quarta-feira, abril 24, 2013

Cultura do Espetáculo



O multimidiático Carlinhos Brown deve ser um artista plástico muito, mas muito bom mesmo. 

Além de compor, cantar, tocar, julgar e "inventar" instrumentos, musicais, ele, nas horas vagas - segundo o Correio Braziliense, no meio da noite - pinta. E borda. Não só parcerias artísticas, mas, aparentemente, acordos.

Ainda que, segundo o Correio, o baiano tribalista há apenas onze meses encarasse a pintura como um hobby, ele conseguiu ontem (23) o feito de ocupar o Palácio do Planalto, em Brasília, com sua exposição O Olhar Que Ouve. A abertura do evento contou inclusive com a presença da própria presidenta Dilma Rousseff. 

Detalhe: a exposição tem o mesmo nome daquela com que, há apenas seis meses, o próprio Carlinhos Brown ocupou uma das galerias da Caixa Econômica Federal. Não vi a nenhuma das duas, mas, das duas umas: ou faltou inspiração ou se trata da mesma exposição. Ou seja, Brown é um raro caso de talento espontâneo a conseguir ocupar, em tão pouco tempo, dois dos espaços de exposição mais nobre da capital federal. Com a palavra, artistas plásticos consagrados que não tem obtido o mesmo retorno...

Carlinhos também tem se mostrado um bom administrador. No ano passado, ele pediu a patente da caxirola, instrumento musical de plástico "inspirado" no caxixi, tradicional instrumento de percussão muito comum em rodas de capoeira e que ele aparece tocando nas fotos ao lado da presidenta Dilma. Segundo sua parceira na empreitada, a agência multinacional The Marketing Store anunciou  a Agência Brasil em outubro de 2012, cerca de 190 milhões de unidades do chocalho escolhido pelo Ministério do Esporte como um dos instrumentos oficiais da Copa do Mundo deverão ser produzidos e colocadas à venda por um preço à época ainda não definido. 

Para finalizar, a mesma Caixa Econômica Federal, que, ainda segundo o Correio Braziliense, foi responsável por lançar Brown como artista plástico ("O Jorge Hereda [presidente da CEF] foi a minha casa e disse "tem um monte de coisa boa, vamos fazer uma exposição". E eu disse que não, que sou tímido, músico e que isso é para curtir. No dia seguinte ele ligou e disse "Vamos fazer uma exposição sim. Você vai ser lançado como um artista visual" - diz Brown ao repórter do Correio na matéria linkada acima) firmou, em janeiro deste ano, um protocolo de intenções para a instalação e restauração da nova sede da Caixa Cultural Salvador no antigo Mercado do Ouro, atual Museu do Ritmo, DO QUAL BROWN É PROPRIETÁRIO. (Isso foi noticiado pelo NE 10)


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