segunda-feira, novembro 07, 2011

Outra ditadura, outras verdades


Estou há uma semana adiando escrever sobre o ótimo disco que o (ex?)rapper Criolo lançou no primeiro semestre e que só recentemente eu fui ouvir com calma. A intenção era recomendar aos meus três leitores que baixassem uma cópia de Nó na Orelha, disponível no site Musicoteca e tirassem suas próprias conclusões. Não tive tempo. E nem foi preciso porque, a esta altura, mesmo o menos antenado deles já leu ou ouviu falar sobre o paulistano. Principalmente após ele receber uma das maiores distinções que um letrista de rapper poderia esperar: ser citado por Chico Buarque. E não foi qualquer citação, tipo uma menção durante uma entrevista. Não. Chico simplesmente cantou todo um trecho da versão que Criolo fez para um de seus maiores clássicos, Cálice, composta junto com Gilberto Gil. O que levou muita gente - inclusive eu - a procurar a tal versão rapper do hino setentista antiditadura. E ela é realmente duca...E o episódio ,cheio de significados. Como em todas suas letras, Criolo fala da necessidade de outra Comissão da Verdade. Tanto que motivou Chico a voltar a incluir a música, agora adaptada a uma nova realidade, em seus shows, após anos sem tocá-la por considerá-la muito ligada ao período da ditadura militar. É isso.  A reinterpretação dos versos do clássico por quem conhece a atual realidade das ruas deixou Chico a vontade para voltar a cantá-la.



Um comentário:

GUILHERME disse...

Porra velho, o álbum do Criolo eu já tinha ouvido, curtido e sido motivado a ir no show que ele fez no La Ursa e me rendeu até um "Valeu" do próprio quando disse que estava curtindo demais a poesia dele. Agora, esse vídeo do Cálice....porra....arrepiante. O do Chico ainda vou ver, Parei no meio pra te escrever isso aqui.