de de depressão.

29/08/2012 às 20h22min

DESFECHO: Galinha Rafinha é encontrada morta
Velório da galinha 'Rafinha' atrai multidão em Patos; 'corpo' é enterrado no cemitério da cidade
Finalmente a galinha Rafinha foi encontrada. Porém, o final desta história não foi nada feliz, pois o animal foi achado morto. Segundo o agente Firmino, da 5ª superintendência de polícia, o acusado de roubar Rafinha foi preso e confessou ter pulado o muro da casa Genecira de Oliveira, dona da ave, e pegou o bicho.
Ele ainda disse que vendeu o animal para um sítio. O dono do local, que não quis se identificar, afirmou que não sabia que a galinha havia sido roubada. Só depois que a história ganhou as redes sociais na internet, o fazendeiro suspeitou da compra e até iria devolver o bicho, porém, a ave havia falecido. Segundo ele, a galinha morreu de tristeza.
Na quarta-feira (28), Rafinha foi velada e enterrada no cemitério São Miguel. Antes, porém, um programa sensacionalista exibiu cenas impactantes dos restos mortais da galinha. O velório de Rafinha atraiu uma multidão de curiosos, desempregados e outros sem mais o que fazer. Frente à repercussão, a polícia civil conseguiu identificar o criminoso, detido por populares quando tentava furtar um saco de feijão de uma mercearia.

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Como não poderia deixar de acontecer, oportunistas de plantão tentaram tirar proveito do lamentável fato que chocou o país.

velório gera discórdia política em Patos


A morte da galinha ‘Rafinha’ não mexeu apenas com as emoções da dona do animal, Genecira Maria. Mexeu também com os ânimos dos adversários políticos em Patos, o prefeito Nabor Vanderley (PMDB) e o candidato a suceder Vanderley, Dinaldo Filho (DEM).
A ida de Vanderley ao polêmico velório do bicho de estimação causou a revolta de seu rival. Filho chamou de “uma aberração” o ‘ato de solidariedade’ prestado por Wanderley. Em sua defesa, o perfeito justificou a presença no velório como “fruto do acaso”, já que não tinha pretensão de ir ao ‘evento fúnebre’.
Entenda o caso - A galinha 'Rafinha' ganhou a mídia local e nacional após um ladrão entrar na residência da Dona Genecira Maria e furtar o animal junto com alguns pertence. Como o animal era de estimação, Dona Genecira e uma filha dela ficaram deseperadas e procuraram os meios de comunicação para apelar ao ladrão que devolvesse o animal, oferecendo até uma recompensa.
Na última quarta-feira  (29), a polícia localizou o ladrão e encontrou 'Rafinha', só que está já havia morrido, de 'tristeza', como afirmam alguns sites do sertão, ou, pelos maus tratos a que ela não estava acostumada, visto que na casa da Dona Genecira "só comia ração selecionada". O bandido revelou que trocou Rafinha por duas pedras de crack em uma localidade, conhecida por “Beco da Corda”, no Bairro da Vitória em Patos.
Em solidariedade a Dona Genecira, um grupo de amigos resolveu fazer um enterro simbólico de 'Rafinha', iniciativa que atraiu mais de mil pessoas ao velório e ao cortejo fúnebre até o cemitério da cidade. O caso inusitado atraiu a atenção da mídia nacional, que esteve na cidade para cobrir o evento.
A história, contudo, ainda não tinha acabado pois, hoje em dia, histórias assim só acabam quando musicadas. 

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Disponibilizado no youtube, o vídeo da música com cenas do velório de Rafinha foi visto por quase 50 mil pessoas em apenas dois dias e virou palco de manifestações xenófobas e de um bate-boca entre detratores e defensores da região Nordeste.