quarta-feira, dezembro 26, 2007
Quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
domingo, dezembro 23, 2007
Domingo, 23 de dezembro de 2007
Para o ex-Karnak, André Abujamra, “Essa banda é uma mistura de Kusturica com Hermeto, um pouco de Cuba com macarrão. Um pouco de Paulista sendo de Brasília, um pouco de Brasília sendo do Brasil, um pouco do mundo sendo da Terra e, por que não, um pouco de Karnak com Los Hermanos”. Não entendeu? Pois o músico não se dá por vencido e segue explicando. “Gorbachev com Copacabana. Samba de russo, pagode de cego com Tom Waits. Se fosse teatro seria Tadeus Kantor, se fosse foto seria do Rodchenko, se fosse esquilo não sambaria”. Ah, então tá, né.
Explicações à parte, o fato é que, capitaneada pelo carismático e elétrico vocalista André Gonzales, a banda, em 2007, foi destaque em vários festivais de música independente Brasil afora. Como, aliás, já acontecera em 2006.
O convite para tocar - ao lado de Lobão e da festejada Vanguart - em um programa global em homenagem ao maluco-beleza Raul Seixas e o fato de ter sido selecionado para compor o Projeto Rumos, do Itaú Cultural, só reiteraram o ótimo ano do grupo. E confirmaram o reconhecimento dos fãs que lotam cada disputado show em Brasília.
(Segundo a própria banda, na capital federal, seu cd de estréia, Idem, vendeu duas mil cópias em apenas dez dias. Muito embora, para mim, o disco não faça jus aos méritos do grupo, já que “limpa” excessivamente a massa sonora produzida pelos dez músicos. Sim, dez).
Outro detalhe importante é que, fiel à máxima punk “faça você mesmo”, a banda não se acomoda sob os holofotes que vão gradativamente se acendendo e segue tocando como se não tivesse quase dez anos de estrada, divulgação no site da gravadora Trama, e viesse recebendo críticas elogiosas e, mais importante, amealhando cada vez mais fãs. Cientes da relatividade do sucesso, os músicos organizam na capital federal o projeto Móveis Convida. Dessa forma, já tocaram ao lado de novos nomes que vem se destacando, como Orquestra Imperial, Teatro Mágico, Canastra, Ludov.
Para os detratores não dizerem que só falei de flores, segue trecho de reportagem publicada pela revista Veja: “Essas bandas são a trilha sonora do momento daqueles que Reinaldo Azevedo, colunista de VEJA, batizou de "remelentos e mafaldinhas" – os universitários de classe média que adoram embarcar em presepadas esquerdóides, como a recente invasão da reitoria da Universidade de São Paulo (USP). Tanto o Mombojó quanto o Móveis Coloniais de Acaju foram forjados por estudantes de universidades federais”.
É bem verdade que a banda, assim como Los Hermanos, faz parte daquela cena “universitário cabeça", mas se sua música é boa e seus shows empolgam e fazem dançar, que importa que faça trocadilhos kafkanianos como na música Metamorfose: “Quando acordou, Gregório Samsoniti / Tinha se tornado um horrível sanduíche / De frango compactado / De frango com aliche”. Além do mais, são a Veja e o Azevedo quem estão dizendo.
Para quem quiser saber mais sobre a banda, optei por postar abaixo o primeiro vídeo-clip feito pelo Móveis, mas recomendo outros vídeos do youtube que, gravados ao vivo por fãs do grupo, pecam na qualidade do som, mas dão uma mostra fidedigna da energia dos caras no palco. Além disso, dá para ouvir boa parte das músicas do disco Idem em http://www.moveiscoloniaisdeacaju.com.br/produtos/cd_idem/index.php
sábado, dezembro 22, 2007
Sábado, 22 de dezembro de 2007
quinta-feira, dezembro 13, 2007
Quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
sexta-feira, dezembro 07, 2007
Sexta-feira, 07 de dezembro de 2007
Descobrimos também que o venezuelano é orgulhoso. Somando-se a isso a histórica opressão a que foi submetido e a falta de autonomia, fica fácil entender os arroubos verbais de Hugo Chávez.
Como nos contou um taxista, Chávez já foi bem mais moderado com as palavras, mas parte da população, sobretudo as camadas mais pobres, justamente a que lhe dá sustentação política, achava que daquela forma o presidente não conseguiria se impor. Vai daí, talvez, o jogo para a platéia. O fato é que o presidente roubou a cena e assumiu papel de destaque entre os líderes latino-americanos.
Mas nestas últimas considerações, o que quero é registrar algumas informações e impressões sobre a capital, Caracas, onde passei todo o tempo.
A moeda local é o Bolívar, por nós apelidada de biro-biro. No câmbio oficial, um dólar equivale a pouco mais de dois mil bolivares. Já nas ruas, no câmbio negro, é fácil encontrar quem pague até cinco mil biro-biros.
Para situarmo-nos financeiramente. O metrô custa 500 bolivares (US$ 0,10 no câmbio negro). Uma garrafa d’água mineral, 1.500 bolivares, mesmo preço do jornal El Nacional. Um bom almoço ou jantar fica entre 19 mil e 30 mil biro-biros, ou seja, no máximo, R$ 12.
Um alimento típico é o arepa, espécie de pão de milho. Há casas especializadas que o vendem recheado com tudo o que houver disponível no país. O raciocínio parece ser, se é de comer, então e possível rechear um arepa. Eu, particularmente, só o comi puro, no máximo com manteiga, e não gostei.
O país, um dos maiores exportadores mundiais de petróleo, é rico, embora sofra do mal que atinge todas as ex-colônias ibero-americanas: a concentração de riqueza na mão de poucos.
Sendo produtor de petróleo, a gasolina, lógico, é extremamente barata. O que explica a quantidade de carros, sobretudo de carros antigos. Disseram-nos que com o preço de uma garrafa d’água grande é possível encher o tanque de um carro.
É justamente com o dinheiro da exportação de petróleo venezuelano – cujo principal comprador, vale dizer, são justamente os Estados Unidos – que o governo tem bancado os programas sociais de redistribuição de renda. Muitos acusam Chávez de ser populista, mas o fato é que o país sempre ganhou muito dinheiro com a venda do óleo e permitiu que poucos se beneficiassem desta riqueza.
Chávez, sem dúvida alguma, contrariou muitos interesses desde que chegou ao poder, em 1992, através do voto. Seja atuando junto a Opep de forma a elevar os preços do barril de petróleo, seja se aproximando de regimes classificados pelo governo norte-americano como ditatoriais ou que apóiam o terrorismo.
Se alguém estiver indo a Caracas, recomendo o Hotel Savoy, na Av. Francisco Solano com Las Delícias, no bairro Sabana. Simples, mas barato e bem localizado, além de ter um ótimo restaurante no térreo. Fica a poucas quadras do comércio.
segunda-feira, dezembro 03, 2007
Segunda-feira, 03 de dezembro de 2007
Outra coisa impossível de deixar de notar: a onipresença de Hugo Chávez. Ainda mais nestes tempos de referendo popular sobre a reforma constitucional venezuelana. Chávez, autor do projeto, representa o sim à proposta. Um estudante, Yon Goicochea, e o ex-ministro da Defesa do governo Chávez simbolizam o não.
Contudo, quem estiver atento aos símbolos logo perceberá que a influência de Chávez vai além. Basta se deparar com, por exemplo, as pequenas constituições que são vendidas em bancas de camelôs. Ou o livrinho com a cópia dos 69 artigos constitucionais que Chávez e a Assembléia Nacional pretendem alterar, a partir deste domingo, com a concordância dos cidadãos.
A reforma constitucional, como a esta altura todos já sabem, voltou a evidenciar a divisão da sociedade venezuelana, acirrando os ânimos. Na semana passada, antes do pleito final, ocorrido no último domingo 92), um funcionário público foi assassinado durante uma manifestação dos que eram contrários ao projeto de reformas. Chávez e parte dos seus se apressaram a alçá-lo à condição de mártir. Ao mesmo tempo em que perdiam o apoio de nomes importantes entre os até então governistas e que foram empurrados para a oposição pelo que entendem ser um golpe velado nas instituições para que Chávez se perpetue no poder.
Na última sexta-feira, quando cheguei a Caracas, ocorria o encerramento da campanha a favor do sim. O próprio presidente Chávez foi à Avenida Bolívar, uma das principais de Caracas, e discursou para dezenas de milhares de simpatizantes vindos de todo o país. Não sei se estranhei mais ver as fotos de Chávez em todos as publicações institucionais, incluindo um cartaz enorme no prédio do Ministério de Minas e Energia, ou se vê-lo discursando como um candidato.
Diferentemente de mim, alguns venezuelanos com quem conversei não estranham este fato. E, pelo que me disseram, nem chegam a dar tanta importância aos arroubos de Chávez, que voltou a ameaçar a tudo e a todos: George W. Bush, os oligarcas venezuelanos, os jornalistas, os bancos espanhóis e o presidente da Colômbia, por ele tratado como “um peão dos interesses norte-americanos”. Em uma de suas frases de maior efeito, prometeu embargar a venda de petróleo venezuelano para os norte-americanos. “Não haverá sequer uma gota se houver distúrbios após a realização do referendo”.
Ainda assim – ou, até por isso – Chávez é popular e querido por muitos. Na mesma medida em que é odiado por muitos outros. De forma que é difícil alguém de fora, em pouco tempo, tecer considerações conclusivas sobre o processo sócio-político venezuelano. Ainda no aeroporto, uma senhora cubana que vive há muitas décadas no país disse estar o deixando por não querer assistir ao “mesmo filme” que já vira em sua ilha natal. Tudo bem que ela disse que não há terra como os Estados Unidos, mas opinião é como cú, todos têm, e cada um deve respeito.
Da mesma forma que ao taxista que me disse que Chávez realiza o melhor governo de todo o mundo (vai saber quantos países ele já visitou rodando em seu carro com a gasolina barata do jeito que é no país?). Para ele, está fora de cogitação argumentar que Chávez não é um ditador. “Como podem dizer isso se o sujeito governa um país onde é possível tomar o seu mandato por meio de um referendo popular”.
As coisas não são tão simples, o sabemos, mas ambos os lados parecem não ter muitos pudores em relação ao reducionismo.
sexta-feira, novembro 30, 2007
Sexta-feira, 29 de Novembro de 2007
segunda-feira, novembro 26, 2007
Segunda, 26 de novembro de 2007
sábado, novembro 24, 2007
Sábado, 24 de novembro de 2007
Com 13 anos de carreira e muita história para contar, os pernambucanos do Nação Zumbi trazem a Brasília o show do sétimo álbum. Descrever o som do grupo precursor do mangue beat é uma tarefa difícil, que ficou ainda mais complexa após nova mistura de sons. Além do ritmo tradicional, o grupo introduziu maracatu, baião, rock, psichocarimbó, coco dub, eletrônica, psicodélico e frevo. Difícil saber quando começa um e termina o outro. No palco do Centro Comunitário da UnB, Lúcio Maia (guitarra), Jorge du Peixe (vocal), Pupilo (bateria), Dengue (baixo), Glimar Bola 8 (percussão) e Toca Organ (percussão) mostram tudo isso em forma de espetáculo, com direito a projeções de vídeo e um cenário super produzido.
sexta-feira, novembro 02, 2007
Sexta, 02 de Novembro de 2007
“Espera um pouco
À minha morte não denomines morte.
Morreu (ainda que não definitivamente, esperemos) no último dia 15, o poeta Cassiano Nunes (1921-2007). Resisti a escrever o poeta santista, embora ele se identificasse com os artífices seus conterrâneos e cantasse a terra, principalmente o Paquetá e seu porto. Resisti a adjetivá-lo porque sua obra é [ou será] patrimônio nacional e domínio público. A poesia de Cassiano está ao lado dos grandes, mesmo “seu povo não o reconheça”.
Também não escrevi porque cismei com o fato de sua passagem - e as devidas homenagens tardias - ter se dado em Brasília, onde ele vivia desde 1966, tendo lecionado na UNB por 25 anos. Nunes passou seus últimos dias não à sombra de Brás Cubas, mas sim cuidando dos muitos livros de sua casa, na Asa Sul brasiliense.
Posso estar equivocado (coisa comum de ocorrer!), mas me parece que basta ler a obra de Nunes para entender que, apesar de ter corrido mundo desde muito cedo, o poeta que, dizem, ficou sem escrever por mais de 20 anos por considerar seus poemas ruins, queria mesmo é que dissessem dele o mesmo que ele próprio escreveu sobre Ribeiro Couto, outro a nascer em Santos:
“Meu amigo morto, por onde andará? Deve estar junto ao porto, no cais do Paquetá.
Correu longes terras, mas afinal voltou, vistas as paisagens que, infante, sonhou.
Que importa seu povo não o reconheça e seus versos sensíveis até desconheça?
À gente tão fria, Couto absolverá. Já voltou a Santos, ao cais do Paquetá”.
(CANTIGA PARA RIBEIRO COUTO)
domingo, outubro 28, 2007
Sexta, 19 de Outubro de 2007
fotos: Antonio Cruz /ABr
Foram dezessete instalações militares de três estados (Amazonas, Acre e Rondônia) em apenas sete dias. Entre pousos e decolagens em pistas perdidas em meio à Amazônia Ocidental, quase 18 horas sobrevoando a floresta em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). Aviões (Casa) e helicópteros (Blackhawk).
Além da dimensão continental da floresta, flagrantes de desmatamento, militares, indígenas, missionários, ribeirinhos, policiais e uma sucuri de mais de dois metros.
Locais onde, segundo constatou o próprio ministro da Defesa, Nelson Jobim, a presença do Estado se limita às Forças Armadas. Jobim comandou a comitiva de autoridades, que incluía, além da ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Machado, cinco ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e os comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica.
As legendas das fotos precisam ser corrigidas. Nem sempre correspondem ao local com que nomeei o arquivo. Assim que tiver tempo, vou tentar arrumar isso.
domingo, setembro 30, 2007
segunda-feira, setembro 10, 2007
Segunda-feira, 10 de setembro de 2007
quinta-feira, agosto 02, 2007
Quarta-feira, 2 de agosto de 2007
As paisagens são MUITO lindas. Estamos no meio das montanhas, em um local selvagem, com llamas e aves que nunca tinha visto. A mi me gusta!
A caminho de Cafayate passamos por Amaicha del Valle, onde fica a única comunidade indígena do norte portenho. A cidade garante ter o "melhor clima do mundo". São, segundo eles, 300 dias de sol no ano.
Também visitamos as ruínas de Quilmes (foto), onde o povo nativo primeiramente foi colonizado pelos Incas (vindos do Peru), para em seguida ser subjugado pelos espanhóis. Levados a pé até Buenos Aires, a raca se extiguiu voluntariamente, preferindo morrer a viver cativa. As ruinas ficam na montanha, um lugar muito forte, onde é possível sentir uma energia muito forte.
Por fim, passamos por Tucuman. Para mim, a experiência foi um pouco parecida com visitar o Nordeste do Brasil após estar há algum tempo vivendo em Brasília, ou seja, um choque diante da mudança.
Assistimos a final da Copa América (BrasilxArgentina) em um bar em Tucuman. 'Brigamos' com um velho porque ele não gostou de festejarmos os gols do Brasil. Nunca quis tanto estar no Brasil quanto depois da vitória da seleção. Enfim... acabamos indo a uma boite gay, cheia de travestis. Me diverti muito com um espetáculo, mas não gostei quando uma menina me pegou pelo braço, apertando-o e dizendo "hermosa". Bom, não era muito diferente de estar em uma festa do Conic, em Brasília.
Por enquanto, é isso.
Beijos,
segunda-feira, julho 30, 2007
Segunda-feira, 30 de julho de 2007
Um bom filme está em cartaz no Espaço Unibanco de Cinema, no Gonzaga, em Santos (SP) e na capital paulista. Embora pouco original, a comédia Um Lugar Na Platéia (Faulteils d´Orchestre, 2006), de Daniele Thompson, diverte e prende a atenção, fugindo da pretensão e verborragia comum a maioria dos recentes filmes franceses. Um filme leve, embora aborde alguns temas difíceis.
Não só a ingenuidade e otimismo da personagem principal, Jéssica (Cécile de France), mas a própria estrutura dramática, com várias histórias entrelaçadas a partir da presença da garçonete, lembra O Fabuloso Destino de Amélie Poulain.
Desempregada e órfã, Jéssica deixa Mâcon, no interior da França e, seguindo os conselhos da avó, parte em busca de um emprego na Cidade Luz. Sem qualificação e experiência, tudo que consegue é um trabalho temporário como garçonete em uma lanchonete freqüentada por hóspedes do hotel Ritz, artistas em cartaz no teatro vizinho e freqüentadores de uma casa de leilões. Cada um deles parece atravessar uma crise pessoal, questionando suas conquistas e revendo seus valores. Ótimas atuações de um elenco afiado, com destaque para o pianista estressado Jean-François (Albert Dupontel) e do colecionador de arte Jacques (Claude Brasseur).
domingo, julho 29, 2007
Domingo, 29 de Julho de 2007
A tragédia com o Airbus A320 da TAM, no qual morreram cerca de 200 pessoas (o número correto só será conhecido após o IML ter reconhecido todos os corpos resgatados do local do acidente), comoveu o país e provocou diferentes reações. Nos dias que se seguiram ao fatídico 17 de julho, as restrições impostas pelas autoridades ao funcionamento da pista principal do Aeroporto de Congonhas e o mau tempo geraram novos atrasos e cancelamentos de vôos em todo o país. Em meio a um clima de quase revolta, onde consternação e preocupação se misturavam, jornalistas coletavam as opiniões de usuários de aviões. As declarações abaixo foram ditas por duas pessoas cujos vôos haviam sido cancelados.
A) “Eu não acredito que a Infraero permite que aconteça este caos. Está todo mundo fervendo de raiva porque ela não está ajudando. Congonhas é muito movimentado e eles poderiam já ter transferido alguns vôos para outros aeroportos, mas antes eles deixaram este caos. Tem gente perdendo férias, viagem, gente cansada, insatisfeita, famílias com crianças pequenas. Tudo poderia ser bem mais simples se eles tivessem um pouco mais de responsabilidade”.
B) “Eu descobri que o piloto, puto da vida, vendo que não tinha jeito, que ia mesmo bater, disse “ah, é! Pois então eu vou é jogar [o avião] em cima do prédio da TAM”.
Assinale a alternativa correta:
( ) a declaração A foi dita por um senhor de cerca de 60 anos e a B por um garoto de 10 anos;
( ) a declaração A foi dita pelo garoto Vitor Lemos Abreu, de 10 anos, enquanto a B foi dada por um senhor de cerca de 60 anos;
( ) as declarações não foram dadas por ninguém, já que a população ou está mal informada, em conseqüência da falta de informações, ou confusa devido ao excesso de opiniões, de forma que ninguém está entendendo nada do que se passa com a aviação civil. O próprio jornalista inventou as declarações a fim de dar peso à reportagem.
sábado, julho 28, 2007
Sábado, 28 de julho de 2007
Abruptamente, tomamos consciência da existência das torres de controle e dos quatro Cindactas do apocalipse aéreo. Fomos apresentados a uma tal de Anac, conhecemos um tal Cenipa e tivemos a prova de que os controladores de vôo existem sim, mas não falam muito bem o inglês.
Em meio ao ‘apagão’, vimos ressurgir não apenas os brigadeiros, comandantes e capitães de farda, mas também os parlamentares-mariposas buscando a luz dos holofotes. Mais tarde, entrariam na trama um empresário bem-sucedido e pragmático, um assessor obsceno, um prefeito sem-noção, um dono de bordel e, como escreveu o jornalista Paulo Henrique Amorim, o ministro genérico do general Patton. Enquanto isso, quem realmente devia explicações parafraseou Paulinho da Viola: “não sou eu quem me navega, quem me navega é o mar”.
Na Câmara dos Deputados, mortes, transtornos e prejuízos incalculáveis ainda não eram o bastante para garantir a audiência. Era necessário algo mais palatável do que continuar falando em contingenciamento de verbas ou na existência de áreas não cobertas por radares. Overbooking, desde que devidamente traduzido, é forte e capaz de causar indignação diante da usura e do desmando, mas a forma mais fácil de chamar a atenção parecia ser reclamar das barrinhas de cereais distribuídas durante os vôos.
Difícil foi tomar partido a favor ou contra a desmilitarização. Pelo menos até que, na queda de braço, quem representava uma “influência nefasta” ao grupo de controladores fosse preso, acusado de “insubordinação ou motim” pelos defensores da “disciplina férrea”. Parte da mídia aderiu e passou a retratar os controladores como sabotadores de radares.
Só que, após dez meses de prazos adiados, passamos do drama à tragédia. Nem bem tínhamos nos habituado a expressões e termos técnicos absolutamente desnecessários para quem só quer chegar ao seu destino, surgiram dúvidas ainda mais difíceis de serem respondidas.
O que são e para que servem os groovings? Uma pista pode funcionar sem as ranhuras que permitem que a água da chuva escorra? Uma aeronave com um dos reversores travados é segura? É possível arremeter um avião de cerca de 60 toneladas após ele pousar a 175 km/h em uma pista de menos de 2 quilômetros? Um aeroporto pode funcionar em meio a tantos prédios, com casas a 50 metros da cabeceira da pista? Não é loucura aprovar a abertura de quase 30 postos de gasolina próximos a um aeroporto? Uma aeronave com capacidade máxima de 185 pessoas pode transportar 187, ainda que as duas excedentes sejam “crianças de colo” de quase dois anos? Qual a carga horária cumprida por tripulantes durante os dias em que, devidos a sucessivos atrasos, as companhias aéreas não conseguiram planejar seus vôos? Porque os vôos têm de passar todos por São Paulo?
Após nove meses acompanhando o caos aéreo, depois de dez dias do acidente com o Airbus A-320 que fazia o vôo JJ 3054 da TAM e de nove dias 'internado' nos dois principais aeroportos de São Paulo, não tenho certeza alguma. Sei apenas que nem os especialistas se entendem. Que o único que se arrisca a apontar o dedo em direção a alguém parece ser o repórter da Veja, Marcio Aith. O problema é que isso me parece precipitado (além de ser a Veja, né!). Segundo o jornalista Paulo Henrique Amorim, "Aith é o autor daquela famosa “reportagem” co-assinada por Daniel Dantas, que provou (?) a existência de contas secretas do Presidente Lula e do Dr. Paulo Lacerda (!)".
Ao fim de tudo, o que ainda me espanta é constatar que não sei quem preside a Agência Nacional de Transportes Terrestres, a ANTT. Não sei o que faz o Dnit nem a quem cabe fiscalizar os investimentos feitos nas estradas. Da mesma forma que não tenho visto a recém-criada Secretaria Especial dos Portos anunciar medidas para impedir que os portos do país entrem em colapso. Nem ouvi explicações plausíveis de porque os sucessivos governos desmontaram a malha férrea brasileira.
Desconfio que o apagão não seja apenas aéreo, e sim do transporte em geral. (aliás, alguém poderia explicar porque o setor aéreo está sob a responsabilidade do Ministério da Defesa? Deve ter algo a ver com a tal da sobreposição das funções de defesa do espaço aéreo, atividade de caráter militar, e de controle do tráfego aéreo, função que pode muito bem ser executada por civis).
domingo, julho 22, 2007
sábado, junho 30, 2007
Sábado, 30 de junho de 2006
AFINAL, QUEM É MATT HARDING?
Matt Harding é um designer de games norte-americano...ou melhor, era. Porque, hoje, Harding é um exemplo das celebridades espontâneas surgidas com o advento das novas tecnologias, que descentralizaram a produção e a distribuição de conteúdos.
Harding estava na casa dos 30 anos quando decidiu que criar jogos de video-games não era o suficiente. Ele queria apresentar ao mundo outros, digamos, talentos. E, lógico, viajar e se divertir.
Segundo seu próprio site, no início de 2003, Harding concluiu um trabalho na Austrália, apanhou seu dinheiro guardado e se mandou para uma viagem. Após meses batendo perna por lugares exóticos, um amigo lhe deu uma sugestão: porque não se filmar dançando diante de algumas belíssimas paisagens e monumentos? Harding levou a brincadeira à sério. Aliás, não só ele.
O sucesso obtido pelo norte-americano que, entre os primeiros entusiastas do YouTube, passou a ser mencionado como “aquele cara que dança na Internet”, chamou a atenção dos publicitários da fábrica de gomas de mascar Stride. A empresa pagou para que Harding desse um segundo giro pelo planeta. Em contrapartida, ele tinha de fazer o que já fizera antes, de graça: se deixar filmar dançando sua ridícula coreografia.
Com os vídeos divulgados em seu site e principalmente por meio do YouTube, Harding e a Stride reforçaram os argumentos dos que defendem que a televisão pode até não morrer, mas tem de se renovar urgentemente. Com a perspectiva de que computadores e acesso à conexões de banda larga se tornem cada vez mais acessíveis, as pessoas vão se sentir cada vez mais estimuladas a procurar novidades na rede, ao invés de permanecerem reféns da mesmice da grade das emissoras de tevê.
Clique sobre a imagem e confira se, ainda que tosco, o vídeo de Harding não é capaz de arrancar boas risadas. A música, sem dúvida, foi um achado. E o melhor da popularização das novas mídias é que elas permitem que qualquer um se expresse, a exemplo do sujeito que filmou uma paródia irônica ao vídeo de Harding. Para assisti-la, bata clicar no botão para retroceder um vídeo ao terminar de assistir o do norte-americano. É o botão da esquerda que aparece ao final de cada vídeo.
quarta-feira, junho 27, 2007
Quarta-feira, 27 de junho de 2007
Em São Paulo, punks agridem pessoas em uma lanchonete e acabam por esfaquear um rapaz que tomava uma cerveja após deixar o trabalho. Em São Bernardo do Campo (SP), um estudante de apenas 10 anos ataca e decepa um dedo de sua professora.
Em Brasília, um sujeito entra em uma pizzaria de uma cidade satélite de Brasília e mata oito pessoas. Poucos dias depois, o corpo de Isabela Faria, 14 anos, é encontrada decapitado em um matagal. A garota havia desaparecido no dia 14 de maio, quando voltava do curso de inglês, a cerca de 500 metros de sua casa.
No Rio de Janeiro, jovens “playboys” agridem uma empregada doméstica e se justificam alegando que a confundiram com uma prostituta. Além disso, 13 pessoas morrem durante operação policial no Complexo do Alemão.
Em Santa Catarina, um professor de 33 anos é morto a tiros diante de seus alunos, durante uma competição.
Realmente, o clima do planeta está esquentando e não há muito o que falar sobre isso se não admitir a impotência e o medo.
terça-feira, junho 26, 2007
Terça-feira, 26 de junho de 2007
Besteira? Nem tanto. Tudo bem. Eu sei que a régua pra medir coisas assim abstratas é pessoal e intransferível, mas também acho importante estabelecer parâmetros com que confrontar os resultados de nossos esforços. Além do que, creio estar em meio a uma daquelas crises cíclicas de...valores? Isso ainda existe? Sei não, soa tão antiquado.
Abraço do seu amigo caiçara.
domingo, junho 24, 2007
segunda-feira, junho 04, 2007
Segunda-feira, 4 de junho de 2007
terça-feira, maio 29, 2007
terça-feira, 29 de maio de 2007
Quarta-feira, 04 de julho de 2007
Homenagem a Nelson Rodrigues com Barbara Heliodora - 20h
Local: TENDA DA MATRIZ R$ 20
10h
Mesa 1 - FUTURO DO PRESENTE
Mesa 2 - UIVOS
Mesa 3 - NELSON RODRIGUES - ATO 2
Mesa 4 – SOBRE MACACOS E PATOS
19h
Mesa 5 - TÃO LONGE, TÃO PERTO
10h
Mesa 6 – A VIDA COMO ELA FOI
Mesa 7 - ÁLBUM DE FAMÍLIA -
15h
Mesa 8 – TERRAS - Antônio Torres e Mia Couto
17h
Mesa 9 – CRIME E CASTIGO -
19h
Mesa 10 - PANTERAS NO PORÃO -
10h
Mesa 11 – NELSON RODRIGUES ATO 3 -
11h45
Mesa 12 – DOIS LADOS DO BALCÃO -
15h
Mesa 13 – PERDOA-ME POR ME TRAIRES -
17h
Mesa 14 - NARRATIVAS DE CONFLITO -
19h
Mesa 15 – DIÁRIO DE UM ANO RUIM -
10h
Mesa 17 – SEM DRAMAS -
11h45
Mesa 18 – NO CORAÇÃO DA SELVA -
15h
Mesa 19 – SOBRE MENINOS E LOBOS -
17h
Mesa 20 –
Mesa 21 – LITERATURA DE ESTIMAÇÃO -
FLIP etc
22h
Show musical - Bossa Nova, Andréa Gorgati -Voz e violão
Local: Café Paraty R$10
-->
Quinta-feira, 05 de julho de 2007
23h
Show musical - MPB, Terno de Damas, Trio Vocal Feminino, Baixo, Violão e Percussão
Local: Café Paraty R$ 35
-->
Sexta-feira, 06 de julho de 2007
23h
Show musical - MPB, Cristina Braga, Harpa, Baixo acústico, Percussão e Flauta
Local: Café Paraty R$ 35
-->
Sábado, 07 de julho de 2007
23h
Show musical - Choro, Trio Madeira, Brasil, Clássicos de Cordas e Choro
Local: Café Paraty R$ 35
-->
Domingo, 08 de julho de 2007
22h
Show musical - Bossa Nova, Andréa Gorgati - Voz e violão
Local: Café Paraty R$10
sexta-feira, maio 11, 2007
sexta-feira, 11 de maio de 2006
Pois se até a senhora, assistindo aos excessos do Jornal Nacional Papal foi questionar o pai (não “o” Pai, mas o meu pai) sobre a razão do líder máximo do catolicismo, o sucessor de Pedro, vir ao Brasil... Pois então. A senhora até achou a missa bonita e, intimamente, orou a Deus para que lhe curasse a gastura, mas não se empolgou muito com o Ratzinger, hoje Bento XVI. Tudo bem, mãe, não se envergonhe não. É fato que o homem não tem o carisma do João, que beijava o solo de cada país que visitava.
Mesmo que não saiba nada sobre o histórico conservador do homem que quando prefeito da Congregação da Doutrina da Fé coordenou o processo que culminou na punição do então frade brasileiro Leonardo Boff; que é acusado de varrer para debaixo do tapete os crimes de pedofilia de alguns padres e que, ainda a caminho dos tristes trópicos, mandou um claro recado para o governo brasileiro ao ameaçar excomungar políticos mexicanos favoráveis ao aborto, a senhora sacou a distância entre o ideal e o pragmático. Se ele ainda os excomungasse por corrupção.
Sabe quem eu acho que nesta história toda acabou se saindo bem? O ministro da Saúde José Gomes Temporão. Sobre a condenação veemente do Papa ao aborto, Temporão disse que não era papel do governo discutir isso ideologicamente, mas sim com uma questão de saúde pública. Será que o ministro vai ser excomungado? Imagina o Papa vetando o ingresso no céu de um ministro do Brasil, Estado laico, exemplarmente sincretico.
Sabe, mãe, no meio de toda essa lenga-lenga dos jornais sobre a visita do Bento, com a televisão abusando dos clichês e de crianças cantando Nossa Senhora em falsete, eu garimpei uma notícia dizendo que uma das razões para o Papa vir tomar café com a gente é que ele quer que o Lula assine um acordo garantindo à Igreja todos seus direitos no território nacional (?), inclusive a consolidação de todas as isenções fiscais que recebe, obrigações no setor educacional (??) e mesmo a autorização para que missionários possam entrar em reservas ecológicas e indígenas. Também desconfio que ele deva estar preocupado com o crescimento da Igreja Universal.
Bem, é isso mãe. O Jornal onde o Bento defendeu a castidade antes do casamento, condenou a infidelidade no matrimônio, reprovou o uso de preservativos já terminou. E como eu desconfio que não vá ascender aos céus, só me resta me ligar ao Paraíso Tropical, pois hoje a mulher vai descobrir que o marido é adúltero.