Algo interessante que venho observando nas últimas edições da Flip são as estratégias de publicidade desenvolvidas por diversas marcas. E se, de fato, o evento atrai a um público social e economicante privilegiado (impressão que eu acho que não pode ser levada a ferro e fogo), a ações desenvolvidas por editoras, jornais, bancos, revistas, cartões de crédito e outros, comprovam: a palavra grátis atrai independentemente do limite do cheque especial. Em Paraty, contudo, não basta ser de graça. É necessário adequar a campanha ao gosto particular do público.
Em 2009 e 2010, por exemplo, uma cervejaria fez muito sucesso ao levar a Paraty uma excelente banda que tocava jazz pelas ruas. Como os integrantes da Russo Jazz Band são, além de excelentes músicos, divertidíssimos, arrastavam consigo um grande público, sempre expondo a logomarca da cerveja.
Para mim, no entanto, a maior demonstração de sintonia com o evento foi dada por um banco. Todo ano eu falo sobre os "pipocas", gente como eu, que assiste a todos os debates do lado de fora da Tenda do Telão, não gastando nada. O inconveniente é que ou ficamos de pé ou nos sentamos no chão. Pois bem. Em 2010, alguém teve a grande sacada de distribuir bancos desdobráveis feitos de papelão. O sucesso foi tão grande que muita gente deixou Paraty levando um banquinho com a marca do banco em baixo do braço. E este ano, lá estava de novo o quiosque onde enormes filas se formavam para obter um.
O mesmo banco este ano inovou e, não sei se por influência da mesa em que o ex-vocalista da banda Talking Heads, David Byrne, falaria sobre suas andanças de bicicleta por várias cidades mundo afora, ofereceu ao público, gratuitamente, montain bikes devidamente equipadas. Com sol, porém, frio, muita gente se dispôs a dar uma pedalada. Detalhe: não havia qualquer restrição ao uso. O ciclista eventual podia ir aonde bem entendesse, tendo apenas que, se quisesse, renovar o empréstimo da magrela a cada uma hora.
Essas são algumas das iniciativas mais interessantes. Há ainda as comuns ofertas de jornais, livros e café na faixa. Com um pouco de sorte, até mesmo a degustação de cachaça sai de graça.
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