O Xarxa Teatre, grupo valenciano de teatro de rua, ocupou parte do jardim do Emissário Submarino, à beira-mar, para encenar o espetáculo El Foc Del Mar (O Fogo do Mar). Parte do repertório da companhia, o espetáculo pirotécnico vem sendo encenado desde 1994 e, segundo o próprio grupo, já foi exibido em mais de 40 países.
Segundo o ator e assistente de direção Oscar Luna, o público compreendeu a proposta do grupo de encenar uma grande festa de rua, com o uso de fogos de artifício, música percussiva e as cores vivas e formas geométricas normalmente associadas à cultura mediterrânea que, juntos, remetem às tradições festivas de Valencia.
"É um espetáculo um pouco diferente pois não contamos uma história própriamente dita, não há uma única palavra. Nossa intenção é fazer uma festa teatral a partir das tradições valencianas e tínhamos a expectativa de ver como o público iria reagir. A resposta foi boa" , disse Luna à Agência Brasil.
"Linda! Valeu muito a pena. O trabalho é uma maravilha", disse a aposentada Vilma Rodrigues de Campos Melo, moradora de Laranjal Paulista, no interior do estado, que aproveitou a visita à filha que mora em Santos para assistir, de graça, ao grupo espanhol. A professora de educação física Adriana Barbieri também elogiou o trabalho do Xarxa. "Viemos por conta da sinopse que nos entregaram na rua e valeu. Não foi preciso que os atores falassem nada. Foi maravilhoso, ainda mais por ser na praia".
Em seguida, uma parcela do público seguiu da praia para o Serviço Social do Comércio (Sesc) de Santos, onde ocorre parte dos espetáculos fechados. Não foi no teatro, contudo, que a Compañia de Teatro Animalario encenou a história do boxeador basco José Manuel Ibar, o Urtain, que dá nome à peça. Um ringue cenográfico, além de toda a estrutura de iluminação, foi montado no ginásio.
Cadeiras foram dispostas para o público em torno do ringue como a reproduzir uma arena de luta e, por duas horas, a plateia acompanhou a ascensão e o declínio do jovem, que chamou a atenção de especialistas ao demonstrar extrema força física levantando pedras e que acabaria por se tornar campeão europeu de pesos-pesados em meio à ditadura de Francisco Franco (1938-1973).
"Gostei bastante da peça e achei diferente a ideia do ringue, algo que torna a representação ainda mais realista. Acho que com a iluminação e com a narrativa, eles conseguiram fazer com que o público viajasse pela história", disse o jornalista Eduardo Ricci que já havia assistido, na quinta-feira (2), ao espetáculo mexicano De Monstruos e Prodigios. "O que é legal é ver a diversidade. Eu, por exemplo, jamais havia visto um cavalo em cena como vi ontem [no espetáculo mexicano], e as questões alegóricas também foram bem interessantes".
O festival segue até o próximo dia 11, e as duas peças voltam a ser apresentadas hoje (4). Toda a programação está disponível no site www.mostrasescdeartes.com.br/mirada. As peças apresentadas em espaços fechados custam R$ 10 (R$ 5 a meia-entrada e R$ 2,50 para comerciários). Já as encenadas em um dos sete espaços ao ar livre são gratuitas.
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