Praia de Dominical
Acordei cedo. Saí não para checar as ondas, que intuí estarem quebrando, mas sim para comer algo antes de minha primeira queda em Dominical. Tanto para o 'desayuno' quanto para o 'almuerzo', recomendo o restaurante (soda, como são chamados os restaurantes mais em conta) Nanyor, barato e saboroso. Voltei calmamente pela praia, aproveitando a luz amena da manhã para tirar algumas fotos, certo de que por mais que as ondas estivessem perfeitas, não encontraria crowd.
A praia de Dominical chama a atenção pela sua beleza selvagem. A areia é grossa, escura. Pequenas pedras lixadas pela força do oceano forram boa parte da praia. Há troncos semi-enterrados na areia. Tudo isso protegido por montanhas ainda virgens, cobertas pelas árvores.
No quarto, os canadenses Anthony e Chemmel dormiam. Apanhei minha prancha e caminhei sozinho de volta à praia. Procurei um canal ou um ponto onde fosse mais fácil atravessar a arrebentação. Irregulares, as ondas fechavam toda a praia, ora da direita, ora da esquerda. Mas ficou claro que em frente à pousada era onde elas quebravam com mais força. Não havia ninguém na água, embora já houvesse um burburinho no estacionamento. Mais uma vez, as frases mais proferidas eram "close out" e "wait the high tide". Mas eu não viajara até ali para esperar. Eu queria surfar.
Me atirei ao mar. Tomei uma série na cabeça ainda no inside. Apesar da onda ser pesada, quem estivesse descansado não teria maiores dificuldades para chegar ao outside. Não era esse o meu caso. Além disso, o risco em Dominical não são as ondas, mas sim a forte correnteza. Sozinho no mar, procurei não abusar. E bastaram cinco ondas para eu, do inside, olhar a série fechando e concluir que estava na hora de sair.
Na areia, Anthony e alguns franceses me observavam surfando. Diziam que o mar estaria melhor dentro de uma hora. Possivelmente, as ondas estariam menores, mas, em compensação, não estariam fechando tão rapidamente. Mais um "close out" e eu decidi descansar um pouco antes de voltar ao mar junto deles.
Após uma hora e meia, ficou claro que não só as ondas não estavam menos fechadeiras como até estavam maiores. Decidimos ir para o canto esquerdo da praia, onde as séries demoravam um pouco mais e nos dava mais tempo para alcançar o outside. Mesmo assim, cada um de nós surfou poucas ondas antes de ficar cansado e sair do mar. Peguei cerca de seis ou sete e decidi que enquanto o grupo ia conhecer uma cachoeira próxima, eu ficaria no hotel, descansando.
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