"Nada [do antigo sentido poético] encontramos no desolado patrimônio dos nossos antepassados. Recebemos nosso tempo desprovido dos elementos que faziam da vida uma jornada poética. Entregaram-nos um mundo mecânico, artificial, no qual a técnica inaugura uma nova política da vida [...] Com este mundo materializado, onde os peixes têm de abrir água aos submarinos, com esta civilização de pólvora e clarins, como podem nos pedir que sejamos homens de boa vontade?"
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Gabriel García Márques, em crônica de maio de 1948, extraída do primeiro de cinco volumes que a Editora Record publicou compilando toda a obra jornalística (reportagens, editoriais, crônicas e resenhas) escritas pelo autor de Cem Anos de Solidão e de O Amor nos Tempos do Cólera, graças aos quais é considerado o maior romancista hispano-americano do século XX.
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