O prolífico Selton Mello acertou a mão em sua segunda incursão por detrás das câmeras, ou seja, no papel de diretor. E olha que, apesar da aparente simplicidade do roteiro de O Palhaço, há certa ousadia artística na forma como Selton conta a história de um palhaço deprimido e em crise de identidade, sem fazer concessões ao humor rasteiro. Nada, contudo, tão denso quanto seu primeiro filme, Feliz Natal, de 2008. Falta, é verdade, ritmo, unidade, a algumas cenas, mas isso não chega a comprometer o resultado final de seu novo longa-metragem.
Abrilhantado pela atuação do excelente Paulo José (que interpreta o palhaço Puro Sangue, pai de Pangaré, a personagem corporificada pelo próprio Selton) e por ótimas participações de uma turma há muito ou nunca vista nas telas (Jackson Antunes, Tonico Pereira, Ferrugem (!) e um surpreendente Moacir Franco, hilário em sua pequena ponta), O Palhaço é uma boa surpresa.
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