quinta-feira, outubro 15, 2009

O Provocador

Pedro Cardoso parece ter tomado gosto pela polêmica. Após lançar um manifesto criticando (clique aqui para ver a entrevista) o que classifica como “a banalização da nudez” promovida por diretores e roteiristas que, diz ele, levam para o palco e telas suas frustrações sexuais, o ator agora lança críticas contra parte da imprensa brasileira, sobretudo aquela que lucra com a invasão da privacidade de celebridades e artistas.

“O interesse econômico transforma a compreensão ética da vida. Isso é interesse econômico. Não tem nada que ver com a verdade, com liberdade de expressão ou com a liberdade de imprensa”, argumentou Cardoso ao participar do programa Sem Censura, da TV Brasil, no dia 17 de setembro.

“Quero que o povo saiba que eu trabalho em televisão, não tenho nada a esconder, mas quero preservar minha vida particular”, afirmou o ator, revelando à jornalista Leda Nagle que está processando cinco sites que, na sua avaliação, expuseram sua intimidade familiar e provocando quem acha que ele é favorável à censura.

“Os donos da imprensa que financiam esta indústria não aparecem. Eu tenho vontade de fazer um blog “Os Donos das Empresas de Comunicação de Massa que não Aparecem” e que acha que podem usufruir da minha vida e fazer disso um produto”, critica o artista.

[A idéia é boa, mas a meu ver, um blog assim seria extremamente repetitivo, uma vez que faltariam personagens tal o grau de concentração dos veículos de massa no Brasil. De qualquer forma, algum coletivo universitário devia por em prática a idéia]

Realista, Cardoso critica até mesmo a seus pares, artistas que acusa de alimentar e de se beneficiar com esta “indústria que mata gente” [em referência a Lady Di] e “cria grandes transtornos para crianças filhas de pessoas famosas”.

“A classe artística se vendeu [se referindo aos que fazem questão de expor sua intimidade]. Primeiro que nós estamos ofendendo as pessoas pois todas elas têm suas vidas particulares e eu acho ofensivo a classe artística vender sua vida particular como uma mercadoria. A classe artística se mediocrizou muito", conclui o anti-Agustinho, ciente das represálias que pode sofrer.

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