sexta-feira, dezembro 17, 2010

Sangue e risos arrancados a machetadas

"MACHETE NÃO MANDA MENSAGENS"
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O cara abaixo é Danny Trejo, ator já conhecido de quem assistiu a filmes como Um Drink no Inferno e A Balada do Pistoleiro.
E estas são, da esquerda para a direita, Jessica Alba, a garota problema Lindsay Lohan e Michelle Rodriguez

Quem conseguiria arrancar dinheiro dos judeus de Hollywood para produzir um filme em que o "latin lover" aparecesse se dando bem com as três enquanto arranca cabeças, tripas, olhos e miolos de traficantes e policiais corruptos usando, na maior parte do tempo, apenas um...machete (uma espécie de peixera).

Só mesmo seu primo, o diretor Robert Rodriguez, que também produziu e colaborou na criação da história do herói latino-americano, defensor dos mexicanos e demais latinos que tentam ingressar ilegalmente nos Estados Unidos, onde, quando conseguem, se tornam reserva de mão de obra barata e são perseguidos e discriminados. O filme conta ainda com as participações de Robert De Niro e Steven Seagal.

"Eu queria usar a imigração ilegal como pano de fundo para mostrar a verdadeira corrupção que acontece e que é difícil de enfrentar. Na verdade, é tão difícil que ninguém quer falar sobre isso ou se envolver no assunto. As pessoas falam sobre imigração, mas não falam sobre a corrupção que existe entre México e Estados Unidos", disse Rodriguez ao site Collider, aqui reproduzido pelo Omelete.

Terminou por fazer um filme do gênero "exploitation", ao qual já se associava o recente A Prova de Morte, de Quentin Tarantino. O exploitation foi um filão de grande sucesso comercial durante as décadas de 1960 e 1970 e, usualmente, é associado a filmes produzidos com pouca ou nenhuma preocupação em termos de qualidade ou de mérito artístico, mas com ampla publicidade. Recentemente, Tarantino e Rodriguez se propuseram a produzir filmes esteticamente parecidos com os exploitations como mero exercício estilístico.

Ao G1, Rodriguez disse que o longa não é uma crítica direta às políticas de imigração adotadas pelos EUA, embora acabe chamando atenção para o tema. “Tudo o que quis fazer foi um filme divertido, sexy e com grandes atores. Agora, se veem mensagens nele... Sim, há recados para todos. E tudo aberto a interpretações”, avisa.

Sou, portanto, alguém próximo do espectador idealizado por Rodriguez: não vi mensagem alguma no filme. Assisti ao filme com um balde de pipocas, certo de que Machete serviria apenas de entretenimento. Neste sentido, valeu o ingresso, embora não seja o tipo de filme que muitas pessoas vão gostar.


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