quarta-feira, março 02, 2011

Bravura Indômita - Ótimo

Menos fantasiosos, porém não menos divertidos do que em filmes anteriores como os excelentes Onde os Fracos Não Tem Vez ou Queime Depois de Ler, os irmãos Cohen voltam a acertar a mão em Bravura Indômita, cuja primeira adaptação (1969) ao cinema já havia rendido ao ícone maior do velho estilo hollywoodiano, John Wayne, seu único Oscar. Irônico que quatro décadas depois, a versão dos Cohen não tenha levado nenhuma estatueta, mesmo tendo recebido dez indicações ao prêmio.

E ainda em se tratando de Oscar, como não vi a O Vencedor, não posso afirmar que o prêmio de melhor atriz coadjuvante para Melissa Leo tenha sido uma injustiça com a jovem Hailee Steinfeld, de apenas 14 anos. Mas que esta dá um show, ah!, isso dá. A meu ver, já em seu primeiro papel no cinema, a nova Mattie Ross - a protagonista de Bravura Indômita - rouba a cena de Jeff Bridges, no papel do feio, sujo e caolho xerife Rooster Cogburn, e do irreconhecível Matt Damon.

Pontos altos do filme: os sempre irônicos e inusitados diálogos presentes nos filmes dos Cohen, as cenas de puro nonsense, como a aparição de um médico-curandeiro vestindo uma pele de urso para se proteger do frio e a trilha sonora.  Além da coesão do elenco, todo ele muito bom. Com uma pequena ressalva: o próprio Bridges, que atua de forma comedida desde a excelente sequência inicial no tribunal, em que sua personagem é apresentada ao público, até a cena em que tenta provar aos seus companheiros de viagem que o fato de ser cego de um olho não o atrapalha na hora de atirar, quando parece adotar o tom de comédia explícita sem que nada no filme indique tal mudança. Nada, contudo, que tire o brilho deste excelente filme. 



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