segunda-feira, janeiro 28, 2013
Jamais verão estação igual a esta
Alguém aí viu o verão brasiliense que deveria estar aqui?
Visto pela última vez no início de janeiro, ele estava bem forte, todo vestido de azul e dourado. De repente, sumiu sem deixar vestígios.
Desde então, só se vê água nesta cidade. E eu, em pleno verão, dormindo com um cobertor e saindo às ruas, de noite, de blusa de manga comprida.
E eu que dizia a todos que na capital federal até a chuva parecia regulamentada por decreto; por um projeto de lei estabelecendo que só chova o necessário para aguar os jardins e que, mesmo quando forte, a chuva deve cessar em no máximo vinte minutos e, se necessário, só recomeçar após um espaço de tempo suficiente para eu continuar minha caminhada e chegar onde preciso.
Estrepei-me. Isso aqui este mês tá parecendo Santos. Pior. Tá parecendo Ubatuba. A ponto de na semana passada eu aceitar o conselho da madrinha Naninha e forrar meu sapato de legítimo couro italiano com sacolas plásticas do supermercado.
Como se vê, um sujeito semifosco pode até deixar a pobreza, mas a pobreza não o deixa.
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