sábado, setembro 04, 2010
Argentina é homenageada em Festival de Artes Cênicas de Santos
A Argentina é o primeiro país a ser homenageado no Mirada - Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos, evento realizado pelo Serviço Social do Comércio (Sesc) de São Paulo e cujos organizadores, já na abertura de sua primeira edição, ontem (2) a noite, manifestaram a expectativa de que se estabeleça como mais um importante evento do calendário artístico nacional.
Segundo o gerente do Sesc de Santos, Luiz Ernesto Figueiredo Neto, a intenção é que o festival aconteça a cada dois anos, na cidade, e que a cada edição um novo país seja homenageado. Ainda assim, ele destaca que, mesmo atravessando um mau momento econômico, a Argentina tem uma produção dramatúrgica importante e multifacetada.
Para dar conta de representar a diversidade estética e temática do teatro contemporâneo argentino, os curadores do festival convidaram cinco criadores, entre eles o diretor e dramaturgo Daniel Veronese, um dos fundadores da companhia El Periférico de Objetos, criada em 1989 e que já trabalhou no Brasil, onde, em 2009, dirigiu a peça Gorda, com Fabiana Karla e Michel Bercovitch.
No Mirada, Veronese apresentará três espetáculos: O Desenvolvimento da Civilização Vindoura, no próximo domingo (5); Todos os Grandes Governos Tem Evitado Ao Teatro Íntimo, no dia 6 e Espia a Uma Mulher Que Se Mata, no dia 7. As duas primeiras são as versões pessoais de Veronese para os clássicos A Casa de Bonecas e Hedda Gabler, do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen. Já a última é uma versão do argentino para Tio Vânia, do russo Tchekhov.
Entre os argentinos, também se apresentará em Santos, nos dias 6 e 7, a companhia Teatro Timbre 4, fenômeno da cena independente portenha que busca romper com a representação tradicional e que já percorreu Estados Unidos, Portugal, Espanha, Bósnia-Herzegóvina, Irlanda e o próprio Brasil com a peça A Omissão da Família Coleman.
Já nos dias 7 e 8, o espetáculo Lote 77 permitirá ao público do Mirada conhecer o trabalho do ator e diretor Marcelo Mininno, autor do texto que trata da construção social e histórica do conceito de masculinidade visto pela ótica de trabalhadores rurais.
Já a atriz e diretora Lía Jelín, junto com as atrizes Marta Bianchi e Noemi Frenkel, se serve das histórias de vida das escritoras Alejandra Pizarnik (1936-1972) e Silvina Ocampo (1903-1994) para lançar um olhar feminino e literário sobre a história recente da Argentina. Dias 4 e 5.
Nada do Amor me Provoca Inveja, monólogo encenado nos dias 9 e 10 por María Merlino e dirigido por Diego Lerman, parte das desavenças entre as cantoras e atrizes Libertad Lamarque e Eva Duarte para discutir a memória política e social do país. Na vida real, Libertad teria dado um tapa no rosto da jovem Eva, que logo depois se casou com o presidente Juan Perón, entrando para a história como "a mãe dos pobres" Evita Perón. Libertad, por sua vez, passou a ser boicotada em seu próprio país e teve que se mudar para o México, onde morreu no ano de 2000.
Além da Argentina, o público também terá a chance de assistir a trabalhos da Bolívia, Colômbia, Espanha, Venezuela, Equador, México, Peru, Chile, Uruguai, Portugal e do próprio Brasil. Toda a programação do evento pode ser consultada no site www.mostrasescdeartes.com.br/mirada.
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