sábado, julho 05, 2008

Sábado, 05 de julho de 2008

Em termos de popularidade, já é possível apontar o quadrinista e escritor britânico Neil Gaiman como a grande estrela desta sexta edição da Festa Literária Internacional de Parati (Flip).

Hoje (5), dia em que também estiveram no centro do palco da Tenda dos Autores o angolano Pepetela, a nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, o psicanalista e ensaísta da Folha de S.Paulo, Contardo Calligaris, o norte-americano Richard Price, o romancista italiano Alessandro Baricco, o holandês Cees Nooteboom, o colombiano Fernando Vallejo e o dramaturgo inglês Tom Stoppard, Gaiman foi o mais assediado pelo público em busca de autógrafos.

Após o término do debate com Price (mediado por Marcelo Tas), Gaiman passou cinco horas - sim, cinco horas - autografando exemplares não apenas do já clássico HQ, Sandman, mas também de seus romances.
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Houve quem entrasse na fila mais de uma vez apenas pela oportunidade de se aproximar do autor que, ao lado de Alan Moore, ajudou a revitalizar os quadrinhos durante a década de 1980.
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O fato acabou criando uma situação no mínimo constrangedora para Price, que deixou a mesa de autógrafos ao fim de dez minutos, enquanto uma fila enorme se estendia pela Praça da Matriz. Horas depois, Baricco e Calligaris concluiriam seu debate, autografariam seus livros, deixariam o local e Gaiman permaneceria ali, atendendo fans de todas as idades. Só deixou a mesa porque desde o início, já havia avisado que não perderia a palestra de Stoppard, marcada para as 19h.

Durante a palestra, em que falou sobre o processo de criação de histórias em quadrinhos, a importância dos diálogos em seus livros e as diversas formas com que sua obra é recebida em diferentes países (na Polônia, por exemplo, disse Gaiman, ele primeiro se tornou conhecido por seus livros de ficção. Só então surgiu os poloneses passaram a se interessar por Sandman e por suas outras histórias para HQs), o autor contou um episódio que deixou claro o grau de devoção a que chegam alguns de seus fans.

"Gosto bastante quando vejo um fã tatuado com um de meus personagens", explicou Gaiman. "Mas, certa vez, em Los Angeles, durante uma tarde de autógrafos, um cara pediu para que eu autografasse embaixo de uma tatuagem em seu braço. Eu peguei a caneta e autografei. Passado algum tempo, eu continuava assinando livros, o sujeito voltou, apanhou a fila e, na sua vez, parou na minha frente. Ele tinha tatuado meu nome por cima da assinatura que eu fizera horas antes. Ainda dava para ver o sangue escorrendo. Aquilo não foi legal".

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