sexta-feira, setembro 22, 2006

quinta-feira, 27 de julho de 2006



Descoberta por Cristovao Colombo em 1502, a Costa Rica deve (deve?) seu nome à surpresa dos espanhóis. Mesmo que todo o ouro com que os indìgenas criavam as jóias e adornos que tanto impressionaram os colonizadores tenha sido pilhado, a segunda razao pela qual se atrubui o batismo permanece preservada.
A vegetacao costariquenha continua despertando a admiracao de milhares de turistas que vem ao país para desfrutar das diversas atividades e esportes feitos juntos à natureza e tomar uma cerveja Imperial num ambiente de maior liberdade que seus países de origem.
No albergue em que me encontro (www.hostelpangea.com - US$ 10 a diaria em quartos compartidos), há franceses, canadenses, italianos e, sobretudo, americanos. Ainda nao vi nenhum japonês com suas indefectíveis máquinas fotográficas, mas deve haver também. De brasileiro, só eu. Só nao sou o único representante sul-americano porque em meu quarto, além do nova-iorquino Mike, há também um chileno. Da mesma forma que eu, ambos viajam só, embora o chileno esteja vivendo aqui há um ano.
Estou prestes a descartar uma daquelas certezas absolutas que, mesmo carecendo de comprovacao prática, alimentamos por anos. Sempre acreditei que um dia só é pouco para se apreender qualquer cidade. Mas mesmo considerando que uma cidade guarda em si muitas outras cidades invisíveis, me parece nao haver mais o que ver por aqui. De forma que, amanha, sigo para a praia de Jacó. onde, me garantem, encontrarei precos mais acessíveis que em Playa Hermosa.
Mas nao poderia ir embora sem antes apanhar um ônibus municipal (85 colones. US$ 1 = 514 colones). Sou um entusiasta do ônibus como forma de conhecer qualquer novo lugar. Penso que ele tem quatro vantagens sobre qualquer outro meio. É barato. Permite sentir o dia-a-dia dos habitantes. Você pode se sentar e apenas prestar atencao a sua volta, seja nas ruas que passam, seja na conversa das donas-de-casa ao seu lado. E, principal vantagem para quem nao conhece o lugar. Como disse a personagem de Fernanda Montenegro em Central do Brasil, o ônibus tem trajeto fixo, saindo e voltando sempre ao mesmo ponto. Uma hora depois de "agarrar el autobus" Sabana-Cemiterio em "la parabus cerca de hotel", eu estava de volta ao mesmo lugar.
Na hora do almoco, para minha surpresa, a tevê exibe a novela Senhora do Destino. Comeco a compreender porque Jaqueline, a recepcionista do albergue, me disse que "a mi me encanta tu país". Mesmo que esta, até agora, tenha sido a única manifestacao que ouvi ao responder sobre minha naturalidade. Ou os brasileiros sao comuns demais, ou o fato de o real nao ter valor algum aqui por estas bandas nos torna menos sexys. (Se bem que uma garota de programa ontem me abordou na rua).
Neste momento, chove bastante e faz frio. Sem mais opcoes para este final de tarde, vou vestir uma blusa e dormir. Se a chuva náo parar, talvez vá conferir Supermam legendado em espanhol em um cinema que fica bem próximo. E tomar uma Imperial, embora nao goste de cervejas.

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