sexta-feira, novembro 30, 2007

Sexta-feira, 29 de Novembro de 2007



Pelo sim, pelo não
Caracas, Venezuela,
há meia hora.
Manifestantes já começam a se concentrar nas ruas da capital, onde hoje (29) acontece a marcha de encerramento da campanha favorável à reforma constitucional proposta por Hugo Chávez, cuja propaganda, personalista, não poupa sequer edifícios públicos como o do Ministério de Minas e Energia e da PDVSA.
Para saber mais, clique:

segunda-feira, novembro 26, 2007

Segunda, 26 de novembro de 2007

Os militares e a discussão sobre a necessidade de que as Forças Armadas sejam reequipadas voltaram à pauta da grande imprensa. Após duas semanas seguidas nas páginas de IstoÉ, o assunto chega à capa de Veja. Culpa (ou mérito?) de Hugo Chávez ou do nosso ministro da Defesa, Nelson Jobim?
Mares Guia foi denunciado. Sabe por quê? É bem possível que não, pois, de maneira geral, a imprensa preferiu dedicar-se a explicar como isso dificulta a vida do governo na impopular batalha por aprovar a CPMF. Tudo, nesse momento, passa por isso. Apoios políticos, nomeação para cargos públicos, aprovação de leis de interesse nacional.

Personagem caricato por conta do sotaque, Sobel teve, como outros líderes religiosos, papel relevante na luta pelo fim do Regime Militar. O episódio mais conhecido talvez seja sua recusa a enterrar o jornalista Vladimir Herzog no lugar destinado aos suicidas. Herzog foi assassinado nos porões da ditadura. Já pensou ser lembrado por ter sido pego roubando gravatas?
O CD já era. As grandes gravadoras já eram. O jabá radiofônico ainda vai durar um tempo, mas também está com os dias contados. Quer saber porque? Então esqueça o Sobel e, na mesma Época, vá direto à entrevista com Chris Anderson, autor de A Cauda Longa (Ed. Campus). Estou há algum tempo me cobrando escrever algo sobre o livro, que ajuda a entender a nova economia na era virtual.

sábado, novembro 24, 2007

Sábado, 24 de novembro de 2007

Nação Zumbi e Mombojó animam festa-show na UnB


Chupado preguiçosamente do site do Correio Braziliense


A pergunta feita com o nome da festa-show Fome de quê? pode ter várias respostas e todas elas são possíveis quando, entre as sete atrações, nenhuma segue um estilo definido. A resposta mais objetiva vem com o título do CD Fome de Tudo, lançamento da principal atração, Nação Zumbi. Para completar o banquete, os conterrâneos da primeira banda, a Mombojó, trazem um som sem rótulos e cheio de misturas. DJs e bandas locais e de outros estados e países dão o tempero final.

Com 13 anos de carreira e muita história para contar, os pernambucanos do Nação Zumbi trazem a Brasília o show do sétimo álbum. Descrever o som do grupo precursor do mangue beat é uma tarefa difícil, que ficou ainda mais complexa após nova mistura de sons. Além do ritmo tradicional, o grupo introduziu maracatu, baião, rock, psichocarimbó, coco dub, eletrônica, psicodélico e frevo. Difícil saber quando começa um e termina o outro. No palco do Centro Comunitário da UnB, Lúcio Maia (guitarra), Jorge du Peixe (vocal), Pupilo (bateria), Dengue (baixo), Glimar Bola 8 (percussão) e Toca Organ (percussão) mostram tudo isso em forma de espetáculo, com direito a projeções de vídeo e um cenário super produzido.
Se assistir a um show do Nação Zumbi já pode provocar reações emocionais fortes, imagina tocar ao lado deles. Essa é a sensação que os meninos da banda Mombojó vivenciam. “A gente cresceu ouvindo eles, há dez anos estávamos no público, agora estamos do outro lado, dividindo o mesmo palco, como colegas e muito fãs ainda”, comenta o tecladista do grupo, Chiquinho, que também é de Pernambuco.
A Mombojó não está nos programas de televisão, nem é a primeira nas rádios, mas faz um incrível sucesso no meio alternativo. “Isso é um efeito da disponibilidade de músicas na Internet, nós sabemos usá-la a nosso favor, não vendemos muitos discos, mas somos chamados para vários shows”, justifica Chiquinho.
A banda também tem em comum com o Nação Zumbi a ausência de rótulo nas músicas que faz. No último CD, Homem-espuma, é possível ouvir pelo menos, rock, mangue beat, samba e lounge. “Desde o início resolvemos não rotular a parada, até o nome foi escolhido para podermos ir para qualquer lado, o estilo fica a critério de quem está ouvindo”, explica o tecladista.
Na mesma noite, a banda brasiliense Lafusa toca rock indie e bossa no palco principal. Em ambiente separado, na pista, Dubversão (SP), Batidão Sonoro (DF), Adrian Sherwood (EUA) e Brother Culture (UK) mandam dub, reggae, ragga, dancehall e roots até o dia chegar. A festa começa às 21h deste sábado, no Centro Comunitário da UnB. Os ingressos custam R$ 15 antecipados e R$ 20 na hora. Informações pelos telefones 92757649 e 81357575.

sexta-feira, novembro 02, 2007

Sexta, 02 de Novembro de 2007

Viva Cassiano!*
foto: Roberto Fleury/UNB Agência

“Espera um pouco
Não dês nome de amor
Ao que não passa de desejo.
Ideal é uma palavra demais
para o teu apetite de aposentadoria.
Procura ser exato ao definir as coisas.

À minha morte não denomines morte.
Nem a consideres definitiva.
Espere um pouco, amigo!
Espera um pouco
Pela ressurreição”
(Espera um Pouco)

Morreu (ainda que não definitivamente, esperemos) no último dia 15, o poeta Cassiano Nunes (1921-2007). Resisti a escrever o poeta santista, embora ele se identificasse com os artífices seus conterrâneos e cantasse a terra, principalmente o Paquetá e seu porto. Resisti a adjetivá-lo porque sua obra é [ou será] patrimônio nacional e domínio público. A poesia de Cassiano está ao lado dos grandes, mesmo “seu povo não o reconheça”.

Também não escrevi porque cismei com o fato de sua passagem - e as devidas homenagens tardias - ter se dado em Brasília, onde ele vivia desde 1966, tendo lecionado na UNB por 25 anos. Nunes passou seus últimos dias não à sombra de Brás Cubas, mas sim cuidando dos muitos livros de sua casa, na Asa Sul brasiliense.

Posso estar equivocado (coisa comum de ocorrer!), mas me parece que basta ler a obra de Nunes para entender que, apesar de ter corrido mundo desde muito cedo, o poeta que, dizem, ficou sem escrever por mais de 20 anos por considerar seus poemas ruins, queria mesmo é que dissessem dele o mesmo que ele próprio escreveu sobre Ribeiro Couto, outro a nascer em Santos:

“Meu amigo morto, por onde andará? Deve estar junto ao porto, no cais do Paquetá.

Correu longes terras, mas afinal voltou, vistas as paisagens que, infante, sonhou.

Que importa seu povo não o reconheça e seus versos sensíveis até desconheça?

À gente tão fria, Couto absolverá. Já voltou a Santos, ao cais do Paquetá”.

(CANTIGA PARA RIBEIRO COUTO)
* Viva Cassiano! é o título do documentário de Bernardo Bernades, sobre a trajetória poética de Nunes. O filme venceu o prêmio Júri Popular do Festival de Brasília de Cinema Brasileiro de 2004.