segunda-feira, setembro 24, 2012

Verde, Amarelo, Azul e...Vermelho



Jogo do Grande Acerto. Identifique a diferença entre as duas figuras abaixo. A primeira, divulgada há pouco mais de uma semana, para cativar o público. A segunda, tirada de um boneco que ficará instalado sabe-se lá por quanto tempo em um ponto privilegiado da cidade com maior poder aquisitivo do país para...divulgar a beleza do Congresso Nacional, ao fundo.




"Até o início dos anos 1970, os logotipos em roupas geralmente ficavam escondidos discretamente colocados na face interna dos colarinhos. No final da década, quando o mundo da moda se rebelou contra o brilho aquariano, a roupa do country-club tornou-se o estilo de massa para os novos pais conservadores e seus filhos mauricinhos. Em meados dos anos 1980, o logotipo aos poucos passou de uma afetação ostentatória a um acessório de moda e o tamanho da logomarca inflou de um emblema de dois centímetros para uma tenda do tamanho do peito. Os logos passaram a ser tão dominantes que transformaram seus fieis adeptos em bonecos ambulantes. Em meados dos anos 1990, empresas como Nike, Polo e a Tommy Hilfiger estavam prontas para levar a marca ao patamar seguinte: não mais simplesmente conferir suas marca a seus produtos, mas também à cultura externa - ao patrocinar eventos culturais, elas podiam sair pelo mundo e utilizar vários desses eventos como postos avançados. Para essas empresas, o branding não era apenas uma questão de agregar valor ao produto. Tratava-se de cobiçosamente infiltrar ideias e iconografia culturais que suas marcas podiam refletir ao projetar essas ideias e imagens na cultura como "extensões" de suas marcas [...] Embora nem sempre seja a intenção original, o efeito do branding avançado é empurrar a cultura que a hospeda para o fundo do palco e fazer da marca a estrela. Isso não é patrocinar cultura, é SER a cultura. E por que não deveria ser assim?".  

Naomi Klein - Sem Logo, A Tirania Das Marcas Em Um Planeta Vendido

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