quarta-feira, agosto 31, 2011

No País da Piada Pronta...


... o cidadão não consegue acessar, na internet, o Código de Ética da Câmara dos Deputados pois, até as 15 horas desta quarta-feira (31), o arquivo estava ...corrompido. Sério. 

http://www2.camara.gov.br/a-camara/eticaedecoro/novo-codigo-de-etica-da-camara-dos-deputados

terça-feira, agosto 30, 2011

Candidatos ao trono


 Justa Marra: Jay Z e Kanye West já tem seu posto no panteão da música black 
Com quase um mês de atraso em relação ao hype, segue a óbvia constatação do não-especialista semifosco, este mesmo que vos escreve, meus três amigos: Watch The Throne é, de fato, um grande disco. Porém....devagar com o andor que o santo é de barro. Mesmo que banhado a ouro.
 
Apontado por muitos críticos como sendo o Ok Computer (Radiohead) do hip hop (há inclusive os exagerados que afirmam que ele está para o gênero assim como o Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, dos Beatles, está para o rock), o álbum de Jay-Z e Kanye West vem sendo considerado “uma mudança de paradigma para o hip-hop”, conforme apontou o site especializado Allhiphop, que lhe deu nada menos que uma nota nove. 
 
Não sou o maior dos fãs de rap ou hip-hop (principalmente norte-americano, produzido, na maioria das vezes, por uns carinhas de$lumbrado$ e mais preocupados em o$tentar a grana que ganham gritando o quanto o mundo é injusto do que em entender e denunciar as reais razões de tal injustiça). Mesmo assim, curti o som. Só não entendo tanta empolgação. Até porque,  leigo que sou, me lembrei do álbum The Score, do The Fugees, outro sucesso de crítica e público que, na época de seu lançamento, expandiu a nova música black para outros ouvidos. Isso para não falar em Run DMC, Public Enemy, Beastie Boys e outros...
 
Ao longo das 12 faixas bem diversas entre si, Jay-Z e West parecem se esforçar para fazer algo diferente, superar estereótipos e ocupar o trono da música pop. Destaque para as canções No Church In The Wild, cujo contrabaixo pega logo na primeira audição, e Ni**as in Paris. 

Enfim, clique aqui e ouça você mesmo a “bola da vez”. 



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E por falar em rap engajado: e o aguardado novo disco do Racionais, hein? É pra quando?  


 

segunda-feira, agosto 29, 2011

Os fins justificam os meios?

Qualquer semelhança entre o escândalo envolvendo o jornal inglês 'News of the World', do mega-empresário Rupert Murdoch, e o caso Veja/Dirceu é mera confirmação do velho ditado de que, para certos setores, melhor seria que a população jamais soubesse como são feitas as salsichas, as leis e o...jornalismo. 

Na Inglaterra, a revelação de que o jornal do mega-empresário Rupert Murdoch realizava escutas ilegais em telefones de celebridades, políticos, membros da família real e de vítimas de crime e seus familiares  (entre eles o brasileiro Jean Charles de Menezes) levou à prisão de executivos e à demissão do então porta -voz do primeiro ministro. 

Já no Brasil, fica a dúvida: será que desta vez haverá alguma autoridade com coragem suficiente para chamar a Veja na chincha  e deixar claro que também a "revista mais lida" do país está sujeita às leis? E que sua imparcialidade não se justifica nem mesmo com a raiva e a desconfiança de seus leitores - ou, vá lá, de parte da população brasileira - em relação aos "petralhas" (termo cunhado pelo ultraconservador mauricinho Reinaldo Aze[ve]do, que, há anos, é a cara e o porta-voz da publicação da editora Abril)? 

Não se trata de defender Zé Dirceu, petistas ou qualquer outra personalidade pública de críticas, mas sim de ter certeza de que vivemos em um Estado de Direito. E que, se a Veja quer apontar os erros dos outros, deve cuidar para não cometer erros ainda maiores como violar a privacidade das pessoas ou tentar obter informações por meios ilícitos. Isso não é jornalismo. E o próprio Aze[ve]do reconhece isso. Embora tente, com toda sua bílis, justificar o erro:

"VEJA cometeu, sim, uma invasão: invadiu uma toca de conspiradores [...] indo até o quarto de hotel que ele [Genoíno] ocupa na clandestinidade". 

Segundo o boletim de ocorrência registrado pelo Hotel Naoum na Quinta Delegacia de Polícia de Brasília, o clandestino, contudo, era o repórter da Veja, que se fez passar por hóspede do quarto de  Dirceu para que uma camareira lhe abrisse as portas. Mal-sucedido, restou a ele se hospedar na suíte ao lado. Se, a partir daí, o jornalista tivesse simulado um encontro imprevisto com ministros e políticos se esgueirando furtivamente pelos corredores do hotel a fim de se encontrar com Dirceu, teria sua matéria. E a discussão (e repercussão) ficaria restrita ao conteúdo da matéria: políticos e membros do governo tem ou não o direito de se encontrarem com Dirceu, que responde, no STF, a processo pelo episódio conhecido como mensalão?

Só que a revista se excedeu, perdeu a mão e deu um tiro no próprio pé. As fotos que ilustram a matéria atestam isso: foram obtidas de forma ilícita uma vez que, segundo o próprio hotel, sequer foram feitas pelo sistema interno de vídeo. Portanto, resta a hipótese de que uma câmera tenha sido instalada por alguém. A serviço de quem? Cabe a Veja responder. 

Posso estar enganado, mas, ao contrário de Azevedo, a própria Veja sabe que cometeu um erro. Enquanto o indigesto escriba associa as críticas à uma invasão das redes sociais "pela canalha", "profissionais e blogueiros a soldo", que tentam "transformar o vilão em vítima, e o mocinho, em bandido", a publicação não exibe sequer um resumo da polêmica matéria na página inicial de seu portal na internet.

Sentindo-se prejudicado, o Hotel Naoum não só registrou um boletim de ocorrência para que a Polícia Civil do DF apure o caso, como estuda acionar a revista. E, ao que tudo indica, a PF também vai entrar em ação.



sexta-feira, agosto 26, 2011

Proto-Surf

Um achado arqueológico pode obrigar a Prefeitura de Santos (SP) a recolher algumas placas de bronze e publicidades espalhadas pela cidade e reescrever a história.

Um vídeo localizado no interior de São Paulo revela cenas até então ignoradas de pessoas pegando jacaré em Copacabana no distante ano de 1928. Disponibilizados no youtube por um tal Cau Barata, o documento pode reforçar os argumentos daqueles que não reconhecem o cidadão santista Thomas Rittscher como o pioneiro do surf brasileiro.

A questão agora é se correr ondas deitado sobre objetos semelhantes a uma prancha de isopor pode ser considerado com um primeiro indício do surgimento do esporte no Brasil, tirando o mérito de Rittscher, que não só construiu, na década de 1930, uma pesada prancha de madeira, como é a primeira pessoa a ser registrada em pé sobre as ondas.
 


Comparando o vídeo com as fotos de Rittscher em ação, não dá para negar que ainda que o Rio passe a ser considerado o berço do esporte no Brasil, terá sido em Santos que ele deu seus primeiros passos.





Escapismo?


"E assim vou seguindo a vida
De encontros e despedidas
Na varanda da casa grande
Vejo a serra perdida
Um dia encontro a minha paz
Na praia ou na cachoeira
"

Shows gratuitos para o público são uma ótima oportunidade para os artistas ampliarem suas platéias. Veja só meu exemplo. Nunca curti muito o reggae do In Natura, banda formada  por três ex-integrantes do Natiruts (Bruno Dourado, Izabella Rocha e Kiko Peres), mas, sem mais o que fazer, no último domingo (21) a tarde acabei indo parar na Esplanada dos Ministérios, onde assisti ao show na faixa. E quer saber? Gostei. 

Não que eu vá sair por aí recomendando a compra de cds da banda ou baixando suas músicas, mas tenho que reconhecer: ao vivo eles são melhores que eu preconceituosamente imaginava. E o raio da melodia da música Sorriso de Flor grudou de tal forma na memória que quase uma semana depois eu ainda me pego a assobiando.





quinta-feira, agosto 25, 2011

Pra Entender o Brasil

Que a Bahia é musicalmente pródiga ninguém questiona. Da terra de todos os santos vieram Dorival Caymmi, João Gilberto, os tropicalistas, os Novos Bahianos, Raul Seixas e muito, muito mais. Nos últimos anos, contudo, a Bahia se tornou, mesmo que involuntariamente,  um dos melhores laboratórios de mashup cultural do mundo. 

Mashup é a técnica de misturar duas músicas com melodias semelhantes, dando origem a uma nova canção, carregada de novos significados. Na Bahia, no entanto, tudo vira mashup. Da religião à culinária. E nem é preciso que os ingredientes guardem alguma semelhança entre si.  O baiano consegue `harmonizar´ tudo. E, a partir disso, criar uma nova dança. Caso, por exemplo, do sucesso virtual “Cadê Côco?”. Algo na linha do "minha mulher não deixa não", mas mais, digamos, hardcore.

Ao passar por Ilhéus, em julho, eu ouvi o bordão e não entendi nada. Hoje, com a prisão do tal Côco, o assunto voltou à baila e eu, enfim, saquei o que é a real capacidade popular brasileira de transformar tudo em...cultura. Isso é que é antropofagia artística.

Os  vídeos abaixo mostram a origem e as consequências do fato e ajudam a entender a legítima cultura popular brasileira: coitada da deputada baiana que pretende impedir que dinheiro público seja destinado a bandas e artistas que cantem músicas com conteúdos ofensivos às mulheres. O povo gosta mesmo é de sacanagem. Da próxima vez, apresento a questão à ministra da Cultura, Ana de Hollanda. "Cadê Côco, Ana?".




quarta-feira, agosto 24, 2011

Leitão


The Last Boy Zen.

Há quanto tempo eu não me lembrava desta expressão.

Eu às vezes o chamava assim. O último garoto zen. Uma brincadeira com o último cara tranquilo dentre nós, os então ansiosos adolescentes duros e cheios de planos.

Não que ele também não fosse ansioso. Devia ser. Só que não aparentava. Ou porque era mais tranquilo que nós ou porque já lidava melhor com as frustrações e expectativas. (Eu até hoje acho que isso era influência de sua mãe, uma enfermeira batalhadora que nós quase nunca víamos porque estava sempre trabalhando para dar conta de criar, sozinha, os dois filhos)

Me lembrei da frase na semana passada, ao ser surpreendido pela associação do nome do amigo que eu não via há anos com um trágico episódio da guerra civil instaurada há décadas no país.

Recordei também de muitos outros detalhes sobre os quais eu há tempos não pensava. Por exemplo, que não me lembro de como o conheci, mas que durante quase uma década, ele foi o mais próximo dos meus amigos mais queridos. Por interesses comuns e, talvez, porque tivéssemos personalidades distintas, mas não conflitantes.

Lembrei do ovo mexido com um resto de carne moída da véspera que ele preparou certa vez. E que foi junto com ele que eu comecei a curtir rock´n´roll em uma loja de metaleiros. Lembrei também que ele era meu parceiro mais frequente nas acirradas disputas do campeonato de duplas de chinebol. E que ele pode ter salvado minha vida ao me segurar na vez em que eu ia cair do teto do Teatro do Sesc. E do quanto aprontamos naquele Sesc.

Pensei nas sessions de skate. Não estou dizendo que lembrei, mas sim que pensei. Porque desse tempo a gente não se esquece (até porque as cicatrizes não deixam). Tanto que, coincidentemente, no dia em que eu viria a saber da notícia, havia me programado para escrever no blog um texto sobre um documentário de skate que acabo de rever e dedicar a ele e a meu outro grande parceiro no esporte na época.

Certa vez fomos andando de skate com outros amigos até o Guarujá . Na hora de voltar tivemos que pedir carona e caminhar muito porque todos os carrinhos haviam se quebrado. Em 1989, comemoramos eu, ele e o Flavinho, na casa dele, o quarto lugar obtido por Lincoln Ueda no Munster Monster Mastership semanas após o encerramento do campeonato alemão. Não havia internet, tv a cabo, a grande mídia não dava a mínima para os skatistas...Fomos saber do resultado histórico para o esporte brasileiro semanas depois, no extinto programa Grito da Rua.

Mas sabe como é, né? O garoto tranquilo foi o primeiro de nós que andávamos de skate a ganhar seu dinheirinho trabalhando honestamente. Depos, cansado de pegar `emprestado´ os livros que eu queria ler e não tinha como pagar, acabou me indicando para trabalhar na mesma livraria em que já trabalhava. E foi nesta livraria que arrumamos nossas primeiras (e, no caso dele, única) namoradas sérias. E então passei eu mesmo a pegar "emprestados" os livros que queria.

Ironicamente, começamos a nos afastar justamente quando trabalhávamos juntos. Ele se casou, teve filhos, se tornou bombeiro. Eu tive outras namoradas e mudei de cidade. Cada um seguiu seu caminho.

O encontrei pela última vez há dois ou três anos, na praia, bem em frente ao prédio onde morávamos quando crianças. Estava com o filho, que eu ainda não conhecia. Conversamos como se tivéssemos estado juntos na véspera. E ele continuava tranquilo. Zen. E visivelmente feliz, sorrindo aquele riso "inconfundível" como lembrou outro amigo na semana passada.

A vida é foda. O garoto tranquilo era meu amigo. Ou melhor, é. Sempre será. Assim como todos os outros com quem andei de skate, tomei keep cooler, comi no CPE, joguei no Embarezinho, procurei emprego e que, acima de tudo, conhecem e respeitam minha história. E eu a deles.

Foi para eles, para os que pude, que eu liguei na semana passada. Depois fui trabalhar. E fiz piadas, dei risadas, conversei amenidades, dei conta das minhas obrigações. O que mais eu podia fazer? Ninguém aqui sabe quem foi o Leitão ou sabe o prazer resultante de descobrir um novo pico e passar horas o reconhecendo de skate na companhia de apenas dois amigos. Ninguém entenderia se eu dissesse que ele jogava chinebol muito bem e que nos divertíamos brincando com um `sonrizal´ na praia. A vida é foda. E eu estou escrevendo isso a 1.2 mil quilômetros de onde nos conhecemos, após ter revisto a mesma matéria sobre o desempenho de Ueda na Alemanha que assistimos juntos há 22 anos. Pensando em meu amigo como se o tivesse visto ontem.

Escritores voltam a cair na rede caiçara

 
Com um show do tradicional grupo santista de samba Ouro Verde e de Wandi Doratiotto (ex-Premeditando o Breque), começa às 19 horas de hoje (24), em Santos (SP), a terceira edicão do Tarrafa Literária - Festival Internacional de Literatura.

Realizado com o incentivo do Ministério da Cultura, o evento levará ao litoral 22 autores já consagrados. Em duplas, escritores como Laurentino Gomes ("1808"), Fernando Morais ("Chatô"), Isabel Lustosa ("D. Pedro I - Um herói sem nenhum caráter), Reinaldo Moraes ("Pornopopéia"), Mário Prata ("Diário de Um Magro"), Fabrício Carpinejar ("Borralheiro - Minha Viagem pela Casa") e o dramaturgo Mário Bortolotto conversarão sobre suas obras, literatura, blogs, jornalismo, histórias em quadrinhos, entre outros temas.

Como em 2010, o evento esta ano também contará com a participação de autores estrangeiros. A portuguesa Inês Pedrosa ("Fica Comigo Esta Noite") e o irlandês Ian Sansom ("A Verdade Sobre os Bebês de A a Z") falarão, respectivamente, nas noites de sexta-feira (26) e sábado (27).

A primeira tarde de bate-papos, amanhã (25), será destinada ao jornalismo. Na primeira mesa, as 16 horas, estarão os jornalistas Adriana Carranca (“O Irã Sob o Chador” - Editora Globo) e Sérgio Dávila  (editor executivo da Folha de S.Paulo e curador da coleção "Jornalismo de Guerra”  - Objetiva). Já as 19 horas será a vez dos repórteres José Carlos Marão e José Hamilton Ribeiro falarem sobre o recém-lançado “Realidade Re-Vista” (Realejo).

O evento também servirá para o lançamento de novos títulos, como "Blogs do Além", do publicitário  Vitor Knijnik. O livro reúne os melhores textos publicados por Knijnik no blog de mesmo nome. Irônicos e bem-humorados, cada texto é atribuído a uma personalidades históricas já morta. Entre os políticos, artistas, cientistas e atletas que já "psicografados" pelo autor estão Nelson Rodrigues, Darwin, Madre Teresa de Calcutá e Pedro Collor ("como sempre digo, os caras-pintadas marcaram uma época. Mas os caras de pau são permanentes).

No sábado (27) e no domingo (28) haverá uma oficina de criação literária. Autores e editores falarão sobre o mercado editorial e sobre o dia a dia da produção literária e jornalística. As inscrições para o evento, no entanto, já estão encerradas. Também no domingo, os cartunistas Laerte (Piratas do Tietê) e Caco Galhardo (Pescoçudos) conversarão sobre o universo das HQs e suas influências. No final de semana haverá também uma programação especialmente pensada para as crianças.

O festival acontece até o próximo domingo (28), no Theatro Guarany, (Praça dos Andradas, S/Nº - Centro). A entrada para acompanhar os bate-papos dos autores é gratuita. A programação completa está disponível no site www.tarrafaliteraria.com.br

sexta-feira, agosto 19, 2011

Quem matou norma? (2)


Do G1, na noite de quarta-feira (17):


Foragido da Voucher chega a Brasília

O empresário e jornalista Humberto da Silva Gomes, que teve prisão decretada na Operação Voucher da Polícia Federal, chegou na noite desta quarta-feira (17) a Brasília.

Considerado foragido pela PF, ele tinha viajado para Miami (Estados Unidos) um dia antes da deflagração da Operação Voucher, que investigou desvio de verba pública no Ministério do Turismo. Durante a operação, a PF prendeu 36 pessoas, todas já libertadas.

O voo de Gomes chegou por volta das 20h ao aeroporto Juscelino Kubtscheck, em Brasília. Às 22h, ele deixou o aeroporto acompanhado por agentes da Polícia Federal.

Segundo o irmão Marcos Gomes, que o aguardava no aeroporto, o jornalista foi levado para a Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal porque não pagou fiança.
Do Estado de S. Paulo, na quinta-feira (18) a noite


Acusado na Voucher chega dos EUA e é preso pela PF em Brasília




Está preso o autor da célebre frase: "É pro governo? Joga o valor pra três, tudo vezes três". Humberto Gomes da Silva, que teve prisão decretada na Operação Voucher, chegou nesta quinta-feira, 18, dos Estados Unidos e foi levado direto para a carceragem da Polícia Federal (PF), em Brasília, embora estivesse de posse de um habeas corpus, porque não tinha dinheiro para pagar a fiança de R$ 109 mil estipulada pela Justiça.




A Agência Brasil tentou explicar, já na manhã de quinta-feira, horas antes da prisão, e apesar das evasivas policiais. Pouca gente talvez tenha lido já que a agência PÚBLICA não dá notícias sobre a vida dos famosos, nem a resolução de crimes novelescos.


PF libera empresário, mesmo sem pagamento de fiança



Detido ontem (17) à noite no Aeroporto de Brasília, o empresário e jornalista Humberto da Silva Gomes, um dos investigados por denúncias de desvio de recursos no Ministério do Turismo, foi liberado pela Polícia Federal (PF) mesmo sem pagar fiança e sem que o alvará de soltura fosse expedido.

Dono da Barbalho Reis Comunicação e Consultoria, ele é o único dos 38 investigados pela Operação Voucher que ainda não havia sido detido, embora a Justiça tenha expedido, no último dia 9, mandado para prendê-lo.

O empresário tinha viajado para os Estados Unidos um dia antes de a operação policial ser deflagrada. Beneficiado por um habeas corpus preventivo na terça-feira (16), Gomes retornou ao Brasil. Ele chegou ao aeroporto da capital federal na noite desta quarta-feira (17), chegou a ser detido por agentes federais, mas foi liberado em seguida.

O habeas corpus, contudo, estava condicionado ao pagamento de uma fiança de R$ 109 mil que, segundo a Justiça, não foi paga. Somente com o pagamento da quantia estipulada pelo juiz federal Guilherme Mendonça Doehler, o juiz plantonista poderia ter expedido um alvará de soltura, que, segundo as assessorias do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região e a 1ª Vara de Justiça no Amapá, não foi feito. “Neste momento, não temos qualquer informação”, informou a assessoria do TRF.

Segundo investigações preliminares, a Barbalho Reis é uma das empresas contratadas pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestutura Sustentável (Ibrasi) envolvidas nas denúncias de fraude no Ministério do Turismo.

Procurada, a Polícia Federal informou que está apurando o caso.


Talvez provocada pela Agência Brasil, a PF parece ter decidido reparar o "mal-entendido" e realizou diligências para prender Gomes, que foi localizado em uma cidade-satélite de Brasilia. Após prender o empresário, a PF divulgou a seguinte nota (que norteou não só a matéria do Estadão, mas também as de outros veículos).

A Polícia Federal prendeu na tarde de hoje (18), H. S. G e seu irmão H.L. S. G. em Taguatinga, cidade-satélite de Brasília. A prisão ocorreu em razão do não pagamento de fiança estipulada pela 1ª Vara da Seção Judiciária do Amapá.  
H.S. G. chegou na madrugada do dia 18 no Aeroporto Internacional de Brasília e apresentou decisão em Habeas Corpus que impedia a sua prisão e por isso acabou liberado, na falta de meios previstos em lei para checar o pagamento da fiança fixado pelo juízo de Macapá (lei 12.403/2011).

Posteriomente, a PF verificou junto ao juízo federal de Macapá que não houve o pagamento de fiança e em razão de sua quebra os policiais foram até a residência deles em Taguatinga para cumprir os mandados de prisão.

A prisão, comemorada pelo Estadão e por alguns outros veículos nos termos da segunda matéria reproduzida no texto foi noiticiada da seguinte forma pela Agência Brasil:

PF repara erro e prende suspeito de corrupção que foi detido e liberado ao chegar ao Brasil

Cerca de 20 horas após ser detido e liberado pela Polícia Federal (PF) no Aeroporto Internacional de Brasília, o empresário e jornalista Humberto da Silva Gomes, um dos investigados por denúncias de corrupção no Ministério do Turismo, voltou a ser preso. Ele não pagou a fiança determinada pela Justiça. Na manhã de hoje (18), a Agência Brasil revelou que a polícia havia liberado o empresário, apesar da ordem de prisão contra ele não ter sido revogada.


Mandado de prisão cumprida, suspeito atrás das grades, assunto encerrado. A não ser pela explicação da PF, insatisfatória. Se, de fato, "faltam meios previstos em lei para checar o pagamento da fiança fixada pelo juízo", algo não está bem. Além disso, mesmo isso sendo verdade, o lógico não seria que os agentes da PF detivessem Gomes até conseguir confirmar que a condição estipulada pelo juiz para que ele fosse solto - o pagamento dos R$ 109 mil - tinha sido cumprida?

A Agência Brasil continuou procurando respostas para estas perguntas quando nenhum outro veículo estava mais dando a mínima para o assunto. E foi ouvir o advogado de DEFESA de Humberto, que, esta noite (19),  disse algo bem diferente da versão policial:



Advogado de investigado da Operação Voucher reconhece que PF não tinha autonomia para soltar seu cliente


[...] A íntegra da entrevista...
Agência Brasil – Por que Humberto foi solto na quarta-feira à noite sem pagar a fiança e sem que um alvará de soltura fosse expedido?
Auriney Brito – Não seria necessário um alvará de soltura porque o Humberto não chegou a ser preso. Seria preciso um contramandado de prisão, que não foi expedido justamente porque o Humberto dependia do pagamento da fiança estipulada pelo juiz. O que aconteceu é que o delegado o liberou com base no habeas corpus, de uma forma muito coerente já que não seria razoável exigir que o Humberto, chegando de viagem, pagasse R$ 109 mil para conquistar sua liberdade. Se formos avaliar a coerência das decisões, a do delegado, de liberar o Humberto no aeroporto, foi a mais coerente de todas.

ABr – O delegado tem autonomia para tomar tal decisão? Isso não caberia ao juiz de plantão?
Brito – Autonomia talvez ele não tivesse já que a liminar estava condicionada ao pagamento da fiança. Só que, para algumas das outras [37] pessoas presas foi dado um prazo de até uma semana para que pagassem a fiança. Já para outros, foi exigido o pagamento no prazo de 24 horas. No caso do Humberto e do Hugo, foi necessário o prazo mais dilatado para que eles conseguissem o dinheiro com parentes e amigos.

ABr – Mas a decisão de prolongar o prazo não caberia ao juiz?
Brito – Sim. Caberia.

ABr – Seu cliente foi posteriormente prejudicado pela divulgação de que ele havia sido solto sem pagar a fiança já que, segundo o senhor, a PF concedeu como que um prazo informal para que ele obtivesse o dinheiro, mas o prendeu no final da tarde de ontem?
Brito – A postura da mídia, com algumas exceções, tem prejudicado algumas pessoas. O Humberto não estava foragido como alguns publicaram. E o vazamento de informações acaba violando o direito à imagem e à honra da pessoa, prejudicando-a processualmente. Já as informações que vazaram em relação à atitude do delegado ao liberar o Humberto não o prejudicaram.

ABr – A PF agiu indevidamente, beneficiando seu cliente?
Brito – Não concordo com essa afirmação. Principalmente porque o delegado é uma autoridade pública, contra quem não se pode fazer qualquer tipo de afirmação que desabone sua conduta. Ao meu ver, sua atitude foi uma das mais coerentes de todo esse processo. Mesmo que, talvez, ele não tivesse autonomia para isso.


Bom, se você chegou até aqui, parabéns. Agora, talvez, você consiga formar sua própria opinião sobre tema tão irrelevante. E, se não conseguir, pelo menos reflita um pouco da próxima vez que ouvir críticas ou ler matérias que, tendenciosamente, procuram confundir comunicação pública (mantida com o dinheiro de seus impostos, portanto, sua) com comunicação DO ou DE governo. Só pra lembrar, a PF é subordinada ao Ministério da Justiça, que está subordinado ao governo federal, o que não melindrou a Agência Brasil.
 
A menos que o suspeito de integrar o esquema investigado pela PF tenha conseguido voltar aos Estados Unidos na noite de quarta-feira apenas para retornar ao Brasil e, enfim, ser preso, o que aconteceu entre a noite de quarta-feira e a tarde de quinta, quando a PF divulgou ter preso Humberto?
 

quarta-feira, agosto 17, 2011

Quem Matou a Norma?


Nem imagino a resposta, mas que a vida real tá muito mais excitante, ah, isso tá.

A PF volta a realizar mega-operações. A última delas com o confisco de uma ilha de 20 mil metros quadrados.

Um jornal do Amapá fura toda a imprensa nacional sensacionalista e publica (equivocadamente) fotos do segundo homem na hierarquia do Ministério do Turismo e de outras "otôridades" posando semi-nus pro retrato de identificação no Instituto Penal Estadual.

Mais um ministro deixa o cargo. O quarto em apenas sete meses e meio de governo. Três deles alvo de acusações de irregularidades em suas pastas. 

Um quarto ministro, octogenário, diz que não deixará o cargo. E enquanto ele não cai, novos nomes vão surgindo... 

Tvs e jornais expõem a razão de ser nada social de uma famosa grife [C]ara não em anúncios publicitários ou matérias pagas, mas sim em denúncias de envolvimento com "trabalho escravo".

E a Sandy...ah, a Sandy...

...

O que não é nada excitante, mas sim vergonhoso - principalmente por não ser a principal questão a mobilizar a sociedade neste momento - é o assassinato de uma juíza. Como disse o ex-capitão do Bope, Rodrigo Pimentel, para dar noção da gravidade do assunto, "o narcotráfico, no Brasil, jamais ousou matar juízes. Quem provavelmente matou a juíza Patrícia Accioli foram policiais".  

segunda-feira, agosto 08, 2011

Um pouco de New Orleans em Brasília



A qualidade da imagem ficou péssima e, na edição, o som acabou também ficando ruim, mas acho que o vídeo dá uma idéia do que foi a edição brasiliense do Bourbon Street Fest, no último final de semana. A seleção de altíssima qualidade trouxe à capital do país um pouco do melhor da música da Louisiana, em particular de New Orleans.

E se alguém acha que jazz é careta, música de velho, sim, um dos três vultos dançando aos 1:10 minutos está de calcinha à vista. Não que tenha sido a regra, mas o clima foi descontraído e pra cima. Além do mais, a área externa do Museu da República estava, digamos, florida.

Ponto para os organizadores que optam por escalar artistas que prezam pelo swing e diversão, sem deixar de lado a qualidade.

No site do evento há uma seleção de músicas de todas as seis atrações (perdi duas, no sábado). Confere lá.



Santo de Casa

Todo santista que se preze deve ser capaz de citar os nomes de ao menos 15 artistas, políticos, atletas ou celebridades com que sustentar a manjada tese de que a cidade que se ufana de ter ensinado a caridade e a liberdade à Pátria é um celeiro de vultos históricos.

Dos irmãos Bonifácio ao dramaturgo Plínio Marcos, passando por Mário Covas, Celso Amorim e pelo “padre-voador” Bartolomeu de Gusmão (não confundir com o padre baloeiro suicida, Adelir de Carli, vencedor do Prêmio Darwin de morte mais estúpida de 2008) e o stand-up cuspidor Paulo Vilhena, há uma lista enorme de talentos nascidos na “sonífera ilha”. Lista que, infelizmente, representa também a seleção de talentos que tiveram que deixar a cidade para receber o devido reconhecimento.

Já para os caiçaras que, embora talentosos, não conseguem se afastar da cômoda e confortável vida à beira-mar resta, quando muito, um reconhecimento local. Às vezes, nem isso. E olha que há em Santos muita gente nesta situação, nas mais diferentes áreas. Na música a coisa seja talvez um pouco pior pela indisposição do público santista para com o trabalho autoral das pratas da casa, o que resulta na falta de espaço para apresentações que não sejam covers de boa ou péssima qualidade.

O guitarrista e compositor Mauro Hector é, para mim, um destes casos. Em 2003, ano em que lançou seu primeiro cd solo, Sonoridades, foi apontado pela revista Guitar Player como um nome promissor no cenário da guitarra nacional.

Virtuoso, ele já venceu prêmios, gravou como músico de estúdio ao lado de muita gente boa, tendo inclusive integrado a banda de Guilherme Arantes e tocou como convidado em diversos festivais de rock, blues e jazz Brasil afora, tanto com seu projeto solo, quanto com sua antiga banda, a Druídas, uma das melhores que já surgiram na cidade (muito embora, na época, os intermináveis solos de Hector contribuísse para afastar um pouco o público. Espero que ele tenha corrigido isso e, hoje, esteja mais econômico).

Com tudo isso, e embora relativamente conhecido entre os músicos de São Paulo, aonde toca com frequência, seus trabalhos solos vem passando despercebidos aos olhos do público. Eu mesmo sequer sabia se ele continuava ou não em Santos, se a Druidas ainda existe  ou se extinguiu-se (no Youtube há um vídeo de janeiro deste ano, no Torto) e se o guitarrista continuava tocando (e dando aulas para complementar os ganhos com a música propriamente dita). Até passar por Santos e descobrir que ele lançaria seu terceiro e mais recente cd no Sesc Santos, no último dia 27.

Adoraria voltar a vê-lo tocar ao vivo. E poder prestigiar um esforçado e talentoso artista que a cidade talvez não ande merecendo. Infelizmente, no dia da apresentação eu já não estava mais por lá. 

Compartilho, abaixo, dois vídeos. O primeiro de Hector tocando , em estúdio, uma de suas composições. O segundo, ainda da época do Druidas.


terça-feira, agosto 02, 2011

Filme sobre geração B-rock abrirá Festival de Cinema de Brasília


A organização do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro anunciou que Rock Brasília – Era de Ouro, o mais recente documentário do cineasta radicado em Brasília Vladimir Carvalho, vai ser exibido na abertura do evento como hours concours (fora da disputa).

Vencedor na categoria documentário do Festival de Paulínia de Cinema deste ano, que rendeu a Carvalho o prêmio de R$ 100 mil, Rock Brasília foi idealizado a partir de imagens registradas pelo cineasta durante o período em que Brasília ficou conhecida como a capital do rock nacional. O rock candango ganhou o país graças ao sucesso de bandas como Legião Urbana, Capital Inicial e Plebe Rude e de artistas que, no começo da carreira, moraram em Brasília, como o paraibano Herbert Vianna e o carioca Bi Ribeiro, dos Paralamas do Sucesso, e a também carioca Cássia Eller.

O documentário de 111 minutos é um dos três filmes ambientados na capital federal que têm o rock nacional dos anos 1980 como fio condutor e que devem chegar às salas de cinema ainda este ano. Faroeste Caboclo, de René Sampaio, e Somos Tão Jovens, de Antonio Carlos da Fontoura, estão em fase de finalização.

Entre as muitas cenas históricas que Carvalho garimpou para Rock Brasília – Era de Ouro estão imagens inéditas do último show da banda Legião Urbana, liderada por Renato Russo, em Brasília, no dia 18 de junho de 1988, no Estádio Mané Garrincha. O concerto ficou marcado por um grande quebra-quebra na plateia, que deixou centenas de feridos.

Festival de cinema mais antigo do país, o certame de Brasília chega este ano a 44ª edição com algumas mudanças conceituais e estruturais. Pela primeira vez serão aceitos filmes não inéditos, já exibidos em outros festivais. Foi criada ainda a mostra competitiva de filmes de animação. Para aproveitar os dias quentes e secos, a data do festival foi antecipada para o período entre 26 de setembro e 3 de outubro.

Com orçamento de R$ 4 milhões (R$ 1 milhão a mais que o de 2010), a organização aumentou o valor dos prêmios para cada categoria. Nas categorias de melhor longa-metragem, curta-metragem e animação serão pagos prêmios de, respectivamente, R$ 250 mil, R$ 20 mil e R$ 20 mil. Também há prêmios para os melhores ator e atriz (protagonistas e coadjuvantes), roteiro, fotografia, direção de arte, trilha sonora, som e montagem.

Ao todo, 624 produções foram inscritas no festival, sendo 110 longas (56 inéditos), 415 curtas e 99 animações. Foram selecionados seis longas, 12 curtas e 12 curtas de animação.

Os longa-metragem selecionados são As Hipermulheres, de Carlos Fausto, Leonardo Sette e Takumã Kuikuro; Hoje, de Tata Amaral; Meu País, de André Ristum; O Homem que Não Dormia, de Edgard Navarro; Trabalhar Cansa, de Juliana Rojas e Marco Dutra e Vou Rifar Meu Coração, de Ana Rieper.

Na categoria curta-metragem, vão disputar os troféus Candango de Ouro A Casa da Vó Neyde, de Caio Cavechini; A Fábrica, de Aly Muritiba; De Lá Pra Cá, de Frederico Pinto; Elogio da Graça, de Joel Pizzini; Imperfeito, de Gui Campos; L, de Thais Fujinaga; Ovos de Dinossauro na Sala de Estar, de Rafael Urban; Premonição, de Pedro Abib; Ser Tão Cinzento, de Henrique Dantas; Sobre o Menino do Rio, de Felipe Joffily; Três Vezes por Semana, de Cris Reque e Um Pouco de Dois, de Danielle Araújo e Jackeline Salomão.

Para a mostra competitiva dos filmes de animação foram selecionados 2004, de Edgard Paiva; A Mala, de Fabiannie Bergh; Bomtempo, de Alexandre Dubiela; Cafeka, de Natália Cristine; Céu, Inferno e Outras Partes do Corpo, de Rodrigo John; Ciclo, de Lucas Marques Sampaio; Media Training, de Eloar Guazzelli e Rodrigo Silveira; Menina da Chuva, de Rosária Moreira; Moby Dick, de Alessandro Corrêa; Quindins, de David Mussel e Giuliana Danza; Rái Sossaith, de Thomate e Sambatown, de Cadu Macedo.

segunda-feira, agosto 01, 2011

"O Mundo Vai Pro Saco"


Conscientes que somos, tentamos adotar medidas ambiente e socialmente corretas como abolir o uso de sacolas plásticas, demonizadas e substituídas por cestas, carrinhos de feira e sacolas não-descartáveis. Bacana. Só que lamento lembrá-lo (ou informá-lo) de que isso ainda é pouco, muito pouco para apagar os vestígios de nossa passagem por este aprazível planetinha azul tão mal-tratado por nossa sociedade do plástico.

As fotos a seguir eu tirei em uma extensa praia pouco frequentada de Itacaré, no sul da Bahia, na qual passei três horas sem ver viva alma. Nestas condições, é fácil imaginar um lugar pouco degradado pela ação humana. A merda é que o lixo que produzimos chega muito mais longe que nossa massiva presença. E, sem a ação humana reparadora, todos esses dejetos plásticos ficam largados ao sabor da maré. Que leva e traz...  


Se você acha isso irrelevante é porque, talvez, ainda não saiba que já há no meio do Oceano Índico uma ilha de plástico. Sim, uma ilha que, segundo algumas matérias que li, tem duas vezes a dimensão dos Estados Unidos e que surgiu da concentração de material plástico, principalmente as sacolinhas, carregadas pelas correntes marítimas. Lixo que acaba por matar asfixiado animais marinhos como golfinhos, tartarugas, entre outros. 

O assunto é sério. Vária cidades já proibiram que supermercados utilizem as sacolas comuns, que levam até 400 anos para sumir, mas isso não resolverá o problema já que, hoje, quase a totalidade dos produtos são embalados em recipientes plásticos. Embalagens que mesmo quando não são jogadas inapropriadamente em qualquer terreno baldio, acabam indo para lixões onde nem sempre são separadas.

Por tudo isso, enquanto os especialistas não encontram a fórmula de um plástico biodegradável economicamente viável, o discurso catastrófico da banda punk brasiliense Galinha Preta talvez não seja tão irreal quanto pode parecer numa primeira audição. Quem sabe o Ministério do Meio Ambiente não deveria usar este vídeo para chamar nossa atenção para o tema.

  

(Surgida em 2002 da reunião de músicos de cidades-satélites de Brasília (DF), a banda Galinha Preta é uma das bandas mais queridas pelo público local que curte música rápida, crua e pesada. Além de se destacar em meio a tantos grupos do gênero hardcore/punk graças às letras irônicas e/ou engraçadas sobre problemas sociais e ambientais, o quarteto conta ainda com um dos músicos mais carismático e bem-quisto da cidade, o vocalista Frango Kaos, cuja performance ao vivo é de uma vitalidade contagiante. Vale até mais um vídeo inusitado, embora eu tenha fugido totalmente ao assunto inicial deste post)