sexta-feira, setembro 21, 2012

Marta Hacker Suplicy - miss digital


A nova ministra da Cultura, Marta Suplicy quer ser a Miss Digital? 

Marta Hacker é o sobrenome da miss Brasil de 1954, a baiana Marta Hacker Rocha.

Sete dias após assumir o ministério, o primeiro `setor´ que Marta recebeu em audiiência foi justamente aquele que mais criticou sua antecessora, a  ex-ministra Ana de Hollanda, ou seja, o dos ativistas da cultura digital, um verdadeiro balaio (ou rede) de gatos. 

Durante a reunião, Marta foi humilde e honesta. Disse estar tomando pé das atribuições, políticas e desafios da pasta. Confessou ter ficado surpresa com a dimensão do desafio que tem pela frente. E demonstrou interesse em entender melhor a interface cultura/universo digital. Ainda assim, ao ser perguntada se é uma hacker, respondeu que vai ser. Talvez porque tenha lembrado da miss. Na mesma hora, a resposta inspirou a criação, no twitter, da hashtag #martahacker. 



Reunião com Marta anima ativistas da cultura digital

 

Uma frase curta e de difícil compreensão para leigos em informática está sendo interpretada como sinal de mudança na relação entre o Ministério da Cultura (MinC) e a cultura digital, da qual os pontos de Cultura, no Brasil, são a expressão mais visível em termos de políticas públicas.

Ao se reunir com representantes do setor, esta tarde (20), em Brasília, a ministra Marta Suplicy disse “ainda não sou uma hacker, mas vou ser”. Bem recebida pelos participantes do encontro, a frase na mesma hora inspirou a criação da hashtag (modelo de endereço digital) #Martahacker no Twitter.

“Podem ter certeza, vocês são a minha turma”, disse Marta, prometendo manter diálogo permanente com representantes do setor. Com status de audiência pública e transmitida pela internet, essa foi a primeira reunião da ministra com representantes de um setor cultural.

Para os participantes, foi mais um indício de uma mudança em relação à gestão anterior, já que eram justamente os ativistas da cultura digital os maiores críticos da ex-ministra Ana de Hollanda. O setor associava a ex-ministra à tentativas de restringir o compartilhamento digital de conteúdo e a criticava por não lançar nenhum novo edital de convênio para novos Pontos de Cultura.

“Mudou tudo no MinC. O discurso da Marta é a antítese do que foi o da Ana. O Brasil voltou ao século 21 na cultura”, escreveu o jornalista Renato Rovai no Twitter. Já o produtor cultural Pablo Capilé disse a Agência Brasil que o encontro foi promissor e indicativo do que poderá ser a gestão de Marta “após dois anos de obstrução do diálogo com o setor”.

“Não estamos passando atestado e temos autonomia para cobrar e criticar se for necessário, mas a avaliação é que os primeiros sinais são positivos. A ministra Marta é uma política capaz de sentir a temperatura e fazer transbordar algo que já está fervendo, como é o caso da cultura digital por todo o país”, disse Capilé.

"delírio" - Durante a reunião, Marta admitiu ainda estar conhecendo o Ministério da Cultura (MinC), que assumiu há sete dias. Afirmou também que a meta do país ter 15 mil pontos de Cultura em funcionamento até o ano de 2020 é um “delírio” que exigirá muito trabalho para ser atingida.

“O resgate e o fortalecimento dos pontos de Cultura têm que ser um ponto central dessa gestão, mas falar em 15 mil [unidades] em funcionamento até 2020 é um delírio. Vamos ter que trabalhar muito para isso e vamos trabalhar”, disse a ministra, destacando que, dos cerca de 4 mil pontos de Cultura identificados em todo o país, apenas 2,3 mil são beneficiados por convênios com o ministério.

A meta de 15 mil pontos de Cultura é um dos 53 objetivos do Plano Nacional de Cultura (PNC), elaborado em parceria com representantes da sociedade civil e aprovado em dezembro de 2011.

A secretária executiva do Pontão de Articulação da Comissão Nacional de Pontos de Cultura, Patrícia Ferraz, disse ter interpretado a declaração da ministra como um reconhecimento da necessidade de mudanças.

“Vendo a atual realidade do ministério, o [montante] de recursos destinados ao Programa Cultura Viva [ao qual estão associados os pontos de Cultura], a meta dificilmente seria atingida. Acho que ao reconhecer o que chamou de delírio, a ministra admitiu que é necessário um outro olhar, uma nova linha de atuação por parte do ministério”, disse Patrícia.

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