quinta-feira, julho 28, 2011

Morreu na praia. Pior, em casa

Ah, esse Santos.

Nós, torcedores, já sabiamos que não podemos contar vantagem antes dos 89 minutos e quarenta segundos de qualquer jogo. E somente quando, a esta altura, o time esteja vencendo por no mínimo dois gols de diferença e a bola esteja na zaga adversária. Isso porque os meninos gostam de nos pregar peças nada divertidas e, às vezes, confundem jogar bonito com deixar a outra equipe à vontade. Ainda assim, ontem (27), quem ia segurar a onda após ver o alvinegro praiano abrir três gols de vantagem em apenas 25 minutos de jogo? 

Parecia que um massacre se desenhava ao sabor dos dribles desconcertantes de Neymar. Porém, ah, porém... Muricy Ramalho vacilou. Não desmerecendo o Flamengo - beneficiado por ter Ronaldinho em noite inspirada -, o técnico santista demorou a perceber que a zaga santista nesta noite não estava à altura da ala ofensiva de seu time.  

Considerando que o lance que resultou no inacreditável gol perdido pelo flamenguista Deivid teve início em um cruzamento feito da direita por Luiz Antônio, assim que o mesmo Luiz Antônio voltou a acertar um novo cruzamento e colocou Ronaldinho na cara do gol  ficou claro que a zaga santista estava perdida em campo. Muricy não achou. E aí veio o segundo gol dos visitantes. Novamente a partir de uma bola cruzada pela direita. E a imagem era dos zagueiros andando desconsolados, como que atribuindo aquilo ao acaso. Quem joga bola sabe o que é aquela reação: ela surge espontânea quando você crê que está dando seu melhor, mas que as coisas não estão dando certo. Aí é hora de mexer, de dar uma chacoalhada na turma.
Mesmo com a vitória flamenguista de virada, a atuação de Neymar acabou sendo destaque em todo o mundo. Graças principalmente ao seu segundo gol, o terceiro do Santos na partida. Jornais da Espanha, Inglaterra, Chile entre outros classificaram a jogada do atacante santista como a mais bonita deste ano até agora. Isso, mais o suposto embate entre a "experiência" de Ronaldo e o "talento" de Neymar e o pênalti perdido por Elano acabaram ofuscando as deficiências de ambos os times. Para mim, no entanto, restou além da certeza de que, independente do resultado, este foi um jogo histórico, a lembrança da angústia de não ver nada ser feito para tentar reforçar a zaga santista, desarmar o Flamengo e garantir um resultado positivo construído em tão pouco tempo pelo talento do meio-campo e do ataque.   

E a coisa talvez fosse pior caso o goleiro Rafael não estivesse em ótima fase. Ele sim, que ainda há pouco transmitia uma enorme insegurança à torcida santista, evoluiu e, hoje, tem tido um bom desempenho. Já quanto à infeliz cobrança do Elano, não que ele tenha sido displicente, mas ficou provado que pênalti não é loteria.  

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