terça-feira, abril 30, 2013

Com que roupa eu vou?




"O debate que há atualmente na sociedade, no governo e no mundo acadêmico sobre a formação de uma nova classe social – ou classe de renda – remete aos primórdios da discussão sobre classes sociais, sendo impossível deixar de recorrer a Marx e Weber para compreender melhor essa questão.
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Para Marx, o fator decisivo não era a renda, e sim o lugar que o indivíduo ocupava no processo produtivo. Desse modo, um trabalhador que recebesse um bom salário, nem por isso, perdia suas ligações com a classe operária.
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Já Weber apontava a existência de outros importantes fatores de transformação social, entre os quais o status. E é exatamente aí que o consumo passa a ser considerado, pois os produtos adquiridos, formas de lazer, tipos de trajes reforçariam o status individual ou familiar perante o grupo e estaria associado a novas formas de estratificação social".


Retratos da Classe C no Distrito Federal - Nova Classe Média ou Nova Classe Trabalhadora, Codeplan, 2013


Um comentário:

Thais Leitão disse...

Dizem os acadêmicos que essa nova classe vai, aos poucos e graças à melhoria na renda, assumindo hábitos de consumo mais próximos aos da classe média, que, em geral, tem um padrão de vida - e consequentemente níveis de endividamento - mais elevado que a faixa de renda expressa. Argumentam também que, diferentemente da classe média, esse novo grupo não dispensa, é usuário e precisa do sistema público de serviços, tornando-se, portanto, mais exigente em relação à garantia de acesso a ele e à sua qualidade. Se tudo isso for mesmo verdade, vislumbro, com ares otimistas, talvez utópicos e ultrapassados, uma possível saída para a saúde e a educação públicas. Talvez não, seja apenas meu lado antiquado querendo encontrar premissas lógicas para se sustentar...