Proclamada a capital do rock durante a década de 1980, Brasília, hoje, é a capital da diversidade musical. Tem gente tocando de tudo, para todo tipo de público. E o melhor: quase sempre trabalho autoral.
Para alguns mais radicais, sair a noite e pagar para ouvir alguém fazendo cover é um sacrílégio. Ou, na melhor das hipóteses, algo muito careta. Diz-se que é um comportamento típico de quem só vai a show em que pode aplaudir o próprio conhecimento musical. Na maioria das vezes, limitado.
Junte esta disposição do público ao bom poder aquisitivo de boa parte dos jovens que se juntam para tocar (o que facilita o acesso à informação) e a existência de uma escola de música pública de prestígio nacional e de vários outros cursos, e o resultado é um clima propício para o surgimento de novas bandas. Algumas delas muito boas, como a Móveis Coloniais de Acaju (na minha opinião, um dos melhores cds de 2010). Outras, boas. Caso da Suite Super Luxo (clique aqui para ouvir e aqui para ouvir e baixar), que tocou no Balaio (201N) na madrugada deste domingo (e olha aí entre os amigos dos caras o manezinho Jean Mafra, com quem já tomei umas no Mercado Municipal, em Floripa. Gostei da música Rosebud).
A acústica do local não era adequada. A ausência de um palco fazia com que só quem se amontoava próximo aos músicos visse a apresentação. O público, pequeno - mesmo para a banda, que já tem um fã-clube consolidado na cidade -, era composto quase que totalmente por jovens metidos a modernos recém saídos da adolescência abusando da produção e da "atitude". Contudo, os bons riffs de guitarra, a levada dançante, com influências de surf music, e o entrosamento da Suíte Super Luxo contagiam até quem não a conhecia.
Eu, na minha "ignorãças" de espectador semifosco, só continuo achando que a banda atrairia muito mais fãs se tratasse o vocal com o mesmo esmero com que parece tratar a parte instrumental. E mesmo que não estejam se importando com novos fãs que busquem o novo, mas com a comodidade de um vocal claro, seria uma demonstração respeitosa com os que tem ido às apresentações e apostado no bom trabalho do grupo. Toda vez que assisto a Suíte saio com a impressão que a banda merecia um vocalista melhor porque apesar da energia do atual, as letras - legais - soam incompreensíveis em meio à parede sonora erguida pela bateria e baixo (ainda mais com o som estourando como estava no Balaio e nas outras duas apresentações a que assisti. Felizmente, os caras gostam de tocar alto, mas, pra isso, é preciso redobrar os cuidados com a acústica).
De qualquer forma, "simbora"...Já de olho na agenda dos caras.
(amanhã baixo o vídeo da apresentação, que ficou péssimo, mas serve para dar uma idéia do clima do show)
Nenhum comentário:
Postar um comentário