segunda-feira, agosto 01, 2011

"O Mundo Vai Pro Saco"


Conscientes que somos, tentamos adotar medidas ambiente e socialmente corretas como abolir o uso de sacolas plásticas, demonizadas e substituídas por cestas, carrinhos de feira e sacolas não-descartáveis. Bacana. Só que lamento lembrá-lo (ou informá-lo) de que isso ainda é pouco, muito pouco para apagar os vestígios de nossa passagem por este aprazível planetinha azul tão mal-tratado por nossa sociedade do plástico.

As fotos a seguir eu tirei em uma extensa praia pouco frequentada de Itacaré, no sul da Bahia, na qual passei três horas sem ver viva alma. Nestas condições, é fácil imaginar um lugar pouco degradado pela ação humana. A merda é que o lixo que produzimos chega muito mais longe que nossa massiva presença. E, sem a ação humana reparadora, todos esses dejetos plásticos ficam largados ao sabor da maré. Que leva e traz...  


Se você acha isso irrelevante é porque, talvez, ainda não saiba que já há no meio do Oceano Índico uma ilha de plástico. Sim, uma ilha que, segundo algumas matérias que li, tem duas vezes a dimensão dos Estados Unidos e que surgiu da concentração de material plástico, principalmente as sacolinhas, carregadas pelas correntes marítimas. Lixo que acaba por matar asfixiado animais marinhos como golfinhos, tartarugas, entre outros. 

O assunto é sério. Vária cidades já proibiram que supermercados utilizem as sacolas comuns, que levam até 400 anos para sumir, mas isso não resolverá o problema já que, hoje, quase a totalidade dos produtos são embalados em recipientes plásticos. Embalagens que mesmo quando não são jogadas inapropriadamente em qualquer terreno baldio, acabam indo para lixões onde nem sempre são separadas.

Por tudo isso, enquanto os especialistas não encontram a fórmula de um plástico biodegradável economicamente viável, o discurso catastrófico da banda punk brasiliense Galinha Preta talvez não seja tão irreal quanto pode parecer numa primeira audição. Quem sabe o Ministério do Meio Ambiente não deveria usar este vídeo para chamar nossa atenção para o tema.

  

(Surgida em 2002 da reunião de músicos de cidades-satélites de Brasília (DF), a banda Galinha Preta é uma das bandas mais queridas pelo público local que curte música rápida, crua e pesada. Além de se destacar em meio a tantos grupos do gênero hardcore/punk graças às letras irônicas e/ou engraçadas sobre problemas sociais e ambientais, o quarteto conta ainda com um dos músicos mais carismático e bem-quisto da cidade, o vocalista Frango Kaos, cuja performance ao vivo é de uma vitalidade contagiante. Vale até mais um vídeo inusitado, embora eu tenha fugido totalmente ao assunto inicial deste post)


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