O corpo dói sob o peso da mochila (que é mínimo). O suor brota de todos os poros. Empapuçada, a camisa se gruda à pele que coça devido às picadas de mosquitos. Ou de pulgas amazônicas, sei lá. Ondas de calor sobem do asfalto. O Tapajós é convidativo. A vontade é se sentar à sombra e esperar por um aguaceiro, um dilúvio que eleve de volta o nível dos rios, faça as águas fluviais romper cidade e floresta adentro, inundando o mundo, ilhando os malditos morcegos e carregando meu combalido corpo de volta ao conforto de minha casa. Ainda assim, basta levar a bolsa às costas para o desejo de seguir em frente falar mais alto. A curiosidade. A disposição que nos leva a encarar qualquer meio de transporte para ir um pouco mais longe.
Hoje pensei em minha mãe. Por sorte (minha e dela), ela não lê este blog. Ou ficaria nervosa ao ver o filho se deslocando em moto-táxis, catraias, jangadas, bimotores mal-ajambrados, vans policiais e qualquer outro meio (barato) disponível.
(continua)
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