sábado, fevereiro 05, 2011

RockAntygona

O cartaz da peça é bacana. A trilha sonora a cargo da banda Vulgue Tostoi e a presença de um dj em cena (Marcello H, da própria Vulgue) são um chamariz para os "mudérnos". Luís Melo é um excelente ator. O texto, do grego Sófocles, é um clássico que há milênios prende a atenção de platéias de todo o mundo. E ainda assim, RockAntygona, uma adaptação da clássica tragédia grega Antigona, não funciona.

Apresentada em Brasília no último final de semana, a peça dirigida por Guilherme Leme tem cerca de uma hora de duração. Embora fiel ao texto original escrito pelo grego Sófocles, peca por não explorar melhor a motivação das personagens e o contexto político que sustenta a ação. A suposta "estética contemporânea" também não acrescenta nada de substancial ao trabalho de palco.

Do original, as nove personagens são resumidas a apenas três:  Creonte, Hémon e Antigona. Já a função do coro, que, no antigo teatro grego cumpria a função de contextualizar e comentar a ação, é desempenhado pelo Dj. Com a opção por uma encenação clássica, contudo, a proposta de tornar a música uma personagem acaba se perdendo.

Antigona é a sobrinha de Creonte, que assume o trono de Tebas após os herdeiros diretos do ex-rei Édipo, os irmãos Etéocles e Polinices, matarem um ao outro em combate. Ao assumir, Creonte proibe que a família enterre Polinice, que havia se casado com a filha do rei de Argos, Andrastos, com quem armou um ataque contra sua própria cidade-natal, Tebas.

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