Tom Zé é um baiano de palavra. No último final de semana, prometeu dar um show que estimulasse o "cognitivo" e mexesse com o "lúdico" da platéia brasiliense. Cumpriu. E, assim, pôs ao menos um terço do enorme Teatro Nacional para dançar e a totalidade do público em estado de graça com seu "Pirulito da Ciência".
Ciência esta incapaz de descobrir a receita que permitiu ao gênio tropicalista chegar aos 74 anos com tanta disposição e inventividade. Ver Tom Zé no palco é confirmar a frase de Arnaldo Antunes (outro que se apresentou na capital esta semana. Veja post abaixo): a coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer.
Tom Zé é, sem dúvida, dos mais inventivos, importantes e acessíveis músicos brasileiro. (O norteamericano David Byrne (ex-Talking Heads) diria, "do mundo"). E anarquista, graças a Deus. Do tipo que, antes disso ser prática corrente, já desrespeitava a hierarquia entre erudito e popular e misturava rock ao maxixe e ao forró. Se divertindo e, acima de tudo, divertindo sem deixar de instruir.
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