foto: divulgação
Que adjetivo usar para dar conta da energia de uma banda cujo baterista, em poucos minutos de show, rasga um bumbo e uma caixa? Visceral? Batido demais. Forte? É vago. Enérgico? Parece propaganda de bebida isotônica.
Melhor deixar de lado os adjetivos e recorrer aos substantivos e verbos, que são o que importa. Com sua música, a banda santista (eis, enfim, um adjetivo inquestionável) Garage Fuzz segue evidenciando que nem tudo está perdido para Santos; que ainda há uma energia incontida correndo nos subterrâneos da cidade.
Há mais de 20 anos na labuta e com cinco cds e um dvd na bagagem, o quinteto santista é, reconhecidamente, uma das bandas mais representativas e honestas (ah, muleque! achei o adjetivo) da verdadeira cena alternativa musical brasileira. Você pode não curtir o misto de hardcore com punk rock cantado em inglês, mas se tiver a oportunidade de conhecer a história do grupo e conversar com alguém que realmente conheça o meio, ficará surpreso com o grau de reconhecimento que a banda conquistou não só no Brasil, mas também no exterior. E olha que há poucos públicos tão xiitas em suas convicções quanto os de hardcore.
Ontem (15), começo de feriado, a Garage Fuzz tocou alto e rápido na Tribal (R. Júlio de Mesquita, 165). Um fenômeno não passou despercebido a este semifosco alquebrado cujo esqueleto já não resiste mais ao pogo (aquela pacífica dancinha que simula um arrastão junto ao palco): em meio aos modismos, o público santista não só do Garage, mas do hardcore em geral, continua se renovando. Em meio a uns poucos fãs trintões com pinta de quem acompanha a banda desde as primeiras apresentações na Concha Acústica, havia muita garotada, incluindo um bom número de gatinhas, com os hormônios em polvorosa.
Outra coisa que notei após algum tempo sem ouvir a banda é que o som parece mais, desculpem-me, maduro (êh, chavão!). Como se, com a entrada do guitarrista Fernando Basseto (que substituiu Nando Zambeli), os demais tivessem encontrado a síntese entre a porradaria do início e a maior atenção aos arranjos perceptível nos últimos trabalhos, como The Morning Walk. Outra coisa que chama a atenção: não há como não chapar vendo Daniel Siqueira espancar sua batera.
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2 comentários:
O show ontem foi demais mesmo, classe A!
Marcos, obrigado pela visita e por deixar seu comentário. De fato, o show foi duca...como escrevi, bastaria o do Garage para eu voltar satisfeito pra casa. Abraço
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