quarta-feira, setembro 29, 2010

Enquanto isso, no DF...

Constrangedor. É o mínimo que se pode dizer da participação da mulher do candidato ficha-suja Joaquim Roriz, Weslian Roriz, no último debate eleitoral trasmitido pela tevê, ontem (28) a noite.

Para quem não está a par do que se passa na capital federal após a prisão e a renúncia do ex-governador José Roberto Arruda, o candidato ficha-suja Joaquim Roriz jogou aos leões a mãe de suas filhas após o Supremo Tribunal Federal (STF) se mostrar incapaz de decidir se a Lei da Ficha Limpa (que impede quem tenha cometido crimes eleitorais de disputar cargos públicos) vale já para as eleições deste ano.

Na semana passada, já tendo perdido a liderança nas pesquisas de intenção de votos e pouco disposto a sangrar em público para, talvez, ver sua candidatura impugnada mais a frente, Roriz surpreendeu a todos ao eleger sua mulher (quanto menos repetirmos o nome dela, melhor) para ocupar o posto de candidata da coligação Esperança Renovada.

Sem jamais ter concorrido sequer ao cargo de síndica, Weslian só não passou vergonha maior porque, aparentemente, os leões brasilienses não estavam sedentos por sangue. Pouparam-na. Talvez atentos à regra de que, em debates, humilhar um adversário não é bom negócio já que pode gerar em parte do eleitorado uma simpatia pelo humilhado. Lição aprendida em 1998 pelo então governador candidato à reeleição do DF, Cristovam Buarque, que perdeu a liderança e a eleição ao humilhar...Roriz.

Também não se pode deixar de considerar que, talvez, Weslian não tenha sido mais atacada simplesmente porque o nível dos candidatos brasilienses é muito fraco. Costumo dizer que a maioria dos deputados distritais não se elegeria vereador em Santos ou em São Paulo. Ou você consegue imaginar um candidato afirmando algo como "eu quero defender toda aquela corrupção" ou "se aconteceu da pessoa ser desonesta nós não temos responsabilidade"? (assista o vídeo abaixo para ver com seus próprios olhos o bizarro show protagonizado por Weslian)



O risco agora é parte dos eleitores ver um atrativo na falta de experiência política-administrativa e na incapacidade de se expressar da mulher de Roriz, um sujeito folclórico que chega a falar errado propositadamente para passar a idéia de que é "povão". Ou então votar em Weslian pela certeza de que ao elegê-la estará elegendo o último governador biônico do Distrito Federal, posto no cargo por José Sarney na época em que este era presidente. Além do que, Weslian é honesta: todos os problemas serão resolvidos por "uma assessoria técnica". Sendo assim, proponho: Fora com os intermediários. Vote nos assessores do PSC.

Agora, a esperança dos que tem bom-senso é que a Procuradoria Regional Eleitoral vetem a candidatura da dona Weslian (como a chamavam os demais candidatos). Os procuradores Rentao Brill e José Campos já assinaram parecer contrário, alegando que a substituição de Roriz pela mulher representa ofensa a princípios constitucionais como o da moralidade e o da representatividade. Para eles, Weslian é candidata laranja do marido.

Em socorro aos procuradores, deixo mais uma sugestão: que se inclua na legislação eleitoral uma cláusula que impeça a candidatura de analfabetos políticos. E tenho dito...

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