Ellen Oléria recebe Emicida e Hamilton de Holanda para gravação de seu primeiro DVD
Sexta-feira, 9. O jornal Correio Braziliense noticia que a atração local Ellen Oléria tocará no 6º Encontro Nacional de Motos. Só que o nome da artista não consta da programação divulgada no site do evento. Descubro o telefone da organização e ligo para esclarecer a dúvida.
"Não. Ela não vai tocar. Houve um erro. E, agora, tem um monte de gente ligando para saber dela", diz o sujeito, destacando que, apesar do equívoco, Rita Lee, Frejat e Blitz estão confirmados.
Sábado, 10. O franco-argentino Gotan Project toca de graça na área externa do Museu Nacional e atrai para o local um dos maiores públicos que já vi em um show em Brasília. Coisa de não sei quantas mil pessoas. Como eu, há gente que chega cedo para aproveitar a canja de Ellen Oléria em uma das apresentações que antecedem o show principal. Participação, aliás, divulgada apenas por ela própria, nas redes sociais. O bastante para fomentar o boca a boca.
Quinta, 15. O projeto Açougue Cultural T-Bone traz para seu já tradicional evento de rua nada mais, nada menos que Milton Nascimento. Segundo o Correio Braziliense, cerca de 8 mil pessoas vão ao delírio durante o show gratuito ao ouvir o mineiro cantar Coração de Estudante, Travessia, Maria, Maria, entre outros sucessos.
Em meio à ampla divulgação do show do Milton, surge nas redes sociais a informação de que Ellen Oléria irá gravar, na mesma noite e no mesmo horário, seu primeiro DVD. Quando o também músico Frango Kaos (Galinha Preta) anuncia o início do show, o pequeno teatro de Arena do Sesc Garagem já não comporta mais ninguém.
Fui um dos que, afortunadamente, optaram por Ellen. Bastou duas músicas para me convencer de duas coisas: estou assistindo a uma das apresentações mais emocionantes que já vi na vida e, principalmente, de que os fatos da última semana são um indício de que falar da Ellen Oléria é falar do amanhã. E me emociono ao testemunhar o crescente reconhecimento de tal explosão de talento.
Fui um dos que, afortunadamente, optaram por Ellen. Bastou duas músicas para me convencer de duas coisas: estou assistindo a uma das apresentações mais emocionantes que já vi na vida e, principalmente, de que os fatos da última semana são um indício de que falar da Ellen Oléria é falar do amanhã. E me emociono ao testemunhar o crescente reconhecimento de tal explosão de talento.
Como já escrevi antes, a brasiliense é a grande aposta para quem gosta de brincar de antecipar sucessos. Pule de dez que ela, que já é uma das maiores revelações da música brasileira, logo, logo vai estourar.
Sua voz potente é, ao mesmo tempo, versátil. Mesmo durante as baladas seu swing salta à vista. E ela sequer precisa forçar a barra reivindicando a tal "pegada black" que tantos simulam ter. As letras de suas canções são boas, com refrões que colam na memória e, mesmo cheias de referências brasilienses, podem ser apreciadas e conquistar o público de qualquer parte. É carismática. Tem presença de palco. E aquela credibilidade que a maioria dos artistas só conquista com bastante tempo de estrada e que lhes permite explorar toda sua potencialidade, não se prendendo a apenas um gênero.
Esta versatilidade ficou patente durante a gravação do DVD. Se a conhecesse, Buscapé diria o mesmo que disse, no filme Cidade de Deus, sobre a festa do Bené: Ellen é tão bacana que só ela mesma para reunir a galera black, as cocotas, a turma do hip-hop das cidades-satélites, playboys e patricinhas do Plano Piloto, idosos, engravatados e mudérnos, homossexuais e semifoscos. E para, ainda pouco conhecida no cenário nacional, colocar no palco o hypado Emicida e o bandolinista virtuose Hamilton de Holanda.
Gritos de "Ellen, te amo", "Linda" e "Poderosa", pontuaram toda a apresentação, entrecortados pelo coro da plateia que cantava junto em músicas do cd independente Peça (2009). Coro que cresceu quando o público identificou a introdução de Testando, que já vem sendo tocada em algumas rádios e na MTV. Aí então cantora, que começou aparentemente contida, se soltou de vez. E se jogou com a segurança proporcionada pela excelente banda que a acompanha, da qual, embora todos sejam igualmente bons, não há como não destacar a baixista Paula Zimbres (que classe tocando seu instrumento!) e o guitarrista Rodrigo Bezerra.
Compartilho aqui alguns vídeos da apresentação, mas recomendo: comprem ou baixem o cd, assistam ao show se puderem e não deixem de comprar o dvd quando ele chegar às lojas. E aí, quando Ellen Oléria estiver fazendo um puta sucesso, você vai poder dizer que a acompanha desde antes dela se tornar nacionalmente conhecida.
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