Daqui a exatos dez minutos, portanto, as 19 horas, o crítico literário Davi Arrigucci Jr. subirá ao palco da Tenda dos Autores e, com uma palestra sobre a poesia de Manuel Bandeira (autor homenageado deste ano), dará início a VII Festa Literária Internacional de Paraty (que,erroneamente, alguns insistem em grafar Parati).
Durante a tarde, o movimento ainda estava tranquilo, embora ônibus vindos do Rio de Janeiro e de São Paulo chegassem lotados a todo instante. Saí para comer algo e conferir os preparativos finais para o evento e, enquanto eu caminhava pelo Centro Histórico, me lembrei da questão apresentada pelo assessor da Flip, Flávio Moura, no blog dedicado à festa.
"Por que, afinal, tanta gente se abala até Paraty para ouvir escritores e intelectuais? Num país em que a tiragem média de um livro é de 3 mil exemplares, o que leva quase 20 mil pessoas a pegar a estrada e assistir a leituras e palestras que em outro contexto poderiam estar vazias?", questiona Moura.
Já começava a pensar nas razões que pelo quinto ano consecutivo me trazem a este pequeno paraíso do litoral sul fluminense, quando, ao chegar a Tenda da Matriz, ouço a voz inconfundível de Adriana Calcanhoto. A cantora, que se apresenta logo mais, as 21 horas, estava ali, passando o som, com apenas algumas poucas pessoas debruçadas sobre as grades que delimitam o acesso à Tenda da Matriz sem, contudo, impedir a visão do palco ou mesmo dos telões pelos quais eu e dezenas de outras pessoas iremos assistir a maioria das palestras sem gastar um tostão.
Talvez isso ajude a responder o Moura, mas, entre uma palestra e um show, eu ainda vou pensar melhor sobre o assunto...
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