quarta-feira, dezembro 26, 2007

Quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Interessado em conhecer (mais sobre) a música africana?
Ouça o blog
No dial tradicional, o programa vai ao ar pela Educadora FM, emissora pública ligada ao Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia. Toda a programação é produzida por uma equipe interdisciplinar formada por pedagogos, músicos, professores, jornalistas e outros técnicos. Para curiosos, para quem não gosta da mesmice das "mais pedidas", também vale o acesso. Aproveite e...
Ouça a Rádio

domingo, dezembro 23, 2007

Domingo, 23 de dezembro de 2007

Feijoada Búlgara
Ska, samba, salsa, funk, rock e…ritmos do leste europeu. É até difícil classificar que apito tocam os brasilienses da Móveis Coloniais de Acaju.

Para o ex-Karnak, André Abujamra, “Essa banda é uma mistura de Kusturica com Hermeto, um pouco de Cuba com macarrão. Um pouco de Paulista sendo de Brasília, um pouco de Brasília sendo do Brasil, um pouco do mundo sendo da Terra e, por que não, um pouco de Karnak com Los Hermanos”. Não entendeu? Pois o músico não se dá por vencido e segue explicando. “Gorbachev com Copacabana. Samba de russo, pagode de cego com Tom Waits. Se fosse teatro seria Tadeus Kantor, se fosse foto seria do Rodchenko, se fosse esquilo não sambaria”. Ah, então tá, né.

Explicações à parte, o fato é que, capitaneada pelo carismático e elétrico vocalista André Gonzales, a banda, em 2007, foi destaque em vários festivais de música independente Brasil afora. Como, aliás, já acontecera em 2006.

O convite para tocar - ao lado de Lobão e da festejada Vanguart - em um programa global em homenagem ao maluco-beleza Raul Seixas e o fato de ter sido selecionado para compor o Projeto Rumos, do Itaú Cultural, só reiteraram o ótimo ano do grupo. E confirmaram o reconhecimento dos fãs que lotam cada disputado show em Brasília.

(Segundo a própria banda, na capital federal, seu cd de estréia, Idem, vendeu duas mil cópias em apenas dez dias. Muito embora, para mim, o disco não faça jus aos méritos do grupo, já que “limpa” excessivamente a massa sonora produzida pelos dez músicos. Sim, dez).

Outro detalhe importante é que, fiel à máxima punk “faça você mesmo”, a banda não se acomoda sob os holofotes que vão gradativamente se acendendo e segue tocando como se não tivesse quase dez anos de estrada, divulgação no site da gravadora Trama, e viesse recebendo críticas elogiosas e, mais importante, amealhando cada vez mais fãs. Cientes da relatividade do sucesso, os músicos organizam na capital federal o projeto Móveis Convida. Dessa forma, já tocaram ao lado de novos nomes que vem se destacando, como Orquestra Imperial, Teatro Mágico, Canastra, Ludov.

Para os detratores não dizerem que só falei de flores, segue trecho de reportagem publicada pela revista Veja: “Essas bandas são a trilha sonora do momento daqueles que Reinaldo Azevedo, colunista de VEJA, batizou de "remelentos e mafaldinhas" – os universitários de classe média que adoram embarcar em presepadas esquerdóides, como a recente invasão da reitoria da Universidade de São Paulo (USP). Tanto o Mombojó quanto o Móveis Coloniais de Acaju foram forjados por estudantes de universidades federais”.

É bem verdade que a banda, assim como Los Hermanos, faz parte daquela cena “universitário cabeça", mas se sua música é boa e seus shows empolgam e fazem dançar, que importa que faça trocadilhos kafkanianos como na música Metamorfose: “Quando acordou, Gregório Samsoniti / Tinha se tornado um horrível sanduíche / De frango compactado / De frango com aliche”. Além do mais, são a Veja e o Azevedo quem estão dizendo.

Para quem quiser saber mais sobre a banda, optei por postar abaixo o primeiro vídeo-clip feito pelo Móveis, mas recomendo outros vídeos do youtube que, gravados ao vivo por fãs do grupo, pecam na qualidade do som, mas dão uma mostra fidedigna da energia dos caras no palco. Além disso, dá para ouvir boa parte das músicas do disco Idem em http://www.moveiscoloniaisdeacaju.com.br/produtos/cd_idem/index.php

Seria o Rolex? - Móveis Coloniais de Acaju

sábado, dezembro 22, 2007

Sábado, 22 de dezembro de 2007

Você sabe o que é resiliência?

"Até bem pouco tempo atrás, eu nem desconfiava. Palavra que migrou da física para as ciências sociais e- principalmente - para o mundo das empresas (onde certas palavras entram e saem de moda como modelo de gravata), resiliência signigica capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças, segundo o Houaiss. Isso no sentido figurado, claro - que é o que nos interessa nesse momento. É, talvez, a palavra que melhor sintetize o espírito desse nosso tempeo em que estamos expostos a toda a sorte de eventos e situações que nos colocam à prova todo santo dia. Como mostra com elegância o repórter Rafael Tonon na matéria de capa desta edição, ter resiliência é, enfim, saber levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima. Ser resiliente, hoje, é conseguir conciliar uma vida profissional ativa e exitosa com uma vida pessoal plena. É levar um tombo feio na vida e recobrar a confiança. Nossos desafios sáo cotidianos e por ele somos cada vez mais exigidos, em todos os aspectos da vida. Por isso a necessidade de ser resiliente, ou, em outras palavras, ter vitalidade e otimismo".
Leandro Sarmatz, redator-chefe da revista Vida Simples
A reportagem O Caminho da Superação, da edição que está nas bancas este mês, pode ser lida no site da revista. Clique aqui.

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

O Amor Pretérito

Uma boa chance para quem está (ou vai a) em São Paulo conhecer, de graça, o trabalho do premiado Grupo XIX de Teatro.
Entre os dias 1º e 16 de dezembro, em caráter de pré-estréia, o grupo de São Paulo realiza apresentações públicas e gratuitas de sua terceira e mais recente peça.
Após retratar a condição feminina por meio de personagens internadas em um hospício (Hysteria - 11/2001) e do processo de erradicação dos cortiços no século XIX (Hygiene), o grupo se volta para o amor. Arrufos, me diz o Google, é o nome de um quadro pintado em 1817 por Belmiro de Almeida (1858-1935). Imagem que ilustra o panfleto da peça.
As apresentações acontecem aos sábados, às 21h, e domingos, às 20h. O local, a mesma Vila Maria Zélia, no Belenzinho, local em que o grupo fincou bandeiras desde os ensaios da segunda peça. E que por si só já vale a visita.
Reservas e informações no telefone (11) 8283-6269
Para saber detalhes de como chegar à Vila clique em http://www.grupoxixdeteatro.ato.br/hygiene/comochegar.html.

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Sexta-feira, 07 de dezembro de 2007

Umas últimas palavras sobre Caracas
Ao chegarmos a Venezuela, voltamos duas horas no tempo. Fomos para tentar descobrir se, afinal, aquilo é ou não uma democracia. Em meio à busca da resposta, encontramos um povo solícito com os estrangeiros. Uma gente atenciosa e consciente do momento político que, para o bem, para o mal, alçou o país ao proscênio geopolítico.

Descobrimos também que o venezuelano é orgulhoso. Somando-se a isso a histórica opressão a que foi submetido e a falta de autonomia, fica fácil entender os arroubos verbais de Hugo Chávez.

Como nos contou um taxista, Chávez já foi bem mais moderado com as palavras, mas parte da população, sobretudo as camadas mais pobres, justamente a que lhe dá sustentação política, achava que daquela forma o presidente não conseguiria se impor. Vai daí, talvez, o jogo para a platéia. O fato é que o presidente roubou a cena e assumiu papel de destaque entre os líderes latino-americanos.

Mas nestas últimas considerações, o que quero é registrar algumas informações e impressões sobre a capital, Caracas, onde passei todo o tempo.

A moeda local é o Bolívar, por nós apelidada de biro-biro. No câmbio oficial, um dólar equivale a pouco mais de dois mil bolivares. Já nas ruas, no câmbio negro, é fácil encontrar quem pague até cinco mil biro-biros.

Para situarmo-nos financeiramente. O metrô custa 500 bolivares (US$ 0,10 no câmbio negro). Uma garrafa d’água mineral, 1.500 bolivares, mesmo preço do jornal El Nacional. Um bom almoço ou jantar fica entre 19 mil e 30 mil biro-biros, ou seja, no máximo, R$ 12.

Um alimento típico é o arepa, espécie de pão de milho. Há casas especializadas que o vendem recheado com tudo o que houver disponível no país. O raciocínio parece ser, se é de comer, então e possível rechear um arepa. Eu, particularmente, só o comi puro, no máximo com manteiga, e não gostei.

O país, um dos maiores exportadores mundiais de petróleo, é rico, embora sofra do mal que atinge todas as ex-colônias ibero-americanas: a concentração de riqueza na mão de poucos.

Sendo produtor de petróleo, a gasolina, lógico, é extremamente barata. O que explica a quantidade de carros, sobretudo de carros antigos. Disseram-nos que com o preço de uma garrafa d’água grande é possível encher o tanque de um carro.

É justamente com o dinheiro da exportação de petróleo venezuelano – cujo principal comprador, vale dizer, são justamente os Estados Unidos – que o governo tem bancado os programas sociais de redistribuição de renda. Muitos acusam Chávez de ser populista, mas o fato é que o país sempre ganhou muito dinheiro com a venda do óleo e permitiu que poucos se beneficiassem desta riqueza.

Chávez, sem dúvida alguma, contrariou muitos interesses desde que chegou ao poder, em 1992, através do voto. Seja atuando junto a Opep de forma a elevar os preços do barril de petróleo, seja se aproximando de regimes classificados pelo governo norte-americano como ditatoriais ou que apóiam o terrorismo.

Se alguém estiver indo a Caracas, recomendo o Hotel Savoy, na Av. Francisco Solano com Las Delícias, no bairro Sabana. Simples, mas barato e bem localizado, além de ter um ótimo restaurante no térreo. Fica a poucas quadras do comércio.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Segunda-feira, 03 de dezembro de 2007




A primeira impressão de um turista acidental ao circular por Caracas, Venezuela, é a de que, a qualquer instante, todo o trânsito de automóveis vai empacar, engarrafado. A segunda, um pouco por reflexo da primeira, é a de ter chegado à cidade em meio a um feriado nacional. A terceira... bem, é melhor não entrar em detalhes sobre esse aspecto, mas basta dizer que a cidade parece fazer jus à fama de ser celeiro de misses universos.

Outra coisa impossível de deixar de notar: a onipresença de Hugo Chávez. Ainda mais nestes tempos de referendo popular sobre a reforma constitucional venezuelana. Chávez, autor do projeto, representa o sim à proposta. Um estudante, Yon Goicochea, e o ex-ministro da Defesa do governo Chávez simbolizam o não.

Contudo, quem estiver atento aos símbolos logo perceberá que a influência de Chávez vai além. Basta se deparar com, por exemplo, as pequenas constituições que são vendidas em bancas de camelôs. Ou o livrinho com a cópia dos 69 artigos constitucionais que Chávez e a Assembléia Nacional pretendem alterar, a partir deste domingo, com a concordância dos cidadãos.

A reforma constitucional, como a esta altura todos já sabem, voltou a evidenciar a divisão da sociedade venezuelana, acirrando os ânimos. Na semana passada, antes do pleito final, ocorrido no último domingo 92), um funcionário público foi assassinado durante uma manifestação dos que eram contrários ao projeto de reformas. Chávez e parte dos seus se apressaram a alçá-lo à condição de mártir. Ao mesmo tempo em que perdiam o apoio de nomes importantes entre os até então governistas e que foram empurrados para a oposição pelo que entendem ser um golpe velado nas instituições para que Chávez se perpetue no poder.

Na última sexta-feira, quando cheguei a Caracas, ocorria o encerramento da campanha a favor do sim. O próprio presidente Chávez foi à Avenida Bolívar, uma das principais de Caracas, e discursou para dezenas de milhares de simpatizantes vindos de todo o país. Não sei se estranhei mais ver as fotos de Chávez em todos as publicações institucionais, incluindo um cartaz enorme no prédio do Ministério de Minas e Energia, ou se vê-lo discursando como um candidato.

Diferentemente de mim, alguns venezuelanos com quem conversei não estranham este fato. E, pelo que me disseram, nem chegam a dar tanta importância aos arroubos de Chávez, que voltou a ameaçar a tudo e a todos: George W. Bush, os oligarcas venezuelanos, os jornalistas, os bancos espanhóis e o presidente da Colômbia, por ele tratado como “um peão dos interesses norte-americanos”. Em uma de suas frases de maior efeito, prometeu embargar a venda de petróleo venezuelano para os norte-americanos. “Não haverá sequer uma gota se houver distúrbios após a realização do referendo”.

Ainda assim – ou, até por isso – Chávez é popular e querido por muitos. Na mesma medida em que é odiado por muitos outros. De forma que é difícil alguém de fora, em pouco tempo, tecer considerações conclusivas sobre o processo sócio-político venezuelano. Ainda no aeroporto, uma senhora cubana que vive há muitas décadas no país disse estar o deixando por não querer assistir ao “mesmo filme” que já vira em sua ilha natal. Tudo bem que ela disse que não há terra como os Estados Unidos, mas opinião é como cú, todos têm, e cada um deve respeito.

Da mesma forma que ao taxista que me disse que Chávez realiza o melhor governo de todo o mundo (vai saber quantos países ele já visitou rodando em seu carro com a gasolina barata do jeito que é no país?). Para ele, está fora de cogitação argumentar que Chávez não é um ditador. “Como podem dizer isso se o sujeito governa um país onde é possível tomar o seu mandato por meio de um referendo popular”.

As coisas não são tão simples, o sabemos, mas ambos os lados parecem não ter muitos pudores em relação ao reducionismo
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sexta-feira, novembro 30, 2007

Sexta-feira, 29 de Novembro de 2007



Pelo sim, pelo não
Caracas, Venezuela,
há meia hora.
Manifestantes já começam a se concentrar nas ruas da capital, onde hoje (29) acontece a marcha de encerramento da campanha favorável à reforma constitucional proposta por Hugo Chávez, cuja propaganda, personalista, não poupa sequer edifícios públicos como o do Ministério de Minas e Energia e da PDVSA.
Para saber mais, clique:

segunda-feira, novembro 26, 2007

Segunda, 26 de novembro de 2007

Os militares e a discussão sobre a necessidade de que as Forças Armadas sejam reequipadas voltaram à pauta da grande imprensa. Após duas semanas seguidas nas páginas de IstoÉ, o assunto chega à capa de Veja. Culpa (ou mérito?) de Hugo Chávez ou do nosso ministro da Defesa, Nelson Jobim?
Mares Guia foi denunciado. Sabe por quê? É bem possível que não, pois, de maneira geral, a imprensa preferiu dedicar-se a explicar como isso dificulta a vida do governo na impopular batalha por aprovar a CPMF. Tudo, nesse momento, passa por isso. Apoios políticos, nomeação para cargos públicos, aprovação de leis de interesse nacional.

Personagem caricato por conta do sotaque, Sobel teve, como outros líderes religiosos, papel relevante na luta pelo fim do Regime Militar. O episódio mais conhecido talvez seja sua recusa a enterrar o jornalista Vladimir Herzog no lugar destinado aos suicidas. Herzog foi assassinado nos porões da ditadura. Já pensou ser lembrado por ter sido pego roubando gravatas?
O CD já era. As grandes gravadoras já eram. O jabá radiofônico ainda vai durar um tempo, mas também está com os dias contados. Quer saber porque? Então esqueça o Sobel e, na mesma Época, vá direto à entrevista com Chris Anderson, autor de A Cauda Longa (Ed. Campus). Estou há algum tempo me cobrando escrever algo sobre o livro, que ajuda a entender a nova economia na era virtual.

sábado, novembro 24, 2007

Sábado, 24 de novembro de 2007

Nação Zumbi e Mombojó animam festa-show na UnB


Chupado preguiçosamente do site do Correio Braziliense


A pergunta feita com o nome da festa-show Fome de quê? pode ter várias respostas e todas elas são possíveis quando, entre as sete atrações, nenhuma segue um estilo definido. A resposta mais objetiva vem com o título do CD Fome de Tudo, lançamento da principal atração, Nação Zumbi. Para completar o banquete, os conterrâneos da primeira banda, a Mombojó, trazem um som sem rótulos e cheio de misturas. DJs e bandas locais e de outros estados e países dão o tempero final.

Com 13 anos de carreira e muita história para contar, os pernambucanos do Nação Zumbi trazem a Brasília o show do sétimo álbum. Descrever o som do grupo precursor do mangue beat é uma tarefa difícil, que ficou ainda mais complexa após nova mistura de sons. Além do ritmo tradicional, o grupo introduziu maracatu, baião, rock, psichocarimbó, coco dub, eletrônica, psicodélico e frevo. Difícil saber quando começa um e termina o outro. No palco do Centro Comunitário da UnB, Lúcio Maia (guitarra), Jorge du Peixe (vocal), Pupilo (bateria), Dengue (baixo), Glimar Bola 8 (percussão) e Toca Organ (percussão) mostram tudo isso em forma de espetáculo, com direito a projeções de vídeo e um cenário super produzido.
Se assistir a um show do Nação Zumbi já pode provocar reações emocionais fortes, imagina tocar ao lado deles. Essa é a sensação que os meninos da banda Mombojó vivenciam. “A gente cresceu ouvindo eles, há dez anos estávamos no público, agora estamos do outro lado, dividindo o mesmo palco, como colegas e muito fãs ainda”, comenta o tecladista do grupo, Chiquinho, que também é de Pernambuco.
A Mombojó não está nos programas de televisão, nem é a primeira nas rádios, mas faz um incrível sucesso no meio alternativo. “Isso é um efeito da disponibilidade de músicas na Internet, nós sabemos usá-la a nosso favor, não vendemos muitos discos, mas somos chamados para vários shows”, justifica Chiquinho.
A banda também tem em comum com o Nação Zumbi a ausência de rótulo nas músicas que faz. No último CD, Homem-espuma, é possível ouvir pelo menos, rock, mangue beat, samba e lounge. “Desde o início resolvemos não rotular a parada, até o nome foi escolhido para podermos ir para qualquer lado, o estilo fica a critério de quem está ouvindo”, explica o tecladista.
Na mesma noite, a banda brasiliense Lafusa toca rock indie e bossa no palco principal. Em ambiente separado, na pista, Dubversão (SP), Batidão Sonoro (DF), Adrian Sherwood (EUA) e Brother Culture (UK) mandam dub, reggae, ragga, dancehall e roots até o dia chegar. A festa começa às 21h deste sábado, no Centro Comunitário da UnB. Os ingressos custam R$ 15 antecipados e R$ 20 na hora. Informações pelos telefones 92757649 e 81357575.

sexta-feira, novembro 02, 2007

Sexta, 02 de Novembro de 2007

Viva Cassiano!*
foto: Roberto Fleury/UNB Agência

“Espera um pouco
Não dês nome de amor
Ao que não passa de desejo.
Ideal é uma palavra demais
para o teu apetite de aposentadoria.
Procura ser exato ao definir as coisas.

À minha morte não denomines morte.
Nem a consideres definitiva.
Espere um pouco, amigo!
Espera um pouco
Pela ressurreição”
(Espera um Pouco)

Morreu (ainda que não definitivamente, esperemos) no último dia 15, o poeta Cassiano Nunes (1921-2007). Resisti a escrever o poeta santista, embora ele se identificasse com os artífices seus conterrâneos e cantasse a terra, principalmente o Paquetá e seu porto. Resisti a adjetivá-lo porque sua obra é [ou será] patrimônio nacional e domínio público. A poesia de Cassiano está ao lado dos grandes, mesmo “seu povo não o reconheça”.

Também não escrevi porque cismei com o fato de sua passagem - e as devidas homenagens tardias - ter se dado em Brasília, onde ele vivia desde 1966, tendo lecionado na UNB por 25 anos. Nunes passou seus últimos dias não à sombra de Brás Cubas, mas sim cuidando dos muitos livros de sua casa, na Asa Sul brasiliense.

Posso estar equivocado (coisa comum de ocorrer!), mas me parece que basta ler a obra de Nunes para entender que, apesar de ter corrido mundo desde muito cedo, o poeta que, dizem, ficou sem escrever por mais de 20 anos por considerar seus poemas ruins, queria mesmo é que dissessem dele o mesmo que ele próprio escreveu sobre Ribeiro Couto, outro a nascer em Santos:

“Meu amigo morto, por onde andará? Deve estar junto ao porto, no cais do Paquetá.

Correu longes terras, mas afinal voltou, vistas as paisagens que, infante, sonhou.

Que importa seu povo não o reconheça e seus versos sensíveis até desconheça?

À gente tão fria, Couto absolverá. Já voltou a Santos, ao cais do Paquetá”.

(CANTIGA PARA RIBEIRO COUTO)
* Viva Cassiano! é o título do documentário de Bernardo Bernades, sobre a trajetória poética de Nunes. O filme venceu o prêmio Júri Popular do Festival de Brasília de Cinema Brasileiro de 2004.

domingo, outubro 28, 2007

Sexta, 19 de Outubro de 2007

fotos: Antonio Cruz /ABr

Foram dezessete instalações militares de três estados (Amazonas, Acre e Rondônia) em apenas sete dias. Entre pousos e decolagens em pistas perdidas em meio à Amazônia Ocidental, quase 18 horas sobrevoando a floresta em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). Aviões (Casa) e helicópteros (Blackhawk).

Além da dimensão continental da floresta, flagrantes de desmatamento, militares, indígenas, missionários, ribeirinhos, policiais e uma sucuri de mais de dois metros.

Locais onde, segundo constatou o próprio ministro da Defesa, Nelson Jobim, a presença do Estado se limita às Forças Armadas. Jobim comandou a comitiva de autoridades, que incluía, além da ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Machado, cinco ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e os comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica.

As legendas das fotos precisam ser corrigidas. Nem sempre correspondem ao local com que nomeei o arquivo. Assim que tiver tempo, vou tentar arrumar isso.

segunda-feira, setembro 10, 2007

Segunda-feira, 10 de setembro de 2007

"O sol da liberdade em raios fúlgidos, brilhou no céu da Pátria nesse instante..."


Sete de Setembro na Chapada

Cachoeira Santa Bárbara

Cavalcante - GO

quinta-feira, agosto 02, 2007

Quarta-feira, 2 de agosto de 2007

Ruínas de Quilmes, Argentina
Da nossa correspondente...


Escrevo de Cafayate, nos Valles Calchaquíes, que fica ao norte da Argentina. Chegamos pensando que estaria muito frio por aqui, mas pelo contrário. Estou arrependida de não ter trazido meu biquini para as tardes quentes.


Infelizmente, as noites são bem frias e temos que dormir coladinhas. Por sorte temos os bons vinhos portenhos para nos aquecer! Além do que, nosso grupo é engraçado: uma outra francesa além de mim, uma brasileira e uma sueca perdidas no meio das montanhas argentinas (Acho que pode ser um bom título de filme, nao?)

As paisagens são MUITO lindas. Estamos no meio das montanhas, em um local selvagem, com llamas e aves que nunca tinha visto. A mi me gusta!

A caminho de Cafayate passamos por Amaicha del Valle, onde fica a única comunidade indígena do norte portenho. A cidade garante ter o "melhor clima do mundo". São, segundo eles, 300 dias de sol no ano.


Também visitamos as ruínas de Quilmes (foto), onde o povo nativo primeiramente foi colonizado pelos Incas (vindos do Peru), para em seguida ser subjugado pelos espanhóis. Levados a pé até Buenos Aires, a raca se extiguiu voluntariamente, preferindo morrer a viver cativa. As ruinas ficam na montanha, um lugar muito forte, onde é possível sentir uma energia muito forte.

Por fim, passamos por Tucuman. Para mim, a experiência foi um pouco parecida com visitar o Nordeste do Brasil após estar há algum tempo vivendo em Brasília, ou seja, um choque diante da mudança.


As pessoas são mais pobres e se parecem muito mais com índios do que nos outros lugares que visitamos. São muito pequenas, morenas e têm os olhos puxados.


Assistimos a final da Copa América (BrasilxArgentina) em um bar em Tucuman. 'Brigamos' com um velho porque ele não gostou de festejarmos os gols do Brasil. Nunca quis tanto estar no Brasil quanto depois da vitória da seleção. Enfim... acabamos indo a uma boite gay, cheia de travestis. Me diverti muito com um espetáculo, mas não gostei quando uma menina me pegou pelo braço, apertando-o e dizendo "hermosa". Bom, não era muito diferente de estar em uma festa do Conic, em Brasília.


Por enquanto, é isso.

Beijos,
Karima

segunda-feira, julho 30, 2007

Segunda-feira, 30 de julho de 2007


Em meio aos blockbuster escolares...

Um bom filme está em cartaz no Espaço Unibanco de Cinema, no Gonzaga, em Santos (SP) e na capital paulista. Embora pouco original, a comédia Um Lugar Na Platéia (Faulteils d´Orchestre, 2006), de Daniele Thompson, diverte e prende a atenção, fugindo da pretensão e verborragia comum a maioria dos recentes filmes franceses. Um filme leve, embora aborde alguns temas difíceis.

Não só a ingenuidade e otimismo da personagem principal, Jéssica (Cécile de France), mas a própria estrutura dramática, com várias histórias entrelaçadas a partir da presença da garçonete, lembra O Fabuloso Destino de Amélie Poulain.

Desempregada e órfã, Jéssica deixa Mâcon, no interior da França e, seguindo os conselhos da avó, parte em busca de um emprego na Cidade Luz. Sem qualificação e experiência, tudo que consegue é um trabalho temporário como garçonete em uma lanchonete freqüentada por hóspedes do hotel Ritz, artistas em cartaz no teatro vizinho e freqüentadores de uma casa de leilões. Cada um deles parece atravessar uma crise pessoal, questionando suas conquistas e revendo seus valores. Ótimas atuações de um elenco afiado, com destaque para o pianista estressado Jean-François (Albert Dupontel) e do colecionador de arte Jacques (Claude Brasseur).

domingo, julho 29, 2007

Domingo, 29 de Julho de 2007


Da Escola da Vida ou Relaxa e Goza!


Questão 1 – leia o enunciado abaixo e responda a alternativa correta.

A tragédia com o Airbus A320 da TAM, no qual morreram cerca de 200 pessoas (o número correto só será conhecido após o IML ter reconhecido todos os corpos resgatados do local do acidente), comoveu o país e provocou diferentes reações. Nos dias que se seguiram ao fatídico 17 de julho, as restrições impostas pelas autoridades ao funcionamento da pista principal do Aeroporto de Congonhas e o mau tempo geraram novos atrasos e cancelamentos de vôos em todo o país. Em meio a um clima de quase revolta, onde consternação e preocupação se misturavam, jornalistas coletavam as opiniões de usuários de aviões. As declarações abaixo foram ditas por duas pessoas cujos vôos haviam sido cancelados.

A) “Eu não acredito que a Infraero permite que aconteça este caos. Está todo mundo fervendo de raiva porque ela não está ajudando. Congonhas é muito movimentado e eles poderiam já ter transferido alguns vôos para outros aeroportos, mas antes eles deixaram este caos. Tem gente perdendo férias, viagem, gente cansada, insatisfeita, famílias com crianças pequenas. Tudo poderia ser bem mais simples se eles tivessem um pouco mais de responsabilidade”.

B) “Eu descobri que o piloto, puto da vida, vendo que não tinha jeito, que ia mesmo bater, disse “ah, é! Pois então eu vou é jogar [o avião] em cima do prédio da TAM”.

Assinale a alternativa correta:
( ) a declaração A foi dita por um senhor de cerca de 60 anos e a B por um garoto de 10 anos;
( ) a declaração A foi dita pelo garoto Vitor Lemos Abreu, de 10 anos, enquanto a B foi dada por um senhor de cerca de 60 anos;
( ) as declarações não foram dadas por ninguém, já que a população ou está mal informada, em conseqüência da falta de informações, ou confusa devido ao excesso de opiniões, de forma que ninguém está entendendo nada do que se passa com a aviação civil. O próprio jornalista inventou as declarações a fim de dar peso à reportagem.

sábado, julho 28, 2007

Sábado, 28 de julho de 2007

foto: Valter Campanato (Agência Brasil/Radiobrás)
Considerações
No início, o céu era de brigadeiro e ninguém que não estivesse ganhando muito dinheiro com isso ligava para quem sobrevoava as estradas esburacadas e os trilhos abandonados. Então veio o transponder desligado - se voluntária ou involuntariamente, nem as caixas-pretas sabem.


Abruptamente, tomamos consciência da existência das torres de controle e dos quatro Cindactas do apocalipse aéreo. Fomos apresentados a uma tal de Anac, conhecemos um tal Cenipa e tivemos a prova de que os controladores de vôo existem sim, mas não falam muito bem o inglês.


Em meio ao ‘apagão’, vimos ressurgir não apenas os brigadeiros, comandantes e capitães de farda, mas também os parlamentares-mariposas buscando a luz dos holofotes. Mais tarde, entrariam na trama um empresário bem-sucedido e pragmático, um assessor obsceno, um prefeito sem-noção, um dono de bordel e, como escreveu o jornalista Paulo Henrique Amorim, o ministro genérico do general Patton. Enquanto isso, quem realmente devia explicações parafraseou Paulinho da Viola: “não sou eu quem me navega, quem me navega é o mar”.

Na Câmara dos Deputados, mortes, transtornos e prejuízos incalculáveis ainda não eram o bastante para garantir a audiência. Era necessário algo mais palatável do que continuar falando em contingenciamento de verbas ou na existência de áreas não cobertas por radares. Overbooking, desde que devidamente traduzido, é forte e capaz de causar indignação diante da usura e do desmando, mas a forma mais fácil de chamar a atenção parecia ser reclamar das barrinhas de cereais distribuídas durante os vôos.

Difícil foi tomar partido a favor ou contra a desmilitarização. Pelo menos até que, na queda de braço, quem representava uma “influência nefasta” ao grupo de controladores fosse preso, acusado de “insubordinação ou motim” pelos defensores da “disciplina férrea”. Parte da mídia aderiu e passou a retratar os controladores como sabotadores de radares.

Só que, após dez meses de prazos adiados, passamos do drama à tragédia. Nem bem tínhamos nos habituado a expressões e termos técnicos absolutamente desnecessários para quem só quer chegar ao seu destino, surgiram dúvidas ainda mais difíceis de serem respondidas.

O que são e para que servem os groovings? Uma pista pode funcionar sem as ranhuras que permitem que a água da chuva escorra? Uma aeronave com um dos reversores travados é segura? É possível arremeter um avião de cerca de 60 toneladas após ele pousar a 175 km/h em uma pista de menos de 2 quilômetros? Um aeroporto pode funcionar em meio a tantos prédios, com casas a 50 metros da cabeceira da pista? Não é loucura aprovar a abertura de quase 30 postos de gasolina próximos a um aeroporto? Uma aeronave com capacidade máxima de 185 pessoas pode transportar 187, ainda que as duas excedentes sejam “crianças de colo” de quase dois anos? Qual a carga horária cumprida por tripulantes durante os dias em que, devidos a sucessivos atrasos, as companhias aéreas não conseguiram planejar seus vôos? Porque os vôos têm de passar todos por São Paulo?

Após nove meses acompanhando o caos aéreo, depois de dez dias do acidente com o Airbus A-320 que fazia o vôo JJ 3054 da TAM e de nove dias 'internado' nos dois principais aeroportos de São Paulo, não tenho certeza alguma. Sei apenas que nem os especialistas se entendem. Que o único que se arrisca a apontar o dedo em direção a alguém parece ser o repórter da Veja, Marcio Aith. O problema é que isso me parece precipitado (além de ser a Veja, né!). Segundo o jornalista Paulo Henrique Amorim, "Aith é o autor daquela famosa “reportagem” co-assinada por Daniel Dantas, que provou (?) a existência de contas secretas do Presidente Lula e do Dr. Paulo Lacerda (!)".


Ao fim de tudo, o que ainda me espanta é constatar que não sei quem preside a Agência Nacional de Transportes Terrestres, a ANTT. Não sei o que faz o Dnit nem a quem cabe fiscalizar os investimentos feitos nas estradas. Da mesma forma que não tenho visto a recém-criada Secretaria Especial dos Portos anunciar medidas para impedir que os portos do país entrem em colapso. Nem ouvi explicações plausíveis de porque os sucessivos governos desmontaram a malha férrea brasileira.

Desconfio que o apagão não seja apenas aéreo, e sim do transporte em geral. (aliás, alguém poderia explicar porque o setor aéreo está sob a responsabilidade do Ministério da Defesa? Deve ter algo a ver com a tal da sobreposição das funções de defesa do espaço aéreo, atividade de caráter militar, e de controle do tráfego aéreo, função que pode muito bem ser executada por civis).


Agora, esta de substituir o correligionário pelo aliado político...esta eu juro que não entendi. Até o César Filho, sim, o ex-Angélica, já sacou e perguntou no SBT: "Será que o Jobim vai se lançar à presidência?".

sábado, junho 30, 2007

Where the Hell is Matt?

Sábado, 30 de junho de 2006

AFINAL, QUEM É MATT HARDING?

Matt Harding é um designer de games norte-americano...ou melhor, era. Porque, hoje, Harding é um exemplo das celebridades espontâneas surgidas com o advento das novas tecnologias, que descentralizaram a produção e a distribuição de conteúdos.

Harding estava na casa dos 30 anos quando decidiu que criar jogos de video-games não era o suficiente. Ele queria apresentar ao mundo outros, digamos, talentos. E, lógico, viajar e se divertir.

Segundo seu próprio site, no início de 2003, Harding concluiu um trabalho na Austrália, apanhou seu dinheiro guardado e se mandou para uma viagem. Após meses batendo perna por lugares exóticos, um amigo lhe deu uma sugestão: porque não se filmar dançando diante de algumas belíssimas paisagens e monumentos? Harding levou a brincadeira à sério. Aliás, não só ele.

O sucesso obtido pelo norte-americano que, entre os primeiros entusiastas do YouTube, passou a ser mencionado como “aquele cara que dança na Internet”, chamou a atenção dos publicitários da fábrica de gomas de mascar Stride. A empresa pagou para que Harding desse um segundo giro pelo planeta. Em contrapartida, ele tinha de fazer o que já fizera antes, de graça: se deixar filmar dançando sua ridícula coreografia.

Com os vídeos divulgados em seu site e principalmente por meio do YouTube, Harding e a Stride reforçaram os argumentos dos que defendem que a televisão pode até não morrer, mas tem de se renovar urgentemente. Com a perspectiva de que computadores e acesso à conexões de banda larga se tornem cada vez mais acessíveis, as pessoas vão se sentir cada vez mais estimuladas a procurar novidades na rede, ao invés de permanecerem reféns da mesmice da grade das emissoras de tevê.

Clique sobre a imagem e confira se, ainda que tosco, o vídeo de Harding não é capaz de arrancar boas risadas. A música, sem dúvida, foi um achado. E o melhor da popularização das novas mídias é que elas permitem que qualquer um se expresse, a exemplo do sujeito que filmou uma paródia irônica ao vídeo de Harding. Para assisti-la, bata clicar no botão para retroceder um vídeo ao terminar de assistir o do norte-americano. É o botão da esquerda que aparece ao final de cada vídeo.

quarta-feira, junho 27, 2007

Quarta-feira, 27 de junho de 2007

cena do filme Baixio das Bestas, de Cláudio Assis, o mesmo diretor de Amarelo Manga


BAIXIO DAS BESTAS


Em São Paulo, punks agridem pessoas em uma lanchonete e acabam por esfaquear um rapaz que tomava uma cerveja após deixar o trabalho. Em São Bernardo do Campo (SP), um estudante de apenas 10 anos ataca e decepa um dedo de sua professora.


Em Brasília, um sujeito entra em uma pizzaria de uma cidade satélite de Brasília e mata oito pessoas. Poucos dias depois, o corpo de Isabela Faria, 14 anos, é encontrada decapitado em um matagal. A garota havia desaparecido no dia 14 de maio, quando voltava do curso de inglês, a cerca de 500 metros de sua casa.


No Rio de Janeiro, jovens “playboys” agridem uma empregada doméstica e se justificam alegando que a confundiram com uma prostituta. Além disso, 13 pessoas morrem durante operação policial no Complexo do Alemão.


Em Santa Catarina, um professor de 33 anos é morto a tiros diante de seus alunos, durante uma competição.


Realmente, o clima do planeta está esquentando e não há muito o que falar sobre isso se não admitir a impotência e o medo.

terça-feira, junho 26, 2007

Terça-feira, 26 de junho de 2007

CARTA AO AMIGO CELESTINO
E aí, meu amigo disciplinado, como vão as coisas na cidade caótica? Os ensaios estão avançando bem? Espero assistir em breve uma nova manifestação do gênio criativo do Grupo XIX. Já tá em tempo de aferir meus conceitos de realização e felicidade.

Besteira? Nem tanto. Tudo bem. Eu sei que a régua pra medir coisas assim abstratas é pessoal e intransferível, mas também acho importante estabelecer parâmetros com que confrontar os resultados de nossos esforços. Além do que, creio estar em meio a uma daquelas crises cíclicas de...valores? Isso ainda existe? Sei não, soa tão antiquado.

O fato é que dia desses eu tive uma espécie de insight. Atravessava a meia-noite deserta da capital seca quando, no instante em que escolhia entre o risco potencial de ser sodomizado nos subterrâneos da passarela de pedestres que atravessa por sob o Eixão e o perigo real de ser despedaçado por um bólido a 100 km/h, se acendeu em minhas idéias um luminoso escrito “sentir-se realizado nada tem a ver com estar feliz”. Na melhor da hipótese, talvez tenha uma relação bem, mas bem delicada.

Refleti meio sonolento que é possível atingir a realização profissional sem que isso te deixe exatamente feliz. Lógico que entendo que também não vai se sentir feliz alguém que não se sinta pleno naquilo que faz. Ou que pelo menos veja no que conquistou uma recompensa pelo seu empenho. Mas a realização profissional por si só já não me parece capaz de garantir de felicidade. Sintomático, não.

Escuta, por falar em felicidade, vê se segue meu conselho. Convide sua garota e nos encontre no Festival.

Abraço do seu amigo caiçara.

domingo, junho 24, 2007

Domingo, 24 de Junho de 2007

E olha que Brasília é mundialmente conhecida pela sua arquitetura.
Rampa de deficientes físicos de bloco da 403 Norte

segunda-feira, junho 04, 2007

Segunda-feira, 4 de junho de 2007

na sexta, ainda rolavam ondas no Itararé (SV) e no Píer Que shopping que nada! Cine Arte Posto 4. Na praia


Acabo de retornar de Santos (SP)...

Após mais de três meses sem surfar, nem o frio, nem as ondas pequenas me desestimularam a ir pegar onda na sexta-feira. Óbvio que tendo planejado minha viagem depois de ver em um site a previsão de que estariam rolando boas ondas, foi um pouco frustrante me deparar com séries de menos de um metro no Píer. Por outro lado, sem a prática, a idade pesa e o corpo sente. Talvez tenha me divertido muito mais nas merrecas do que se tivesse caído em um mar de responsa. No final das contas, com o horizonte tingido por um belo por-do-sol pós-chuva, deixei o mar com um sorriso estampado no rosto e com a certeza de que ainda que não surfe mais todos os dias e que já não consiga mais fazer grandes manobras, o prazer que sinto sobre uma prancha ainda me define como surfista.

Outra coisa que continua me deixando esperançoso em relação a “ex-capital vermelha” é a sua programação cultural. Querendo surfar, matar a saudade de meus pais, visitar alguns amigos e, acima de tudo, descansar, tive de abdicar de alguns “programas”. O Cine Arte, por exemplo. Sétima arte subsidiada pela Prefeitura: entrada a R$ 3. Apesar da precariedade da sala e dos equipamentos, o Cine Arte é, por excelência, um símbolo da resistência cultural santista.

No Sesc teve Mawaca na sexta-feira e a ótima peça teatral “A Memória das Coisas”, da Fraternal Cia. de Arte e Malas-Artes, no sábado e no domingo. No Teatro Municipal tinha um espetáculo de dança. No Ouro Verde tinha a tradicional roda de samba (coincidentemente, ao chegar em SP, apanhei um táxi cujo motorista ao saber que eu sou de Santos me disse que, há alguns anos, costumava descer a Serra todo o final de semana para ir ao... Ouro Verde).

E pra não dizerem que só falei de flores, Santos está se verticalizando em um ritmo vertiginoso. A quem se destinam os prédios de luxo que brotam dos escombros dos sobrados eu ainda não sei, mas com certeza não são para os jovens santistas desempregados. E seus personagens urbanos, andarilhos que percorrem toda a cidade, continuam lá.

É isso...escrito às pressas e resistindo ao cansaço.

terça-feira, maio 29, 2007

terça-feira, 29 de maio de 2007

Faltando 36 dias para o início da Festa Literária Internacional de Parati (FLIP), seus organizadores divulgaram o programa dos cinco dias de debates, leituras e shows. Este ano será a terceira vez que vou ao evento e recomendo. Chegarei ansioso para ouvir a Jim Dodge, Mia Couto, Mário Bortolotto e o roteirista de filmes com 21 Gramas e Babel, Guillermo Arriaga. E, sem dúvida, a polêmica deve ficar por conta da mesa que reunirá Fernando Morais, Paulo Cesar de Araújo e Ruy Castro. Araújo é o autor da biografia de Roberto Carlos que foi censurada pelo "rei". Apesar de os bate-papos serem pagos (Tenda dos Autores, R$ 20 e Tenda da Matriz, R$ 6), em anos anteriores foi possível acompanhar tudo por um telão localizado na Tenda da Matriz.
Programa

Quarta-feira, 04 de julho de 2007
20h - HOMENAGEM A NELSON RODRIGUES e SHOW DE ABERTURA

Homenagem a Nelson Rodrigues com Barbara Heliodora - 20h
Show de abertura - 21h - Orquestra Imperial convida João Donato
A FLIP dá início a sua quinta edição honrando o seu prenome: festa. Uma apresentação da transbordante Orquestra Imperial, o maior coletivo de talentos contemporâneos da música brasileira, abre o festival com carnaval e funk, gafieira e soul, samba e bolero. Criada pouco antes da primeira FLIP, em 2002, a OI conta com 18 integrantes. Entre eles estão desde músicos experimentados, como Wilson das Neves, de 70 anos, um dos maiores bateristas da história da MPB, até uma generosa fornada de revelações mais recentes, como Rodrigo Amarante (Los Hermanos), os três integrantes do grupo + 2 (Moreno Veloso, Kassin e Domenico), as neodivas Thalma de Freitas e Nina Becker e o guitarrista Pedro Sá. Acostumados a se apresentarem com convidados especiais, de Caetano Veloso a Lobão, de Bebel Gilberto a Dudu Nobre, eles convidam ao palco da Tenda da Matriz um dos músicos mais talentosos já produzidos pelo país, para uma parceria inédita.
Nascido no Acre, João Donato mudou-se para o Rio ainda moleque, e com 15 anos já brilhava no cenário musical carioca tocando um acordeão quase de seu tamanho. Um dos artífices da bossa nova, o pianista, arranjador, cantor e compositor não se amarrou ao gênero dos banquinhos e barquinhos. Foi tocar jazz nos EUA. Passou quase todos os anos 60 por lá, compartilhando palcos e estúdios com astros da música instrumental americana, como Stan Kenton, Herbie Mann e Wes Montgomery. Voltou ao Brasil em 1972 e de lá pra cá, aparecendo mais ou menos, consolidou seu papel de músico completo e inquieto: neste ano já fez turnês pelo Brasil e pelo Japão e lançou dois CDs, um solo e outro com o velho comparsa Bud Shank. Em Parati ele acrescentará a juventude de seus 72 anos à dos jovens imperiais, na primeira grande festa da Festa.

Local: TENDA DA MATRIZ R$ 20
Quinta-feira, 05 de julho de 2007

10h
Mesa 1 - FUTURO DO PRESENTE
Cecília Giannetti, Fabrício Corsaletti e Verônica Stigger
Uma romancista do Rio de Janeiro, um poeta do interior de São Paulo, uma contista de Porto Alegre. Seja com a prosa seca e urbana de uma, com a poesia lírica com algum cheiro de terra do outro ou com narrativas alucinadas com aroma de lua da terceira estes três jovens escritores realimentam a ficção brasileira ao apresentarem dentro de uma bibliografia ainda curta o extremo vigor literário. Nesta conversa, eles apresentam o que ainda virá, e já está sendo, na literatura nacional.
11h45
Mesa 2 - UIVOS
Chacal e Lobão
Os dois têm mais em comum do que os apelidos de feras caninas. Em campos diferentes, estes dois cariocas inconformados vêm fazendo há um par de décadas o mesmo processo. Extrair poesia do cotidiano mais banal e transformá-la em coisa falada. Lobão canta seus poemas, Chacal lê suas criaturas em eventos como o Centro de Experimentação Poética 20000, encontro de poetas que criou há mais de dez anos no Rio. Ambos letristas experientes, falarão na FLIP sobre a música que há na poesia e a poesia que vira música.
15h
Mesa 3 - NELSON RODRIGUES - ATO 2
Augusto Boal e Eduardo Tolentino
Durante a ditadura, quando Augusto Boal foi preso acusado de subversão, Nelson Rodrigues publicou um artigo defendendo fervorosamente o dramaturgo. "Sua vida é uma apaixonada meditação sobre o mistério teatral", concluia. Nesta mesa, Boal, hoje o nome mais conhecido do teatro brasileiro fora do país, divide um pouco desses mistérios com Eduardo Tolentino, fundador do grupo Tapa e premiado diretor teatral que já se notabilizou como um apaixonado "meditador" dos mistérios dramatúrgicos de Nelson Rodrigues.
17h
Mesa 4 – SOBRE MACACOS E PATOS
Jim Dodge e Will Self
Dois talentos literários excêntricos e irreverentes falam do processo criativo na literatura. Até que ponto pode ser ensinado? O autor cult Jim Dodge, diretor do Programa de Escrita Criativa da Humboldt State University, na Califórnia, tem o dever de responder que sim. No entanto, os exercícios de sala de aula dificilmente produziriam outra pata obesa e incapaz de voar, como a protagonista de sua inequecível novela Fup. Uma oficina literária tampouco ensinaria a criar as aberrações, mutantes e visionários grotescos que povoam a ficção de Will Self. Mas então, o que alimenta a criatividade dos escritores?

19h
Mesa 5 - TÃO LONGE, TÃO PERTO
Kiran Desai e William Boyd
“De onde você vem?” Nem todos podem responder essa pergunta aparentemente simples com facilidade. Dois escritores brilhantes, autores de obras premiadas, questionam se a identidade é determinada pelo lugar de origem e discutem de que maneira a vida itinerante moldou a ficção que produzem. O segundo romance de Kiran Desai, O Legado da Perda, uma reflexão delicada sobre a solidão do deslocamento, ganhou o Man Booker Prize de 2006. William Boyd é o autor de A Good Man in Africa e Armadilho. Seu nono romance, Fuga, recém-lançado no Brasil, recebeu na Inglaterra o prestigiado Costa Award de melhor romance em 2006.
Sexta-feira, 06 de julho de 2007

10h
Mesa 6 – A VIDA COMO ELA FOI
Fernando Morais, Paulo Cesar de Araújo e Ruy Castro
No final de 2006 o historiador Paulo Cesar de Araújo publicou Roberto Carlos em Detalhes, biografia do cantor mais popular do Brasil nas últimas quatro décadas. Fruto de 15 anos de pesquisas e de mais de 200 entrevistas, o livro foi bem recebido pelo binônimo "público e crítica". Mas desagradou o biografado, que impediu na Justiça a circulação do livro. Nesta mesa, Araújo conversa com os dois principais biógrafos em atividade no país, que também já experimentaram o gosto dos tribunais por livros seus.
11h45
Mesa 7 - ÁLBUM DE FAMÍLIA -
Ana Maria Gonçalves e Ahdaf Soueif
Suas histórias abarcam gerações. Seus personagens atravessam continentes e culturas. Da África Ocidental ao Brasil, do Norte da África à Inglaterra, homens e mulheres que nadam contra o fluxo incessante da história — e o testemunham. Ana Maria Gonçalves, autora de Um defeito de cor, a primeira saga brasileira narrada da perspectiva de uma escrava, conversa com Ahdaf Soueif, cujos romances — como O mapa do amor — traçam o impacto emocional de andar pela corda bamba que separa o Oriente do Ocidente.

15h
Mesa 8 – TERRAS - Antônio Torres e Mia Couto
Nossa casa é a terra que deixamos para trás, o lugar ao qual jamais podemos retornar. Terra Sonâmbula, o já clássico romance de estréia do autor moçambicano Mia Couto, lança um olhar melancólico sobre um país devastado pela guerra civil. Em sua obra mais aclamada, Essa terra, o romancista baiano Antônio Torres descreve as amarguras de um imigrante nordestino forçado a deixar sua casa em busca de uma vida melhor na cidade grande. Dois narradores singulares fazem leituras de suas últimas obras e discutem como a literatura pode brotar de dentro do chão.

17h
Mesa 9 – CRIME E CASTIGO -
Dennis Lehane e Guillermo Arriaga -
A aleatoriedade da violência nos centros urbanos é apenas um dos temas que unem as obras destes dois grandes romancistas e roteiristas. O mexicano Guillermo Arriaga, autor de Um Doce Aroma de Morte, assinou os roteiros de filmes premiados, como Amores Brutos e Babel. Dennis Lehane, que escreveu uma série de romances policiais ambientados no sul de Boston, é o autor de Sobre Meninos e Lobos, adaptado para o cinema por Clint Eastwood. A morte — no papel e na tela — estará presente no cardápio de Parati.

19h
Mesa 10 - PANTERAS NO PORÃO -
Amós Oz e Nadine Gordimer
“Qualquer escritor que tenha um mínimo de valor espera propiciar um brilho tênue para iluminar o labirinto belo e sangrento da experiência humana,” diz a Prêmio Nobel Nadine Gordimer. Mas qual é o significado da literatura num país dividido pela história, embotado pela opressão ou dilacerado pela violência? Gordimer, autora de A Filha de Burger e O Engate, e Amós Oz, o mais importante romancista e militante pela paz em Israel, autor de De Amor e Trevas, falam sobre o papel da literatura no resgate de uma humanidade permeada pela injustiça.
Sábado, 07 de julho de 2007

10h
Mesa 11 – NELSON RODRIGUES ATO 3 -
Arnaldo Jabor, Leyla Perrone-Moisés e Nuno Ramos
Arnaldo Jabor é um cineasta que virou cronista, dos melhores. Nuno Ramos é um artista plástico que virou escritor, dos melhores. Leyla Perrone-Moisés é professora de literatura e ensaísta, das melhores. Jabor foi amigo de Nelson Rodrigues e quem melhor o transpôs ao cinema, em filmes como Toda Nudez Será Castigada. Nuno e Leyla escreveram instigantes ensaios sobre o dramaturgo. Nesta mesa, reunimos os três personagens em busca de um autor.

11h45
Mesa 12 – DOIS LADOS DO BALCÃO -
César Aira e Silvano Santiago -
Os talentos criativos exigidos pela ficção são distintos das faculdades analíticas necessárias ao ensaísta. Poucos autores conseguem ser igualmente bem sucedidos nesses dois âmbitos. César Aira, o mais importante romancista argentino, destaca-se também por sua crítica apurada em obras como o respeitado Diccionario de Autores Latinoamericanos. O ensaísta e crítico literário brasileiro Silviano Santiago é dono de uma narração imaginativa notável, ilustrada em obras como Em Liberdade. No palco, discutirão de que maneira essas duas áreas se sobrepõem e fecundam uma à outra.

15h
Mesa 13 – PERDOA-ME POR ME TRAIRES -
Alan Pauls e Maria Rita Kehl -
Com seu prestigiado romance O Passado, o escritor Alan Pauls usa o desencantamento de um casal para fazer um inventário das doenças contemporâneas do amor, com todos seus egocentrismos e consumismos sentimentais. "Existe alguma diferença entre o amor e a doença?", pergunta Pauls. A FLIP buscou a pessoa certa para responder à revelação da literatura latino-americana. Maria Rita Kehl entende como poucos de amor e de desamor, de doenças contemporâneas e, não menos importante, de literatura.

17h
Mesa 14 - NARRATIVAS DE CONFLITO -
Lawrence Wright e Robert Fisk -
Para Ernest Hemingway, coragem é não perder a elegância mesmo sob pressão. Essa é uma das muitas qualidades necessárias aos jornalistas que relatam os conflitos armados. Seus testemunhos nos fazem lembrar que a guerra é uma agonia para os que nela estão inseridos. Duas mentes notáveis se encontram: Robert Fisk, correspondente do jornal britânico The Independent no Oriente Médio e autor de A Grande Guerra pela Civilização e de Pobre Nação, ambos trabalhos de fôlego lançados recentemente no Brasil, conversa com o jornalista Lawrence Wright, cujo livro O vulto das torres, ganhador do Prêmio Pulitzer deste ano, revela de modo brilhante as raízes dos trágicos eventos de 11 de Setembro.

19h
Mesa 15 – DIÁRIO DE UM ANO RUIM -
J.M. Coetzee -
O ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 2003 marcará presença na FLIP deste ano, trazendo, em première mundial, trechos de seu próximo livro, Diary of a Bad Year. Na obra de Coetzee, as fronteiras entre a narrativa ficcional e o discurso ensaístico nem sempre estão bem definidas. Em Parati, o autor lerá fragmentos de ensaios escritos pelo protagonista de seu novo romance, um velho acadêmico australiano que expressa suas opiniões sobre assuntos mundiais contemporâneos.

Domingo, 08 de julho de 2007

10h
Mesa 17 – SEM DRAMAS -
Bosco Brasil e Mário Bortolotto -
Nos anos 90, enquanto críticos choramingavam a falta de bons jovens dramaturgos brasileiros e diretores reclamavam da falta de patrocinadores e palcos para trabalhar alguns novos talentos arregaçaram mangas e enfrentaram as duas questões. Escreveram suas peças, montaram suas companhias, arrumaram espaços alternativos para encená-las. Deu certo. Mário Bortolotto e Bosco Brasil são a prova. Os dois ganharam os principais prêmios do país, conquistaram públicos cativos e continuam desbravando a trilha aberta por Nelson Rodrigues. No palco da FLIP debaterão para onde leva esse caminho.

11h45
Mesa 18 – NO CORAÇÃO DA SELVA -
Luiz Felipe de Alencastro -
Para comemorar os 150 anos do nascimento do grande escritor Joseph Conrad (1857-1924), o historiador Luiz Felipe de Alencastro explora o Coração das Trevas, novela publicada em 1900 que conduz seu herói do Tâmisa ao Congo e, assim, ao coração do colonialismo europeu. Ao fazê-lo, Alencastro retorna a um espaço que conhece como poucos: o Oceano Atlântico que serviu de berço ao Brasil escravista.

15h
Mesa 19 – SOBRE MENINOS E LOBOS -
Ishmael Beah e Paulo Lins -
Dos lugares mais imprevisíveis pode brotar uma literatura vibrante. Ishmael Beah e Paulo Lins viveram em ambientes tomados de brutalidade e desespero — e resistiram, contando então suas histórias. As memórias de Beah, Muito longe de casa, são um relato fascinante de sua vida como criança-soldado em Serra Leoa e do modo como se libertou. Cidade de Deus, a obra de Paulo Lins que deu origem ao filme esplendidamente adaptado por Fernando Meirelles, romanceia a experiência de crescer numa favela assolada pelo crime. Dois sobreviventes falam do poder redentor das palavras.

17h
Mesa 20 –
DE MACONDO A McCONDO -
Rodrigo Fresán, Ignacio Padilla -
No quadragésimo aniversário da publicação do mais famoso romance latino-americano, Cem Anos de Solidão, duas vozes brilhantes da literatura mundial discutem os novos caminhos que se abrem para a ficção do continente. Rodrigo Fresán é o autor de Jardins de Kensington, um chiste caleidoscópico que trafega entre a Londres vitoriana e a psicodelia dos anos 1960. O romance Amphytrion, de Ignacio Padilla, é ambientado na Alemanha entre-guerras. Estes escritores idiossincráticos, iconoclastas e cosmopolitas mostrarão que já estamos muito longe de Macondo.
19h
Mesa 21 – LITERATURA DE ESTIMAÇÃO -
Vários autores -
Uma seleção de escritores da FLIP 2007 fazem leituras de trechos de obras que levariam para uma ilha deserta.

FLIP etc
Quarta-feira, 04 de julho de 2007
22h
Show musical - Bossa Nova, Andréa Gorgati -Voz e violão
Local: Café Paraty R$10
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Quinta-feira, 05 de julho de 2007
23h
Show musical - MPB, Terno de Damas, Trio Vocal Feminino, Baixo, Violão e Percussão
Local: Café Paraty R$ 35
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Sexta-feira, 06 de julho de 2007
23h
Show musical - MPB, Cristina Braga, Harpa, Baixo acústico, Percussão e Flauta
Local: Café Paraty R$ 35
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Sábado, 07 de julho de 2007
23h
Show musical - Choro, Trio Madeira, Brasil, Clássicos de Cordas e Choro
Local: Café Paraty R$ 35
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Domingo, 08 de julho de 2007
22h
Show musical - Bossa Nova, Andréa Gorgati - Voz e violão
Local: Café Paraty R$10

sexta-feira, maio 11, 2007

sexta-feira, 11 de maio de 2006

Carta à mãe (à moda de Henfil)
Então, mãe, veja só. Da mesma forma que a senhora, a maior parte do povo brasileiro é bom, mas não é bobo. A gente às vezes se faz de desentendido apenas porque a vida sem crença é árida demais. Isso não dá a ninguém minimamente inteligente o direito de acreditar que sejamos ingênuos.

Pois se até a senhora, assistindo aos excessos do Jornal Nacional Papal foi questionar o pai (não “o” Pai, mas o meu pai) sobre a razão do líder máximo do catolicismo, o sucessor de Pedro, vir ao Brasil... Pois então. A senhora até achou a missa bonita e, intimamente, orou a Deus para que lhe curasse a gastura, mas não se empolgou muito com o Ratzinger, hoje Bento XVI. Tudo bem, mãe, não se envergonhe não. É fato que o homem não tem o carisma do João, que beijava o solo de cada país que visitava.

Mesmo que não saiba nada sobre o histórico conservador do homem que quando prefeito da Congregação da Doutrina da Fé coordenou o processo que culminou na punição do então frade brasileiro Leonardo Boff; que é acusado de varrer para debaixo do tapete os crimes de pedofilia de alguns padres e que, ainda a caminho dos tristes trópicos, mandou um claro recado para o governo brasileiro ao ameaçar excomungar políticos mexicanos favoráveis ao aborto, a senhora sacou a distância entre o ideal e o pragmático. Se ele ainda os excomungasse por corrupção.

Sabe quem eu acho que nesta história toda acabou se saindo bem? O ministro da Saúde José Gomes Temporão. Sobre a condenação veemente do Papa ao aborto, Temporão disse que não era papel do governo discutir isso ideologicamente, mas sim com uma questão de saúde pública. Será que o ministro vai ser excomungado? Imagina o Papa vetando o ingresso no céu de um ministro do Brasil, Estado laico, exemplarmente sincretico.

Sabe, mãe, no meio de toda essa lenga-lenga dos jornais sobre a visita do Bento, com a televisão abusando dos clichês e de crianças cantando Nossa Senhora em falsete, eu garimpei uma notícia dizendo que uma das razões para o Papa vir tomar café com a gente é que ele quer que o Lula assine um acordo garantindo à Igreja todos seus direitos no território nacional (?), inclusive a consolidação de todas as isenções fiscais que recebe, obrigações no setor educacional (??) e mesmo a autorização para que missionários possam entrar em reservas ecológicas e indígenas. Também desconfio que ele deva estar preocupado com o crescimento da Igreja Universal.

Bem, é isso mãe. O Jornal onde o Bento defendeu a castidade antes do casamento, condenou a infidelidade no matrimônio, reprovou o uso de preservativos já terminou. E como eu desconfio que não vá ascender aos céus, só me resta me ligar ao Paraíso Tropical, pois hoje a mulher vai descobrir que o marido é adúltero.
Sua benção.

domingo, maio 06, 2007

domingo, 6 de maio de 2007

Carioca é campeão mundial de surf
O surfista carioca Phill Rajzman venceu o guarujaense Danilo Mulinha na final do Oxbow Pro World Longboard Championship, disputada em Anglet, na França. Esta vitória garantiu o inédito título mundial da categoria pranchões para um brasileiro.
Além do título, o time brazuca garantiu a incrível marca de três longboarders entre os quatro melhores do mundo. O surfista local de São Sebastião Carlos Bahia ficou na terceira colocação junto do havaiano Bonga Perkins.
"Estou muito contente com a minha vitória. Espero que este nosso resultado desperte o interesse dos empresários brasileiros pela modalidade. Gostaria de dedicar este vitória a minha filha Rafaela." declarou o campeão ao sair da água.
"Estou muito contente com o vice-campeonato. O mais importante é que temos um campeão brasileiro. Picuruta Salazar é meu grande exemplo e já foi três vezes vice. Esta foi a minha vez. Espero que com este resultado eu possa consiga o meu visto para os Estados Unidos para realizar meu sonho que é conhecer o Hawaii.", declarou Danilo Mulinha após a final.
Phill Rajzman solicitou a presença de Picuruta Salazar no podium, declarando que ele é um grande mestre para todos os brasileiros. "Para quem diz que longboard é esporte de velho, nós temos aqui três campeões da nova geração." afirmou Salazar.
Mica, Jaime Viúdes, Eduardo Bagé ficaram com a nona colocação. Amaro Matos, Marcelo Freitas, Roger Barros, Jonas Lima ficaram com a 17 colocação. Diego Rosa e Picuruta Salazar ficaram na 33 colocação. Robledo de Oliveira, Gabriel Nascimento, Gabriel Vicente, Marcos Reis e Marcelo Lima completaram o time brazuca na França.
O evento terminou com todos os brasileiros cantando o samba de Zeca Pagodinho "Deixa a vida me levar" na podium.
(extraído do site waves. Desative seu bloqueador de pop-ups, clique aqui e veja algumas das fotos publicadas no site)

sexta-feira, maio 04, 2007

sexta-feira, 04 de maio de 2007

Segue até amanhã, em Brasília, a Feira da Música Independente (FMI -http://www.fmi2007.com.br/ ). São shows de artistas não ligados às grandes gravadoras, multinacionais; palestras e workshops que movimentam o Teatro Nacional.

Ontem, assisti ao grupo carioca de samba Casuarina. Hoje, estou indo conhecer os belgas da Asimov, segundo o site do evento, "uma banda de rock da Bélgica comparada por críticos musicais a bandas como Foo Fighters, Coldplay, Pixies, Stone Temple Pilots". E, amanhã, com certeza, irei ouvir o Shod Group, do Uzbequistão. Sim, Uzbequistão.


Para quem está na capital, vale o programa.