Eu estou muito bem com meu aparelhinho de DVD de R$ 299 e minha tv de quase uma década, obrigado. Só que o dono da locadora decidiu que Blue-Ray é bacana e que, portanto, todos seus clientes devem aderir à próxima tecnologia a ser ultrapassada. O sujeito está se desfazendo de todo seu acervo de dvds e isso está me deixando sem muitas opções.
E porque estou contando isso? Para me justificar. Sim, porque não fosse por isso eu provavelmente não teria pego este As Coisas Impossíveis do Amor. Ainda que a protagonista seja a linda e talentosa Natalie Portman (Cisne Negro), de quem sou fã. Um filme com este título nada oportuno não parece mesmo muito promissor. Mas quer saber. Foi bom.
Ao contrário do que sugere o título em português, o filme é uma comédia dramática (levinha) e não uma comédia romântica açucarada. Tanto que, nos Estados Unidos, onde já havia sido lançado em 2009 com o título do livro em que é baseado (Love and Other Impossible Pursuits, de Ayelet Waldman), o filme foi relançado no início deste ano com o título The Other Woman (A Outra). Relançamento que ocorreu em vários países a fim de faturar algum em cima do Oscar de melhor atriz dado a Natalie. No Brasil, o filme foi direto pro dvd.
A Outra é um título que tem muito mais a ver com a história. A jovem advogada Emilia (Natalie) e seu chefe se envolvem após se conhecerem no escritório. Ele então deixa a esposa (Lisa Kudrow) bem-sucedida, histérica e que cria um filho hipocondríaco de oito anos(Willian, interpretado pelo garoto Charlie Tahan). Da união entre Emilia e Jack nasce uma filha que morre ainda bebê, o que torna ainda mais difícil a convivência de Emilia com o solitário Williane e com a ex-esposa de Jack. A tensão vai crescendo (embora o diretor Don Roos não consiga transmitir isso adequadamente) e acaba por opor Emilia a seus pais recém-separados, a antigos amigos e até mesmo a Jack. Nestas circunstâncias adversas, não demoram a surgir "as impossibilidades do amor", ou seja, as dificuldades dos relacionamentos.
Com diálogos inteligentes e um elenco afinado, o destaque são as cenas de Natalie com Charlie Tahan, em particular a conversa em que o garoto sugere à madrasta vender as coisas do bebê morto em um site. Aí você já percebe que a história não se desenrolará em águas tranquilas e que o filme tentará comprovar a tese de que a perfeição é um ideal inatingível e que nem sempre há responsáveis ou razões para as coisas fugirem ao nosso controle.
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