domingo, junho 16, 2013

Cru e bem-sucedido teatro brasiliense


"Grande aposta na força do trabalho do elenco e na química que os três atores têm em cena"

"Peça deixou os recifenses atônitos"



O público brasiliense tem uma nova chance de conhecer ou rever um dos mais bem-sucedidos espetáculos teatrais criados na capital federal. O espetáculo Cru, da Cia. Plágio de Teatro, voltou a entrar em cartaz no insuspeito Espaço Cena (205 Norte, bloco C), onde permanece até o próximo domingo (23), com sessões de quinta à sábado (21h) e aos domingos, as 20h (R$ 30, inteira).

Desde que estreou, em 2009, o espetáculo vem conquistando importantes prêmios como o Festival de Teatro do Rio de Janeiro. Além do aval do público das mais de 50 cidades onde já foi encenada, a produção minimalista e visceral foi transposta para as telas de cinema pelo diretor Jimi Figueiredo, com dois dos três atores da peça interpretando os mesmos papéis.

O sucesso de público e crítica alcançado pela companhia a partir do texto do dramaturgo brasiliense Alexandre Ribondi é uma excessão na capital federal, onde parecem só sobreviver as companhias locais que se dedicam às comédias de gosto duvidoso. Texto seco com ecos do Plínio Marcos de Querô e de Dois Perdidos Numa Noite Suja que permite a Sérgio Sartório (que dirige a peça junto com Ribondi) brilhar no papel do matador de aluguel Cunha e a Chico Sant´Anna (Zé) e Vinicius Ferreira (Frutinha) provarem que a capital federal é capaz de reter alguns excelentes atores dramáticos.

A trama se passa num açougue de um vilarejo remoto, administrado pelo desconfiado, ressentido e irônico travesti Frutinha. É ali que o forasteiro "Seu" Zé marca um encontro com Cunha (Sartório), pistoleiro sem escrúpulos que, à exceção de ambientalistas e freiras, diz "derrubar" qualquer serviço. Implícitas, referências à procedência do autor e da companhia produzem risos em meio ao clima tenso em que transcorre o encontro das três personagens. Como no impagável diálogo em que o matador, ao saber que Seu Zé, vivendo na capital federal, nunca "apertou a mão" do presidente da República, insiste em saber o que ele tem contra "o homem" em que ele, que vive tão longe, votou duas vezes.

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